Heráclito, nega a dualidade dos mundos e faz do devir uma afirmação.
O múltiplo é a afirmação do uno.
O devir é a afirmação do ser.
Perante esta afirmação, não podemos conceber um mundo diferenciado daquele que é real, que pode ser observado e observável, que é tocado, deixa-se tocar, apenas em parte, que não no todo, porque não sabemos determinar o fim, nem como tudo teve seu inicio, em que o finito o encontramos em nós, perante o infinito que nos é dado a observar.
Não existe a dualidade na força, apenas damos conta da diversidade de vontades, que não deriva da vontade de poder dessa força, mas de outras relacionadas.
Sem tal relação retornamos ao uno, á força única, e universal.
Uma vontade de poder que tende a contrariar uma outra vontade, não requer uma vontade diferenciada, mas antes ela é expressa da mesma maneira, embora em diversos corpos.
Desse modo, aquilo que dizemos ser a diversidade de vontades, é pura ilusão, ou servirá apenas para diferenciar os corpos, quanto ao exercício da sua vontade de poder.
Não será propriamente uma vontade que tende a contrariar uma outra vontade de poder, mas antes a tentativa de afirmar-se a si mesmo, exercendo a pressão sobre uma outra, quando a ela sujeita.
Só nessas condições a vontade de poder, ganha uma tensão acrescida, com o fim de superar a si mesmo, derrubando obstáculos, cuja finalidade é seguir sua viagem.
O corpo entregue a si mesmo não sente essa necessidade.
Os corpos serão os múltiplos, que afirmam o uno, como afirmação do ser.
O eterno retorno é o regresso ao uno, á individualidade, ás características próprias do ser, que é uno, de uma força, e vontade única.
A associação de várias unidades forma um complexo, que se revela a partir daquilo que é uno.
Freud percebeu isso, ao ter o entendimento, que a construção de uma complexidade psíquica só é possível graças á associação de idéias, que estão organizadas de uma forma sequencial, e apresenta consequências, como ato final, seu objetivo.
Para que possa existir uma transformação de um ato final não desejado, o percurso a percorrer será o inverso, em que o psiquismo tende a rodar o filme ao contrário, analisando cada entrada em cena dos diversos elementos, até achar o ponto de ruptura, que fragmentou uma sequência anterior.
domingo, 8 de agosto de 2010
O mistério da força do universo
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