Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quântica consciência ? ( I )

Onde mora a consciência ?
O que podemos entender por consciência ?
O que é ter consciência ?
E o ser consciente ?
E o estar consciente ?
E o ser inconsciente é estar privado de consciência ?

Estar e deixar de estar, presença e ausência, identifica um estado, uma mudança de lugar, cujo processo físico não interfere com a composição química de um determinado corpo, em que a transformação física se evidencia, mas não devemos perceber nisso a não existência, dado tratar-se das mesmas características endógenas de um determinado corpo.
Assim, somos levados a considerar, que a forma de um corpo, apresentando-se de diversas maneiras, não conduz necessariamente á transformação de suas qualidades mais íntimas, que correspondem a um núcleo, que possui vida, e apresenta um sentido predeterminado.

Por outro lado nos é dado a saber, que a condensação conduz por norma á associação de outras formas, vulgo incorporação, passando a constituir parte de um corpo físico, mas que não altera as características essenciais desse corpo.
Será pois o agregado, que foi associado, como algo que foi considerado pelo corpo como acessório extensível, que permite ganhar características ontológicas, que tantas vezes é divergente em relação ao conteúdo nuclear.
Ao existir a transformação de determinado corpo, os resíduos então associados ao núcleo, não acompanham tal metamorfose física, percebendo-se a dissociação de alguns elementos, que estavam agregados, resultando num processo de separação.
Despido de seus resíduos, o corpo volta á sua forma mais simples, ou seja, mais primitiva.

O corpo na sua forma mais simples ou complexa, não deixa de existir, apenas se transforma, o que nos pode levar a considerar que, ¨ a não existência ¨ será apenas uma forma verbalizada, cuja finalidade tende a justificar a sua ausência, ¨a não presença ¨, e não propriamente a sua existência.
A ¨ não presença ¨, o estar ausente, não significa a não existência de um corpo, em que apenas nos é dado a saber, que ele mudou de lugar.

Desse modo, a consciência, o ser consciente, a devemos perceber como incorporada num corpo a tempo inteiro, em que o estar e deixar de estar, tem a ver com a transformação de um determinado estado, que pode estar, ou não estar, mediante determinada condição, mas que não deixa de possuir consciência, seja qual for a circunstância.

O que nos é presente de seguida, jugo ser relevante e fundamental, dado que nos é difícil perceber num corpo simples, não só a ausência, como a inexistência de uma forma consciente, que nos possa levar a considerar que a consciência possa de fato existir.


Se estivermos de acordo, que a consciência não existe num corpo simples, ao existir será sempre como algo exterior a si mesmo, como forma presumida, que não real, sendo proveniente de um processo de indução, a que se segue a dedução lógica, em face da incorporação de elementos exteriores.

Nos posicionamos agora no campo da subjetividade, que é garantida mediante uma relação exterior, que o induz a deixar de estar na sua condição primitiva, em que podemos perceber a existência de um corpo inanimado, que se transforma em animado.

Mas como referenciado anteriormente, aquilo que não existe num corpo simples, não pode existir na complexidade. Decorrente desse princípio geral da matéria, a consciência não existe, mas apenas um sentido.

Segundo minha percepção, não parece que seja uma questão filosófica por resolver, e só a podemos entender como tal, se a entendermos como fazendo parte de um fenómeno, que tende a afastar-se de uma realidade terrena, que a própria filosofia tende a rejeitar.
Quando sentimos a necessidade de definir o que podemos entender por consciência, estamos a afirmar perante nós mesmos e os outros, que ela de fato existe.

Desse modo não somos conduzidos a lado algum, que nos leva pelo o caminho da interpretação, na tentativa de justificar a sua existência real, abandonando de vez o questionamento e a indagação acerca da sua existência, em que o pressuposto parece ter sido incorporado por uma certeza.

Mas será mesmo, que a consciência existe ?

Autor – João António Fernandes – estudo e investigação em psicanálise.
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