Quando enxergo aquele corpo, noto algumas diferenças em relação aos demais homens, que mais parecem gestos de minha mãe, que se incorporou no corpo de uma criança.
No fundo sempre imitamos alguém, aquele que nos dá afeto, ou quem nos afeta, que se transformam em desejos.
Detecto as diferenças no corpo, mas não consigo enxergar para além disso mesmo, a estética.
Algo menos bruto consigo perceber, mais delicado diria, em contraste com a atitude firme da maioria dos homens.
Não porque aquele outro, tenha um andar e um manejo indeciso, mas porque a leveza poética transmite a idéia de uma outra sensibilidade.
Quem habita a interioridade daquele corpo, que o impulsiona a manifestar-se daquele jeito ?
Como ele adquiriu esse sentido, que não outro ?
È uma questão de sensibilidade, dirão alguns.
A sensibilidade não é boa companhia, quando se trata para alguns de corpos estranhos, que o tentam destruir por medo de serem contaminados, ou por não refletir a sua própria imagem, em que as razões morais parecem estar acima do respeito e consideração que os outros merecem, e até mesmo contra a própria existência daquele ser humano.
Ele não deveria existir.
Mas a realidade é que existe e não é de barro, é de carne e osso.
Tenho para mim, que a maior ou menor sensibilidade, emerge de formas repressivas, ou de uma formação sem limites, em que o não compreendido em relação á existência de outras realidades, tende á exclusão de outros sentidos, que devido a isso o ser humano apresenta alguma dificuldade em suportar.
Tal forma de sentir as coisas e o mundo, empurra o indivíduo cada vez mais para o um não desejo.
Agora deu um nó na minha cabeça.
É por desejar, e, tentar realizar os desejos, por mais absurdos que pareçam, que as pessoas adoecem, ou, padecem devido a um não desejo ?
Seja como for, a resultante parece ser a perda de sensibilidade em relação à coisa que não é pretendida, ou, que por ela sente-se agredido, que perante a possibilidade da agressão da sua sensibilidade, torna o indivíduo insensível.
Sobretudo enxergo apenas um corpo que se transformou, tal como todos nós, mas que apresenta traços diferenciados exteriores.
Apenas isso.
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