Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sábado, 18 de setembro de 2010

Sarkozy

Sarkozy
- O poder mudou de lugar.

Era suposto, dada a evolução tecnológica e científica, a produção de conhecimento e os meios de comunicação ao dispor do ser humano, que poderia existir uma forma diferenciada de pensar, relativamente a homens como Hitler, Estaline, Bush, ou a qualquer bárbaro de que reza a história.
Era suposto, dizia eu, mas não, o que podemos observar, se a isso podemos considerar evolução, é quanto ao métodos utilizados, que antes não existia qualquer sentimento de culpa por declarar a guerra, perseguir e matar todos aqueles que não pensavam como eles, e hoje o poder político serve-se do legislativo, e da manipulação da opinião pública, para levar por diante a sua vontade de poder.
A democracia ainda é uma versão ¨ light ¨ do totalitarismo de antigamente.
Da matança da inquisição, que é posterior á degola dos inocentes, surgiu Hitler, com a mania do idealismo racial, que todos sabemos bem como terminou, mas que a maioria não sentiu na pele os efeitos dessa verborreia mental, constatamos nos dias de hoje, que alguns andam entretidos com as vestes dos outros.
Não obstante tantos exemplos, em que a tentativa de exclusão de formas culturais, religiosas e raciais, deu lugar ao extermínio, continuam os senhores da guerra em democracia a alimentar o mesmo tipo de pensamento.
Disse, o mesmo pensamento, e não a mesma forma de agir, porém, o que podemos constatar é que por gestos e palavras ¨ malditas ¨, o efeito produzido parece ser o mesmo, muito embora gerando conflitos menores.
A triste conclusão a que podemos chegar, é que aquilo que é condenável e condenado, é atentar contra a vida do semelhante de forma violenta, quando não existe arte e engenho para a coberto de uma ¨ boa ¨ razão invadir um país alheio, e levar a morte e a desgraça a casa dos outros.
Os resíduos colaterais, pensamos nós, são algumas mortes deste lado, exterminando o opositor, exaltando o patriotismo, que tende aos poucos a desvanecer-se, quando as famílias começam a receber os caixões, os inválidos e os transtornados, em que o avolumar da tragédia aos poucos vai causando algum mal estar na opinião pública.
Ao fim de alguns anos, revelando toda a impotência de uma nação, antes poderosa, a maioria começa a inverter a sua posição inicial, e já pede a todos os santos e a Deus, que a guerra acabe.
A ilusão de um poder. Poder, que nenhum país parece ter, o podemos observar na debandada das tropas invasoras, deixando atrás de si um rasto de destruição, sofrimento e muita dor.
Mas como começa uma guerra ?
Pela formação de guerrinhas que alastram até tomar uma proporção tal, que já ninguém consegue segurar, porque recuar não parece que seja possível, em que a paz tende a revelar-se quando fartos de sangue, e nada mais resta, que possa ter importância.
E como começam as guerrinhas ?
Através de idealismo tolos, como aqueles que tiveram homens que conduziram a humanidade pelo o caminho da destruição.
Os fenómenos desencadeados são os mesmos, embora com outra intensidade.

A palavra chave, no meu entender, que deve presidir a todo o processo formativo e á relação humana resume-se deste modo – Respeito e consideração pelo o outro.

Tudo o resto é paliativo, retórica, dialética, na tentativa de justificar um ato de agressão, de violação, ou um sentimento de posse exagerado de idéias absurdas e valores engendrados, como os melhores.

O mesmo será afirmar que todo aquele que exerce uma pressão sobre o outro, seja qual a forma, na tentativa de o vergar á sua vontade de poder, o desrespeita, e não o considera como um ser humano, que possui a liberdade de ser tal como é.
Retirando o poder reativo, que é legítimo em caso de defesa de sua própria vida, não podemos descortinar outros motivos, que possam conduzir o ser humano a atitudes reativas, repressivas, de violação, e até mesmo violentas.

Só que a repressão, a violação, e a agressão geram ressentimentos a quem é dirigida, e disso parecem esquecer os senhores da democracia, que de vez em quando recebem o troco em forma de terrorismo, que engole inocentes, como aquelas balas perdidas, que encontram alguém pelo o caminho.

