São importantes os depoimentos das pessoas, referidas ás mais diversas aflições porque passam durante determinado período da sua vida.
Ouvi-los atentamente, e os considerar, é no fundo parte do trabalho do analista, tentando associar fatos, e deduzir como aquela pessoa age e reage perante os acontecimentos.
Ouvido aquele que tentou o suicídio três vezes, que foi para á cadeia por um crime que diz não ter cometido, afirma ter perdido o medo pela punição.
Dizia ele. Que tinha perdido o medo da morte ?
Perdido o medo de morrer ou matar ?
Foi a observação que fez uma amiga minha a si mesma, perante a afirmação do sujeito.
Da neurose obsessiva compulsiva teria evoluído o sujeito para a psicose ?
Foi a pergunta que ficou no ar, mais em jeito de desafio, do que uma certeza assumida.
Como podemos entender, e quais os efeitos no sujeito, essa retirada do medo da interioridade do ser humano ?
Merece da minha parte o seguinte comentário:
· Até que ponto, a prisão, excepto nos crimes de sangue, pode contribuir para a regeneração do ser humano ?
Não obstante o questionamento, o que falta saber e indagar, carecendo de estudo e investigação, nomeadamente em casos semelhantes, quais as alterações eventualmente provocadas no indivíduo, a partir da sua primeira relação com as grades da prisão.
Será que em muitos casos a sociedade está a provocar reações violentas, julgando estar a contribuir para a paz social ?
Por outro lado, não existirá outras formas, quiçá, mais eficientes de punir ?
A pergunta fica no ar.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
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