Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Efeitos colaterais ( V )

A resposta psíquica á incorporação artificial de elementos químicos.
A força ativa ( substância ativa) que é conferida por um medicamento, apresenta um movimento que vai no sentido exógeno para o endógeno.
Tenta garantir por seu intermédio o despertar de uma força ativa interior, que se encontra inativa, ou digamos, menos ativa, para que volte de novo o corpo a sentir a necessidade de produzir atividade.
É a tentativa de despertar um sentido numa força que parece estar adormecida.
A primeira questão é que desconhecemos em absoluto, o que provocou no corpo essa falta de atividade, que impede a produção e liberação de um determinado elemento químico, neste caso a dopamina.
Por isso não podemos estar certos, que uma vez detectados os motivos e ( re ) elaborados, a produção e liberação de determinado elemento químico não possa ser libertada.
Não podemos estar certos disso, nem do contrário, dado que não temos conhecimento de estudos e investigação nesse sentido.
Paralelamente á tomada de um medicamento, devia o paciente sujeitar-se á análise terapêutica.
Sem a análise, estamos sujeitos á ignorância em relação aos motivos que originaram o seu estado patológico, e a impossibilidade de propor ao paciente um equilíbrio.
Por outras palavras, tendo a doença de Parkinson causas psíquicas, devemos encontrar os motivos que conduziram o sujeito a alguma imobilidade motora e psíquica.
A notícia refere que o paciente ao tomar o medicamento, torna-se compulsivo, e que não existe a percepção que tal seja devido ao medicamento, ou a outra causa desconhecida.
A pergunta que fazemos é a seguinte:
- Na sua vida cotidiana, anterior ao seu padecimento real, não seria tal sujeito um compulsivo ?
Para percebermos isso, devemos conhecer o histórico do paciente.
O ser compulsivo não se revela apenas através dessas manifestações agora observadas, mas de formas exageradas do sujeito estar na vida, quando ao seu modo de pensar e agir, praticando excessos de qualquer outra natureza de forma repetitiva.
Por outro lado a notícia não refere o poder narcisista, como motor impulsionador da compulsão.
Como sabemos não existe compulsão sem uma fonte de energia poderosa.
A primeira conclusão possível que podemos retirar, é que a falta dessa energia vital, tende a comprometer o estado de saúde do paciente.
A segunda conclusão, e porque tudo é proporcional, para que serviria essa energia, se o sujeito não conseguir perceber onde a empregar ?
Talvez seja devida a esta impossibilidade que os níveis energéticos da força vital tendem gradativamente a diminuir, sem a medicamentação.
Notemos que é a partir de um desejo interior, provocado de forma artificial pelo o medicamento, que o paciente torna-se compulsivo, e que procura uma maneira, seja o jogo ou o sexo, ou outra coisa qualquer, para satisfazer a necessidade do corpo.
Somos a considerar por isso, que foi devido a uma perda de objetos exteriores, onde poderia exercer a sua compulsividade, que ela aos poucos foi sendo perdida.
O medicamento garante ao paciente uma sensação de bem estar, exaltando uma força ativa que estava adormecida, que o leva de novo a procurar objetos exteriores, no sentido de satisfazer a sua ansiedade.
Devemos perceber tal ansiedade, como impulso de uma força vital que provoca o corpo.

O ser compulsivo tem uma correspondência com altos níveis de ansiedade.
A falta dessa força ativa, tende a baixar o nível de ansiedade a um ponto próximo do seu mínimo, e desse modo torna-se volúvel ao instinto de negação, regressando a um narcisismo primário, de alguma onipotência, sendo intolerante e prepotente.
Fizemos referencia anteriormente ás forças que não se anulam, apenas uma são potencializadas e outras não, formando desse modo uma falta de equilíbrio entre elas, devido a uma exagerada diferença de potencial.

Acompanhe-me na próxima postagem

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