Quando a França ficou destruída pela segunda guerra mundial, a reconstrução foi dolorosa, ganhando novamente vida, não só através de suas gentes, mas também com milhares de emigrantes, que fizeram da França o país desenvolvido de hoje.
Claro, que ninguém questionou nessa altura, argelinos, turcos, portugueses, árabes, ateus e fariseus, porque era tempo de reconstrução e evolução, de desenvolvimento.
Antes, fraco deixou-se invadir por pessoas oriundas dos mais diversos pontos do planeta, com costumes culturais e religiosos diferenciados, que serviram a um certo desenvolvimento, hoje, fortalecidos, questionam o véu islâmico, que não de grinalda, mas que vem dar no mesmo, porque ambos são símbolos sagrados, que o legislativo de França tenta proibir.
Aliás, tal tentativa já vem desde 2001 ganhando força.
Julgam-se agora suficientemente fortes para exercer o seu poder repressivo, tentando exterminar, o que antes não foi colocado em causa, vá lá saber porquê, ameaçando com
prisão o marido, que obrigar a esposa a usar o referido véu tapando o rosto.
Acena a bandeira da dignidade da mulher, decerto francesa, obtendo do outro lado como resposta, a virulência do discurso religioso, chamando de adúltera a sua esposa atual.
Senhor Sarkozy como vai a violência doméstica no seu país ?

O mundo ocidental é detentor da verdade e da razão, eles, os islâmicos, são o podre da maçã, que é necessário extirpar.
Qual a diferença dos tempos de Hitler para os de hoje ?
Apenas a guerra ostensiva contra o mal que era necessário extirpar, que hoje é processada através da linguagem, e do uso do legislativo.
O pensamento é o mesmo.
Ora, deixai os pobres de espírito curar as suas maleitas, enquanto nós curamos as nossas.
A tentativa de diferenciação entre o bem e o mal, que parece ter novos protagonistas substituindo o policial americano, pela união Europeia, em que do mesmo modo julgam ser os detentores da verdade, e lhes assiste a razão de passear pelo o mundo sonhado por eles, á sua imagem e semelhança, tentando os demais, a seguir suas ¨ idiotices ¨, que vale sempre uma bomba, algumas mortes, e muita agitação social, para tudo continuar como antes.
Com suas atitudes garantem a eternização da guerra.
Tal diferenciação entre o mal e o bem, entre a dignidade, o que é digno, e aquilo que é supostamente indigno, dado que tapar a totalidade do corpo, ou praticar nudismo, ou suruba, devemos considerar casos extremos, que por isso mesmo, quem é intolerante e prepotente, posiciona-se sempre de um dos lados da barricada, tentando derrotar o outro lado.

Esquecemos porém, que a mulher islâmica é tão digna quanto qualquer mulher, mediante seus próprios costumes culturais e religiosos.

Um dia, se for caso disso, ela saberá dar a resposta adequada, como o fizeram a juventude nos anos sessenta, e mais tarde a mulher, com seus movimentos de liberdade feminina.
O mundo precisa de tranquilidade, de gestores de um poder público, que coloquem ao serviço da sociedade todo o saber produzido em ciências humanas, e não de benfeitores, e muito menos de manipuladores da opinião pública, sempre ávida por poder.

Você saiu em defesa dos seus valores, e os outros vão ficar apavorados perante todo o seu poder ?

Esse tem sido o calcanhar de Aquiles dos homens que exercem o poder, por ingenuamente considerarem que podem mandar nos costumes e na religião alheia, em que a resultante, como podemos observar através da história, é a guerra e a miséria, em nome do amor e da paz.
Não sei que amor será esse, que se serve da violação dos costumes culturais e religiosos.
Não sei que paz será essa, que só conduz o ser humano á guerra.
Mas vós, de saber mais elevado, nos querem fazer crer, que só através da guerra é possível chegar á paz e ao amor entre os homens, tal qual os homens das cavernas.
Não sei do que falam, mas tento entender porque o fazem.
Vós não cabeis no terno e gravata, que lhes enche o peito de uma lufada de poder, que apenas será uma sensação, quando observam não ter poder algum, caindo na real, quando os terroristas mandam pelo o ar qualquer estação de metrô, ou terminal ferroviário, semeando a morte.
Mas aí ganha força o ressentimento, e porque cego não enxerga, mesmo vendo bem, intensifica-se a repressão, e a vigilância, que um dia, não se sabe como, nem quando, pode originar um conflito global.
Vós sois fracos, dando a sensação de uma força poderosa, que de fato não existe, em que o abismo é já ali.
Continuem a queimar o Alcorão, mas não esqueçam que existem muitas Bíblias que podem ser queimadas, mas quem se queima na realidade, não é Deus, mas os homens.

Ainda não foi compreendido que devemos ser tolerantes com as tolices dos outros, para que tolerem as nossas.

Haja Deus para aguentar tudo isto.

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