Sarkozy
- O poder mudou de lugar.
Era suposto, dada a evolução tecnológica e científica, a produção de conhecimento e os meios de comunicação ao dispor do ser humano, que poderia existir uma forma diferenciada de pensar, relativamente a homens como Hitler, Estaline, Bush, ou a qualquer bárbaro de que reza a história.
Era suposto, dizia eu, mas não, o que podemos observar, se a isso podemos considerar evolução, é quanto ao métodos utilizados, que antes não existia qualquer sentimento de culpa por declarar a guerra, perseguir e matar todos aqueles que não pensavam como eles, e hoje o poder político serve-se do legislativo, e da manipulação da opinião pública, para levar por diante a sua vontade de poder.
A democracia ainda é uma versão ¨ light ¨ do totalitarismo de antigamente.
Da matança da inquisição, que é posterior á degola dos inocentes, surgiu Hitler, com a mania do idealismo racial, que todos sabemos bem como terminou, mas que a maioria não sentiu na pele os efeitos dessa verborreia mental, constatamos nos dias de hoje, que alguns andam entretidos com as vestes dos outros.
Não obstante tantos exemplos, em que a tentativa de exclusão de formas culturais, religiosas e raciais, deu lugar ao extermínio, continuam os senhores da guerra em democracia a alimentar o mesmo tipo de pensamento.
Disse, o mesmo pensamento, e não a mesma forma de agir, porém, o que podemos constatar é que por gestos e palavras ¨ malditas ¨, o efeito produzido parece ser o mesmo, muito embora gerando conflitos menores.
A triste conclusão a que podemos chegar, é que aquilo que é condenável e condenado, é atentar contra a vida do semelhante de forma violenta, quando não existe arte e engenho para a coberto de uma ¨ boa ¨ razão invadir um país alheio, e levar a morte e a desgraça a casa dos outros.
Os resíduos colaterais, pensamos nós, são algumas mortes deste lado, exterminando o opositor, exaltando o patriotismo, que tende aos poucos a desvanecer-se, quando as famílias começam a receber os caixões, os inválidos e os transtornados, em que o avolumar da tragédia aos poucos vai causando algum mal estar na opinião pública.
Ao fim de alguns anos, revelando toda a impotência de uma nação, antes poderosa, a maioria começa a inverter a sua posição inicial, e já pede a todos os santos e a Deus, que a guerra acabe.
A ilusão de um poder. Poder, que nenhum país parece ter, o podemos observar na debandada das tropas invasoras, deixando atrás de si um rasto de destruição, sofrimento e muita dor.
Mas como começa uma guerra ?
Pela formação de guerrinhas que alastram até tomar uma proporção tal, que já ninguém consegue segurar, porque recuar não parece que seja possível, em que a paz tende a revelar-se quando fartos de sangue, e nada mais resta, que possa ter importância.
E como começam as guerrinhas ?
Através de idealismo tolos, como aqueles que tiveram homens que conduziram a humanidade pelo o caminho da destruição.
Os fenómenos desencadeados são os mesmos, embora com outra intensidade.
A palavra chave, no meu entender, que deve presidir a todo o processo formativo e á relação humana resume-se deste modo – Respeito e consideração pelo o outro.
Tudo o resto é paliativo, retórica, dialética, na tentativa de justificar um ato de agressão, de violação, ou um sentimento de posse exagerado de idéias absurdas e valores engendrados, como os melhores.
O mesmo será afirmar que todo aquele que exerce uma pressão sobre o outro, seja qual a forma, na tentativa de o vergar á sua vontade de poder, o desrespeita, e não o considera como um ser humano, que possui a liberdade de ser tal como é.
Retirando o poder reativo, que é legítimo em caso de defesa de sua própria vida, não podemos descortinar outros motivos, que possam conduzir o ser humano a atitudes reativas, repressivas, de violação, e até mesmo violentas.
Só que a repressão, a violação, e a agressão geram ressentimentos a quem é dirigida, e disso parecem esquecer os senhores da democracia, que de vez em quando recebem o troco em forma de terrorismo, que engole inocentes, como aquelas balas perdidas, que encontram alguém pelo o caminho.
Quando a França ficou destruída pela segunda guerra mundial, a reconstrução foi dolorosa, ganhando novamente vida, não só através de suas gentes, mas também com milhares de emigrantes, que fizeram da França o país desenvolvido de hoje.
Claro, que ninguém questionou nessa altura, argelinos, turcos, portugueses, árabes, ateus e fariseus, porque era tempo de reconstrução e evolução, de desenvolvimento.
