Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Efeitos colaterais ( IV )

Só a força mental, entendida como instinto de negação ou afirmação, é insuficiente para inverter uma situação, dado que elas derivam de um desejo psíquico, que pode estar ou não de acordo com um sentido emergente, derivado de fatores circunstancias, entretanto incorporados, que se constituíram em formas potencializadas.
Por outras palavras, o conteúdo ideativo organizado segundo uma determinada ordem, conduz a um resultado, que pode ser satisfatório ou não, pelo indivíduo que pensa e tem a particularidade de observar as resultantes.
Seria operar um milagre, em que o desejo de ver uma máquina trabalhar de uma determinada forma fosse possível, contrariando o seu modo de funcionamento.
O que antes servia ao sujeito, deixou de servir, mediante a alteração de fatores circunstanciais.
Daí a divergência entre um desejo psíquico e as resultantes de um sistema organizado, que não correspondem.
O que antes era alta estima, de repente virou baixa estima.
Parece existir um desalinho, entre o corpo que age e o corpo que pensa.
Damos conta de duas forças energéticas, a do próprio corpo funcional, e tudo que está debaixo das suas ordens, e aquela que é promovida por um sentido emergente de uma complexidade psíquica, que é desejo.
Ou seja, tal complexidade está associada a uma forma funcional e estruturada, que lhe confere poder energético, e é impulsionada pelo o próprio corpo biológico, e a um sentido emergente dessa complexidade, como sentido de vida interior, que só tem hipóteses de funcionalidade através de uma relação com o meio exterior.
Parece existir em qualquer dos casos a tentativa de procurar a satisfação, tanto do corpo biológico, como do psíquico, que no primeiro é de ordem animal, e o segundo de ordem humana.
As necessidades primárias, a do ser animal, estão acauteladas através da própria natureza, comer, beber, respirar, aconchego e proteção, as secundárias, que são da ordem do ideativo, encontram-se condicionadas aos desejos de outros objetos exteriores, que podem estar disponíveis ou não.
Á nossa volta damos conta de elementos facilitadores, de outros que nos são indiferentes, e de negação, em que é obvio que a procura será por aquele que facilita.
A cultura nos manda dizer, que somos úteis e ativos enquanto jovens, em que tudo, ou quase tudo nos é devido, trabalho, dinheiro e sexo, e a partir de determinada etapa da vida, tudo nos é retirado, de maneira artificial ou natural.
Continuamos a observar fatores circunstanciais, como o abalo sísmico de uma vida ativa, a que não é alheia a falta de adaptação do ser humano ás circunstancias.
Tentemos agora fazer o ponto de ligação, a associação, entre o que foi dito no princípio deste artigo, e os fatores circunstanciais.
A inatividade do ser humano, não parece que seja um desejo psíquico, e por isso tenta o indivíduo reagir, em que o seu instinto de negação se evidencia, mas quem parece comandar é a sua interioridade, evidenciando-se a resultante de uma série de elementos ideativos, que formaram um corpo psíquico.
A falta de alternativas que é conferida pela recusa mental em ( re ) elaborar os conteúdos psíquicos incorporados, demanda uma força energética superior, que impede o indivíduo de movimentar-se.
Só que essa força energética emergente e superior, tende a afetar as forças emergentes da constituição biológica, segundo a forma original em que estão organizadas.
Se essa força for exageradamente superior, o processo de regressão parece ser inevitável, e serão os próprios desejos psíquicos, transformados em não desejos, que aniquilam a própria força constitucional de um ser animal e natural.
Dissemos anteriormente que as forças não se anulam, elas tendem a sobreviver, sob que forma, é o que devemos entender.
As forças ativas, são desse modo progressivamente abstraídas, regredindo ao ponto do ser criança.
Na próxima postagem, entraremos no segundo ponto da análise – A resposta psíquica á incorporação artificial de elementos químicos.

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