Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sábado, 20 de novembro de 2010

Metafísica



O Universo não precisa de nós

As coisas existem por si mesmo, porque outras coisas, milhares delas existem para além de nós mesmos, pelo que não devemos ter a pretensão de sermos a unidade que se revela como sendo a estrela polar, a referência, o guia do universo, tendo a sensação que tudo gira á nossa volta.
Elas passam a ser percebidas quando existe uma definição para elas.
Talvez não façam sentido para o indivíduo que as contempla, mas elas apresentam um sentido, têm um sentido, porque então o Cosmos não faria sentido
Será a definição verdadeira ou falsa?
Ou apenas uma explicação que o ser humano empresta aos fenômenos e ás coisas ?
Será a este fenômeno que chamamos de consciência, ou pensamento ?
¨As coisas só existem na medida em que são percebidas ¨, afirma o filósofo.
Como assim ?
Quando o indivíduo sente, e não sabe porque sente, porque está sentindo, nem sabe de onde lhe vem tal sentido, significa que aquilo que está sentindo não
existe ?
Ou, pelo o contrário a coisa existe, tem um sentido, talvez apenas um sinal de alerta, que deixa revelar um sentido que não percebemos ?
Talvez as coisas só passem a ter sentido para o indivíduo, quando de fato as sente.
Tenhamos a humildade de um pedinte, que tem fome de saber por não o possuir, e logo damos conta da nossa pequenez perante a complexidade do Universo.
É o ser humano que precisa do Universo para viver.
Se aquilo que é dado á função, que é corpo, puramente materialista, existisse por si mesma, de forma isolada, o ser humano teria poucas hipóteses de sobreviver, pelo que os fenômenos que ainda não conseguimos dominar encontra-se de forma abstrata no nosso espírito, como um sinal, cuja finalidade é a tentativa de sua revelação.
Só a revelação ( a verdade ) te salvará, porque convencidos do nosso saber, somos eternos ignorantes.

Lembrando Nietzsche, deixo escapar um pensamento:

- Se o sentido se constitui em espírito, e se este apresenta determinado sentido, muito embora nenhum de nós saiba onde nos possa levar, ele se faz transportar para além do próprio corpo, mas a ele lhe pertence, dado que só através dele pode ser revelado.

Este mundo sensível não será mais que um sentido que é dado á matéria, que apresenta um sentido, e toma sentido daquilo que a rodeia, numa troca de energia, que não pode ser percebida de forma matemática, objetivada em unidade, múltiplos e sub-múltiplos.
O objetivo parece determinado por fontes energéticas, que a partir de um qualquer meio, tende realizar a sua tarefa, numa constante relação e transformação das condições que é conferida á matéria.
Talvez o que possamos entender por degradação de um corpo, tal como a velhice, por exemplo, seja o princípio de um ciclo progressivamente transformista, dado que seus desejos mais íntimos não podem ser cumpridos, dada a existência de outros corpos com quem interage.
Não será a mumificação a tentativa de assegurar a eternização de um corpo ?
Mas tal só parece ser possível através do regresso ao inanimado, e ao isolamento, que não permita o contacto com outros corpos, que com ele possam reagir.

Nenhum comentário: