quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Pesquisadores mostram como cérebro controla o medo
Estudo descobriu dois tipos de neurônios que controlam fluxo dessa emoção na amídala
Uma equipe de pesquisadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos Estados Unidos, deu um passo importante na compreensão de como o medo é desencadeado no cérebro ao dissecar o circuito neural desse estado emocional.
No estudo, chefiados por David Anderson, professor de biologia da Caltech pesquisador da do Instituto Médico Howard Hughes, os cientistas descrevem um microcircuito na amídala, que contém dois subtipos de neurônios com funções opostas – eles controlam o nível de medo que sai da amídala, funcionando como uma espécie de gangorra.
Assim que começa o fluxo de medo, esse impulso pode ser transmitido para outras regiões do cérebro que controlam o comportamento temeroso.
Anderson explicou que, agora que já conhecem esse mecanismo da gangorra, os cientistas poderão desenvolver remédios para tratar distúrbios psiquiátricos provocados pelo medo, como transtornos do estresse pós-traumático e da ansiedade ou fobias.
Segundo o chefe do estudo, a chave para entender esse mecanismo delicado foi a descoberta de "marcadores", genes que poderiam identificar e permitir aos cientistas distinguir os diferentes tipos de tipos de células neuronais da amídala.
A equipe de Anderson encontrou esse marcador em um gene que codifica uma enzima chamada de proteína kinase C-delta, que aparece na metade dos neurônios dentro de uma subdivisão do núcleo central da amídala, região que controla justamente o fluxo do medo. Os cientistas marcaram com uma substância fluorescente os neurônios nos quais a enzima é expressa, o que lhes permitiu mapear as conexões desses neurônios, além de monitorar e manipular sua atividade elétrica.
O estudo revelou que a composição da kinase com os neurônios formam uma das pontas da gangorra, fazendo com que as conexões com a outra população de neurônios do núcleo central não expresse a enzima.
Em outro estudo independente desse, o cientistas Andreas Lüthi, do Instituto Friederich Miescher, na Suíça, conseguiram gravar os sinais elétricos gerados pela amídala durante estímulos de indução ao medo. Eles descobriram dois tipos de neurônios que reagiram de formas opostas a esse estímulo: um tipo aumentou sua atividade enquanto o outro diminuiu.
As duas equipes uniram seus esforços para saber quais os neurônios de Lüthi correspondiam aos neurônios com e sem a proteína kinase, descobertos pela equipe de Anderson: as células que diminuíram sua atividade eram os neurônios com a proteína e aquelas que aumentaram, os sem proteína.
As descobertas mostraram que a geografia do cérebro é organizada de forma parecida à do mundo: é dividida em países, estados, cidades, bairros, vizinhanças e casas, sendo que as casas correspondem aos vários tipos de neurônios, explicou Anderson.
"Antes, só tínhamos conseguido dissecar a amídala nos níveis das cidades ou, no máximo, das vizinhanças. Com essas novas técnicas, finalmente chegamos ao nível das casas".
Post do blog-Metendobico.blogspot.com
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