Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Efeitos colaterais ( I )

A proposta de análise á notícia tem a finalidade de tentar entender o que se passa ao nível psíquico, quando determinado elemento químico, substância ativa, escasseia, e o que acontece ao restabelecer as condições de certa normalidade biológica,
artificialmente. Partimos de dois princípios:
1 – A impossibilidade do corpo em produzir determinado elemento químico por si mesmo.
2 – A reposta psíquica á incorporação artificial de elementos químicos, neste caso, a dopamina.
Sabendo que a dopamina ao atingir determinado nível no metabolismo, tende a equilibrar as condições de satisfação e de prazer do sistema nervoso, que ao verificar-se a escassez, o quadro clínico tende a agravar-se, devemos admitir a proporcionalidade entre a quantidade disponível desse elemento químico, na sua forma assimilável, e o princípio de satisfação e prazer.
Significa que os baixos níveis de satisfação e prazer que o sujeito possa ter na vida, de uma forma continuada e repetitiva, tendem a baixar os níveis desse elemento químico, em que os tremores e a rigidez muscular, surgem como conseqüência.
O sujeito ao entrar nessa fase de não satisfação e prazer, o psíquico sinaliza a insatisfação e a tendência é para o agravamento desse estado, devido á repetição de sensações sentidas de desprazer.
O movimento começa a fazer-se sentir no sentido contrário, devido a uma inversão de sentidos, sentido de morte, com a conseqüente perda de parâmetros.Podemos encontrar parte da explicação na retirada da atividade motora e intelectual, que pode acontecer de modo gradual ou brusco, sem que o sujeito preencha os espaços psíquicos das sucessivas perdas de atividade, em que a substituição de atividades não foi promovida.
A doença de Parkison, parece evidenciar-se a partir de sucessivas perdas das atividades motoras e psíquicas. A morte dos neurônios evidencia-se, que sem a reposição devida, comprova a existência de um processo degenerativo generalizado.
No sujeito, a capacidade motora e intelectual vai ficando gradualmente afetada, e a tendência da sua (in) evolução, parece ser o regresso ao caminho de volta do útero materno, com a perda de grande parte do conhecimento adquirido ao longo dos seus anos de existência.
Se assim considerarmos, percebemos que a sucessiva falta de interesse pelo sentido de vida, ou seja, a satisfação e o prazer de estar na vida, tende a conduzir o sujeito a um estado primário do seu desenvolvimento humano, à criança. Neste caso não existe a morte física, mas assistimos a uma morte psíquica, entendida como a anulação de todos os conhecimentos adquiridos que conduziram o sujeito á autonomia, que passa ao fim de algum tempo a ser parcial ou totalmente dependente de outro ser humano.
A satisfação que possa sentir é garantida pelo o afeto das pessoas que o rodeiam.
É o retorno ao mundo das imagens, abandonando a linguagem, em que só existe a observação do sentido do princípio de satisfação provocado pelo o afeto, em que as formas simbólicas e significados desaparecem do seu horizonte psíquico.
De notar a associação de imagens e a completa ausência de associação de idéias.
Continua na próxima postagem..

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