Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

domingo, 9 de maio de 2010

Regressão e hipnose


De vez em quando a regressão e a hipnose surgem como método terapêutico, muito embora associado ao místico, como possibilidade de cura de algum trauma de vidas passadas, a que as pessoas parecem estar presas.
Este método não é novo, também foi aplicado por Freud e mais tarde abandonado, dado que é uma forma induzida e um convite á sugestão.
O fato de existirem pessoas que não conseguem ser hipnotizadas é um forte indício do poder de sugestão de tal prática, em que alguns falam de sensibilidade, como característica especial para a recepção de imagens.
Não nos custa admitir a existência de pessoas que se deixam invadir mais facilmente por energias alheias que outras, motivadas ou não por um desejo qualquer, o que nos vem revelar a existência de campos elétricos, de corpos receptores e emissores, em que a transmissão de imagens processa-se através de ondas eletromagnéticas.
No artigo anterior levantei como hipótese o que podemos considerar como verdadeiro, e se na realidade essas imagens pertencem a vidas passadas com o indivíduo, se não pertença de outras vidas, a que, como mero observador nos é dado conhecer.
Seja como for, encontramo-nos no campo da especulação, que não na análise, dado que o indivíduo não se recorda de fatos passados consigo, acreditando que as imagens produzidas tenham uma relação com vidas já vividas por si.
Se considerarmos a especulação, não podemos falar em verdade, dado que não temos certeza alguma que ela possa existir nas imagens que são produzidas.
Para quem insiste na procura da verdade, convenhamos que é navegar á toa, acreditando em qualquer cena construída pela mente humana, que afirma ser a verdade.
Esta questão merece ser analisada por outro ângulo, dado que na prática terapêutica, evidencia-se que a verdade do sujeito é a sua realidade interior.
E a realidade do indivíduo, não é a nossa verdade, ou de qualquer outro, mas aquilo de que o indivíduo está convencido que é a verdade para ele.
Assim colocada a questão, cada um acredita naquilo que quiser.
Partindo desse princípio não é meu propósito demonstrar que uns têm razão, e que outros não conseguem enxergar a verdade, fazendo de uns sábios e dos outros ignorantes, mas apenas contribuir com algumas dúvidas, que não certezas, dada a complexidade do tema.
A análise em consultório tem vindo a evidenciar que a verdade só existe para o sujeito, quando ela corresponde á realidade dos fatos reais.
As formas virtuais, aparentemente distorcidas da realidade, imaginárias ou fantasiosas, tendem a causar alguma estranheza, dado que aquilo que sente, parece contrariar o seu pensamento, que leva o sujeito a procurar uma resposta para o acontecido consigo.
Somos por isso a considerar que existem imagens ocultas que tendem a formar impulsos, acerca dos quais o ser humano parece nada saber.
O arquivamento de imagens psíquicas, não deve ser visto como meros arquivos de imagens referenciadas, como se fosse um álbum de fotos estáticas.
A essas imagens psíquicas lhes é conferida uma valorização e um significado, e é a partir desta lógica, que podemos observar o verdadeiro significado que o indivíduo confere ás imagens que contem em si.
As imagens não são para o ser humano o negativo de outra imagem qualquer, a chapa simples da reprodução de uma forma, elas servem um fim, a relação.
Não são imagens mortas de arquivo, mas vivas, atuantes, das quais emergem sentidos e formas de relação.
Quando observamos uma imagem, esperamos que ela nos transmita qualquer coisa, que nos indique algo, em que a lógica do movimento por si mesmo, nos leva a acreditar na existência de uma atitude, que podemos considerar satisfatória, ou não.
Porém , somos levados a colar imagens por cima de outras que nos parecem inapropriadas, dado que estão sujeitas ao julgamento e á critica, retirando o modo natural de observas as coisas, e impondo um método artificial, e não verdadeiro de as enxergar.
Milhares de vezes recalcadas as imagens originais, até nos esquecemos que elas existem, em que a verdade para o sujeito passa a ser aquela que corresponde á imagem produzida posteriormente.
A finalidade foi ocultar a imagem original, porque indesejada, esquecemo-nos, porém, que os sentidos que foram despertados por ela, mantêm-se vivos e atuantes.
As imagens podem estar perdidas no tempo, mas os sentidos não, eles passaram a fazer parte do histórico do corpo, como referência a ter em conta, que serve á relação posterior com outros corpos.
O ser humano passa a evidenciar contradições, dado que possui um sentido, que podemos constatar que não está de acordo com as imagens atuais, nas que também não sabe explicar porque sente as coisas dessa forma.
Podemos desta forma constatar, que existem imagens que fizeram parte da nossa vida passada, acerca das quais pouco ou nada sabemos, que tantas vezes desejamos ignorar, em que a amnésia corresponde a um desejo interior de não lembrar.
Voltaremos ao assunto.

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