A arte de argumentação, a dialética, permite ao ser humano sair, ou pelo menos tentar sair de uma situação incómoda, recorrendo a processos que se repetem em qualquer circunstância, gerando a dúvida, colocando em causa qualquer forma absoluta de perceber as coisas.
A dialética é uma espécie de caos linguístico, em que tudo é descontruído, a favor de algo ou alguma coisa, que não consegue sustentar-se através de princípios, mas apenas de conceitos genéricos.
Tomando como exemplo a presunção, como forma de julgar o outro, presumindo características que não possui, uma vez chamado a atenção para esse fato, obtemos tantas vezes como resposta, que todos nós presumimos em face de uma forma que nos é presente.
Percebemos dessa forma, que os fenómenos existem, e são processados do mesmo modo, sendo independente do sujeito e suas características, pelo que somos forçados a deduzir, que por aí não conseguimos encontras a diferença.
O dissimulado acrescenta – Eu sou, mas você também é.
Apresentando as coisas como normal, natural, e que estão ambos em igualdade de circunstâncias, o resto fica por conta da interpretação, de uma forma aparente, mais ou menos sedutora.
Tal afirmação é facilmente entendida, dado corresponder a uma forma superficial e lógica de perceber as coisas, que não carece de maior profundidade de análise.
Contudo é a síntese de um fenómeno, pertença de uma função psíquica, como organizadora de conteúdos psíquicos.
Então, onde podemos encontrar a diferença, que nos permita suportar tal afirmação, e diferenciar as posturas ?
Percebendo o que é dado ao princípio de realidade, e á fantasia.
O princípio de realidade, não torna o que é real em realidade, a fantasia em realidade, ou vice versa, ele mantém uma relação íntima com os fatos e acontecimentos que são observados, que não podem ser comparados, nem alterados, mas sim tomados em consideração como tal.
Existe uma sequência que confere a complexidade, que determina o ato, a realidade, o fato real, que apresenta como fundamento a dedução.
A dedução é lógica e racional.
A presunção é fantasiosa, irreal, virtual.
Visitando o dicionário somos levados a considerar o seguinte:
- Presumir, levado a crer, pressupor.
- Deduzir, tirar conclusões.
Quem emprega o princípio de racionalidade não presume, deduz, tira conclusões de fatos reais, das suas consequências.
Quem emprega a crença, presume, julga ser verdadeiro o que afirma.
Os elementos de ligação, que sustentam a lógica, ou seja, que garantem a sequência, promove o movimento, a interligação de fatos anteriores com os posteriores, pertencem á função, e verificam-se em qualquer situação.
Assim só nos resta a fonte a partir da qual todos os fatos são relacionados, cujos princípios podem ser reais ou fantasiosas, diferenciando desse modo a realidade da crença.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário