Os valores através dos quais a sociedade se rege, impõe ao ser humano um certo conformismo, a dependência e a submissão.
Por outro lado, as desigualdades sociais favorecem a rebeldia, a transgressão, e geram violência, como reação á exclusão.
O Estado - proteção, só protege uma parte.
Uns são filhos legítimos, os outros bastardos.
A percepção que uma sociedade evoluída, é em si mesmo uma proteção, não passa de uma miragem, em que de fato existe uma evolução tecnológica e científica, mas um estagnar ao nível da relação humana, e até mesmo um retorno ao primitivo.
Tal sensação de proteção e tranquilidade, tem que ser defendida, sob pena de emergir um sentimento de abandono, de falta de proteção.
A sociedade, segundo este ponto de vista virou figura materna, que embora adultos, os indivíduos continuam a sugar o teto da mãe, e a sentirem-se satisfeitos com o aconchego do seu corpo.
Quem não deseja ter emprego certo ?
Observado o princípio de satisfação, existe alguma dificuldade de o indivíduo em mover-se fora desse modelo – padrão.
O ser humano espera tudo da sociedade, sem de fato exigir a si mesmo o esforço para realizar seus desejos.
A célebre frase de um presidente americano, aplica-se neste caso:
- Não perguntes o que a América pode fazer por ti, mas antes o que cada um pode fazer pela a América.
É claro que existe sempre o troco de uma certa forma de estar na vida, dado que a sociedade é o reflexo de determinadas formas individuais, e se estas são amorfas, a sociedade será do mesmo modo.
Parece claro, que á sombra da bananeira morre o macaco, se espera que a banana caia de madura.
O dinamismo de uma sociedade, percebe-se através de um contínuo fluxo de energia, envolvendo todos os seus elementos, desde a base até ao topo, em que ela tende a refletir as resultantes desse movimento.
A falta deste movimento em círculo, pressupõe a existência de uma ruptura, em que o movimento só tem um sentido, e que por isso mesmo tende a esgotar-se.
Tenhamos em atenção, que a mutação só existe, a partir de um conjunto de fatores relacionados, que tentam encontrar uma forma equilibrada de estar, em que podemos perceber nesse movimento, a tentativa de adaptação a novas condições.
A existência de elementos, que tendem a colocar em causa tal equilíbrio, que formam resistências, exige um novo movimento, cuja finalidade é encontrar novamente um certo equilíbrio.
Não existe o equilíbrio, mas tudo pode estar mais ou menos equilibrado.
Talvez aqui possamos entender a diferença entre a vontade de poder em organizar, e a vontade de poder, de sentir-se superior aos demais.
A uma designamos por força ativa, a outra reativa, sendo esta produto de sentimentos recalcados.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Sociedade recalcada
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