Antes, fraco deixou-se invadir por pessoas oriundas dos mais diversos pontos do planeta, com costumes culturais e religiosos diferenciados, que serviram a um certo desenvolvimento, hoje, fortalecidos, questionam o véu islâmico, que não de grinalda, mas que vem dar no mesmo, porque ambos são símbolos sagrados, que o legislativo de França tenta proibir.
Aliás, tal tentativa já vem desde 2001 ganhando força.
Julgam-se agora suficientemente fortes para exercer o seu poder repressivo, tentando exterminar, o que antes não foi colocado em causa, vá lá saber porquê, ameaçando com
prisão o marido, que obrigar a esposa a usar o referido véu tapando o rosto.
Acena a bandeira da dignidade da mulher, decerto francesa, obtendo do outro lado como resposta, a virulência do discurso religioso, chamando de adúltera a sua esposa atual.
Senhor Sarkozy como vai a violência doméstica no seu país ?
O mundo ocidental é detentor da verdade e da razão, eles, os islâmicos, são o podre da maçã, que é necessário extirpar.
Qual a diferença dos tempos de Hitler para os de hoje ?
Apenas a guerra ostensiva contra o mal que era necessário extirpar, que hoje é processada através da linguagem, e do uso do legislativo.
O pensamento é o mesmo.
Ora, deixai os pobres de espírito curar as suas maleitas, enquanto nós curamos as nossas.
A tentativa de diferenciação entre o bem e o mal, que parece ter novos protagonistas substituindo o policial americano, pela união Europeia, em que do mesmo modo julgam ser os detentores da verdade, e lhes assiste a razão de passear pelo o mundo sonhado por eles, á sua imagem e semelhança, tentando os demais, a seguir suas ¨ idiotices ¨, que vale sempre uma bomba, algumas mortes, e muita agitação social, para tudo continuar como antes.
Com suas atitudes garantem a eternização da guerra.
Tal diferenciação entre o mal e o bem, entre a dignidade, o que é digno, e aquilo que é supostamente indigno, dado que tapar a totalidade do corpo, ou praticar nudismo, ou suruba, devemos considerar casos extremos, que por isso mesmo, quem é intolerante e prepotente, posiciona-se sempre de um dos lados da barricada, tentando derrotar o outro lado.
Esquecemos porém, que a mulher islâmica é tão digna quanto qualquer mulher, mediante seus próprios costumes culturais e religiosos.
Um dia, se for caso disso, ela saberá dar a resposta adequada, como o fizeram a juventude nos anos sessenta, e mais tarde a mulher, com seus movimentos de liberdade feminina.
O mundo precisa de tranquilidade, de gestores de um poder público, que coloquem ao serviço da sociedade todo o saber produzido em ciências humanas, e não de benfeitores, e muito menos de manipuladores da opinião pública, sempre ávida por poder.
Você saiu em defesa dos seus valores, e os outros vão ficar apavorados perante todo o seu poder ?
Esse tem sido o calcanhar de Aquiles dos homens que exercem o poder, por ingenuamente considerarem que podem mandar nos costumes e na religião alheia, em que a resultante, como podemos observar através da história, é a guerra e a miséria, em nome do amor e da paz.
Não sei que amor será esse, que se serve da violação dos costumes culturais e religiosos.
Não sei que paz será essa, que só conduz o ser humano á guerra.
Mas vós, de saber mais elevado, nos querem fazer crer, que só através da guerra é possível chegar á paz e ao amor entre os homens, tal qual os homens das cavernas.
Não sei do que falam, mas tento entender porque o fazem.
Vós não cabeis no terno e gravata, que lhes enche o peito de uma lufada de poder, que apenas será uma sensação, quando observam não ter poder algum, caindo na real, quando os terroristas mandam pelo o ar qualquer estação de metrô, ou terminal ferroviário, semeando a morte.
Mas aí ganha força o ressentimento, e porque cego não enxerga, mesmo vendo bem, intensifica-se a repressão, e a vigilância, que um dia, não se sabe como, nem quando, pode originar um conflito global.
Vós sois fracos, dando a sensação de uma força poderosa, que de fato não existe, em que o abismo é já ali.
Continuem a queimar o Alcorão, mas não esqueçam que existem muitas Bíblias que podem ser queimadas, mas quem se queima na realidade, não é Deus, mas os homens.
Ainda não foi compreendido que devemos ser tolerantes com as tolices dos outros, para que tolerem as nossas.
Haja Deus para aguentar tudo isto.
sábado, 18 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário