Mesmo casada vigiava o pai na sua leviandade desmedida, que nos poderia levar a considerar uma santa aliança com a mãe, a quem ele estaria traindo.
Por outro lado dizia que estava apaixonada pelo o pai.
Seria um daqueles casos, em que o seu desejo era estar no lugar da mãe ?
Ou, gostaria de ser seduzida por ele ?
A idéia da traição, a fazia espiar seus movimentos ?
Perguntas, que aparentemente parecem não ter sentido algum, mas que sempre fazemos a nós mesmos, quando não é visível a motivação, que leva a cometer determinadas atitudes.
O fato é que ele perante a presença da filha, insinuando que estaria a perceber suas intenções, refreava seus desejos.
Porque se prestaria ela a ser policial do comportamento do pai ?
Começou a ficar claro, que existia uma reprimenda á postura paterna, e que de certo modo era entendido pelo o pai como punição.
Mas porque a filha o desejava espiar e punir, seria o segredo bem guardado de todo este cenário.
A punição era exercida através do julgamento da filha, muito embora com seu olhar insinuante, e poucas palavras.
O que via no olhar da filha, ou recordava, que o fazia desistir da idéia de seduzir uma mulher ?
Talvez todo este comportamento tivesse uma relação com um medo interiorizado, que cometesse algum ato de violação, mental ou físico, para com uma menina inocente;
Ciúmes do pai ?
Talvez.
Mas existe uma outra realidade que não devemos descartar, e tentar perceber, dado que todos nós vive, mais ou menos debaixo de uma pressão social, devido a seus conceitos, mitos e tabus.
Nem sempre percebemos isso, e muito menos conseguimos determinar o seu peso na organização do psiquismo de cada um, que é sentido de forma particular e diversa.
O medo da descoberta de um violador no seio da família, pode encobrir um outro medo social, que sempre é despertado quando tal acontece, que se liga ao julgamento, que supostamente aquele pai também teria cometido tal ato com seus filhos.
Será que ele fez o mesmo aos filhos ?
Diz a vizinha linguareira.
A verdade é que todos nós somos assaltados em algum momento por essa idéia, muito embora não a verbalizemos.
Em psicanálise sabemos bem que a projeção corresponde a uma interioridade sentida, e que a violação dos filhos neste caso, seria muito provável
Sabemos por outro lado que, quem é violado, apresenta uma tendência para violar, e pouco sabemos do passado desse pai.
Era este medo incorporado que temia, que por um ato de violação cometido pelo o pai, viessem a descobrir, ou simplesmente a suspeitar, que também ela fora vítima de abuso sexual por parte dele.
Como podemos saber quais os sentimentos despertados na altura que aquela criança foi seduzida, e submetida a práticas sexuais ?
E como entender os sentimentos gerados na mulher adulta, que a fez espiar o pai ?
Entre esses dois momentos, o que aconteceu na história de vida desta mulher, que a fez atuar dessa forma, que não de outra qualquer ?
terça-feira, 28 de setembro de 2010
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