Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Identificação e homossexualidade

Fui abordado por uma mãe, que muito embora não ofendida, questionou a responsabilidade enorme que as palavras escritas, ou faladas, conferem ás mães na formação dos filhos, e a culpa que lhes é endereçada pelos seus transtornos psíquicos.
Percebi, que estaria a referir-se ao artigo publicado neste blog – relato de um homossexual.
Terei de vergar-me a essa forma de entender as coisas, dado que transporta consigo alguma injustiça, em que só uma das partes parece ser responsabilizada neste caso particular, existindo a intenção de excluir a figura paterna desta história.
Mais evidente parece ser a sua indignação, dado que fora o pai, que promovera sessões de espancamento
Tal intenção na realidade não existe.
O que se passa, é uma impossibilidade real de expressão através das palavras de conteúdos teóricos, que para a maioria das pessoas não parece ser acessível, e que só aqueles, que dedicam o seu tempo ao estudo, e investigação das coisas das mentes, parecem entender.
Tentar explicar o fenómeno da homossexualidade, teriam que ser produzidas abundantes folhas, que daria um livro, e o que é referido é apenas uma síntese de uma forma específica, a identificação com a figura materna.
É essa identificação feminina, que julgamos, e temos boas razões para isso, estar na origem, na maioria do casos de homossexualidade masculina.
O que o sujeito relata, são posições assumidas pela mãe, que só em adulto deu conta, que contribuíram para a sua patologia.
E qual seria ?
Decerto, não tinha qualquer relação com a sua condição homossexual, porque assumido perante a sociedade, não era motivo para tal.
O que ele nos quis dizer, é que no seu entender foi empurrado para a homossexualidade, devido a um processo de formação desviante, cujo ponto de equilíbrio, poderia ser a mãe.
Descobriu nela uma série de atitudes manipuladoras, das quais pretendia libertar-se.
Se tirarmos esse sentido do texto, percebemos que a homossexualidade não está colocada em pauta, apenas é uma questão lateral, o que é evidente no discurso do sujeito, é excessiva dependência, e identificação com a figura materna.
Entendo que as pessoas são apanhadas por frases feitas, e podem ficar chocadas, como que abandonadas á sua sorte, porque destruidores de um sonho de menino.
Que fique claro, que a formação da criança, deve ser um exercício a dois, que tendem a completar-se, onde não deve imperar a guerra, em que esta só apresenta um resultado, quem manda em quem.

A criança identifica-se com o poder.

Parece claro, que as cenas de espancamento, e a submissão do pai ás exigências da mãe, fez dele um frouxo, permitindo a desautorização da sua figura perante o filho, e que elas foram tão, ou mais importantes, que a mãe poderosa e manipuladora, para a formação do filho.
Podemos afirmar, que ambos de forma inconsciente, não conseguiram perceber as consequências, mas também é verdade, que de modo consciente, não conseguiram mudar suas atitudes.
È bom que fique claro, que no romance familiar, se existem culpados, a culpa deve ser distribuída pelo o pai e mãe.

Nenhum comentário: