Tudo tem seu centro, núcleo, representado por um ponto, que o ser humano só parece dar conta quando a velocidade de um corpo atinge um certo limite, que tende a afastar-se da realidade de todos os outros.
Tais corpos em movimento em altíssima velocidade afastam-se de outros corpos, desvinculando-se de uma realidade compatível, em que as diferenças de potencial não promovem a associação, mas antes a dissociação.
O corpo dissociado da multiplicidade, tende manter a estrutura do seu núcleo, sendo este o seu objetivo fundamental, como preservação da própria vida.
Á distância parecemos um ponto, de perto representamos um corpo para aquele outro que nos observa, no entanto não deixamos de ser o mesmo corpo, muito embora perto, visto como um ponto ao longe.
Nesse ponto nuclear em que tudo parece começar, tudo termina, que para além dele existe a multiplicidade, que são derivados de uma mesma unidade genética, promovida por uma infindável associação de células, que contêm em si mesmo o sentido de vida de seu núcleo.
O corpo, entendido como suporte dos sentidos, e do movimento, observatório privilegiado do que o rodeia, contempla para além de si mesmo, porque aquém parece não saber definir, em que apenas persiste um sentido, que leva o ser humano a reconhecer que se encontra vivo.
Para além é semelhante aquilo que se encontra aquém, muito embora não saibamos definir, em que a diversidade de corpos são apenas produtos da mesma energia universal.
Corpos separados, mas semelhantes, divididos em espécies, como fatores multiplicadores do milagre das rosas que virou pão, a partir de uma única roseira, que teve sua origem num núcleo.
Esses pontos nucleares são em tudo semelhantes, em que as diferentes formas dos corpos, nos podem dar a sensação de sermos diferentes a partir de um núcleo, criando a ilusão da existência de uma diversidade nuclear.
A mutação dos corpos é muito mais acelerada, como tentativa de adaptação ao mundo exterior, do que as dos núcleos, mas, no entanto o mundo energético parece ser o mesmo.
Talvez aqui possamos reconhecer a separação teórica, entre emergia e matéria.
Falando de forma mais acessível, parece ser a energia que reúne os pontos materiais, as partículas, que por associação tende a formar um corpo homogêneo, pelo menos será essa a sensação que o ser humano possui.
Desse modo podemos considerar que a velocidade exige a distância, promovendo a dissociação entre os corpos, o condicionando ao seu próprio núcleo.
Do mesmo modo nos é dado a observar que o isolamento, produzindo a inércia, tende a provocar o mesmo efeito.
Se no primeiro caso podemos perceber em tal fenômeno a tentativa de fuga, cujo sentido é despojar-se de algo que está associado ao corpo, que o faz sentir mal, no segundo caso, nos é dado a observar a inércia, como forma de reflexão, que apresenta o mesmo sentido, cuja finalidade é livrar-se da dor e sofrimento.
Podemos deduzir que a associação exige a compatibilidade, cuja essência parece ser a relação, e a possibilidade de interação desejada.
Porém, tal desejo, não será mais que um sentido, que tende a emergir de um corpo, e que por ele tende a ser manifestado.
Não sei se estou sozinho na convicção de que os sentidos são fenômenos quânticos, e que são eles, tal como os sonhos, que comandam a vida do ser humano.
Que diferença fará para um ser humano estar sozinho ou acompanhado, a não ser a proteção e o aconchego, que o impulsiona a sentir, que essa será a melhor maneira de estar em sociedade, através da qual tende a afirmar-se ?
João António Fernandes Psicanalista Freudiano
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
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