Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mente e corpo

Mente e Corpo
Autor: leopoldino dos santos ferreira

Mente e Corpo
Nem Aristóteles nem Platão fizeram uma distinção entre a mente e o corpo. Isto não seria feito até o século dezessete quando os dois se tornaram separados. O filósofo francês René Descartes (1596-1650) foi o primeiro a formular explicitamente esta divisão. Em 1629, ele se retirou para uma hospedaria holandesa para meditar sobre os mistérios da mente. Ele estava inclinado a encontrar um princípio que trouxesse certeza à realidade da mente. Descartes havia entendido que a percepção da realidade por nossos sentidos pode ser quase ilusória. Afinal de conta, nossos sentidos nos dizem que, como o Sol nasce no leste e se põe no oeste, a Terra deve se manter parada no centro do sistema solar, e o Sol e todos os outros corpos celestes revolvem em torno dela. Entretanto Copérnico tinha demonstrado desde 1543 que exatamente o contrário era verdadeiro: O Sol estava de fato no centro do sistema solar, e a Terra que se revolvia em torno dele. O sistema Cartesiano de pensamento está baseado na duvida: Tudo deve ser criticado, pois não podemos confiar nos nossos sentidos, que estão aptos a nos conduzir a erros. Os objetos nos aparecem tão reais num sonho como quando estamos totalmente acordados. Sabe lá se a própria vida não é senão um sonho ? Naquela noite, em seu quarto na hospedaria, Descartes teve uma súbita revelação. Se tudo pode ser questionado – o quarto no qual ele estava, a cadeira na qual ele se sentava, etc. – pelo menos uma coisa estava além de contestação: Isso era o próprio fato de que ele tinha duvidas. Quando ele estava duvidando, ele tinha que estar pensando, e porque ele estava pensando, ele tinha que existir como uma coisa pensante. Descartes expressou esta convicção na sua famosa máxima: Cogito, ergo sum, "Penso, logo existo." A natureza dual do homem. Para Descartes, a realidade tinha duas formas distintas: aquela da mente (ou pensamento), e aquela do mundo material. Tal é a essência do dualismo Cartesiano. A mente é pura consciência, não tem extensão espacial, e não pode ser subdividida. Pelo contrário, a matéria é desprovida de consciência, estende-se através do espaço, e pode ser subdividida. Assim, o homem tem uma natureza dual: Ele pensa, mas ele é também dotado com uma extensão material que é seu corpo. Descartes acreditava que o corpo era uma máquina perfeita, como a imagem dos autômatos no Royal Gardens em Saint Germain, em Paris, os quais o tinham fascinado. Em seu Treatise of Man, publicado em 1644, ele descreveu um inspetor caminhando no Royal Gardens, pisando sobre lajes para obrigar a água de um reservatório fluir através de canos e ativar os autômatos. Completamente distinto da mente, o cérebro era para Descartes um componente de sua máquina perfeita. Ela funcionaria de acordo com princípios similares aos dos autômatos. Para ele, os órgãos sensoriais eram estimulados pelo meio ambiente, justamente como os autômatos eram ativados pelo peso do inspetor pressionando as lajes do Royal Gardens. O cérebro tinha seus próprios tubos e válvulas, como também um reservatório de fluido cujo fluxo era controlado por estes estímulos. A mente pensante estava estacionada perto do reservatório e, como um atento engenheiro-chefe, procurava a própria operação do mecanismo, ocasionalmente intervindo diretamente para abrir ou fechar as válvulas do cérebro. O contacto entre a mente e o cérebro acontecia num local particular do cérebro que Descartes chamou de "glândula pineal." Como um ponto matemático, esta glândula não tinha extensão espacial. Por meio dela, a mente podia responder às paixões e humores do corpo, posto que ela também tinha o poder de se distanciar dos impulsos "básicos" do corpo, tais como a luxúria e o ódio, e operar completamente independente dele (continua). Referências: Trinh Xuan Thuan, Chaos and Harmony, University of Virginia. Pensamento do dia: O fracasso é oportunidade de se começar de novo inteligentemente (Henry Ford, 1863-1947, industrial americano).

http://www.artigonal.com/ciencias-artigos/mente-e-corpo-3522413.html

Perfil do AutorFísico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."
www.literatura-leo.com

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