Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

RECATO necessário

RECATO necessário

" Perda de valores, excesso de exposição, valorização do dinheiro com o signo de sucesso e ausência de utopia marcam a sociedade e penalizam sobretudo os jovens, tornados mercadorias rentáveis ".

Título de um artigo no jornal Estado de minas // Pensar
Sábado, 28 Novembro 2009
Da autoria de Inez lemos - Psicanalista

Referencia no inicio do seu artigo a romancista Simone de Beauvoir, companheira do filósofo Jean-Paul Sarte, cuja vida está a ser levada a palco pela atriz Fernanda Montenegro, com a peça de teatro " Viver sem tempos mortos ", com enorme sucesso,
segundo a colunista.
Acrescenta de seguida, que Fernanda Montenegro, ao encarnar Simone, metaforiza a época em que o pensamento encantava o mundo com sua pujança e júbilo.
De onde se presume que o pensamento de hoje, já não o consegue fazer, talvez porque aquilo que pensamos em nada acrescenta ao que foi dito por outros homens que viveram antes de nós, nem deles bebemos o mais saber.
Se assim é, devemos aprender com eles a pensar.
Na referência a "empobrecimento simbólico " , embora não perceba exatamente o que pretende dizer com a frase, dado que todos somos ricos nessa matéria, porque sem o simbólico não existe sujeito, afirma o seguinte :
Tudo vale para ocupar o vazio de utopia e esperança Um jovem precisa encontrar algo a que se apegar – sem utopia, viver é pesadelo.
Quando o vazio não está preenchido, não existe Ser, e se existe, não consegue estar sem preencher seu espaço interior e exterior, mesmo que seja á custa de maconha, ou da exposição pública.
Afirma de seguida, que ao cultuarmos aparência, espetáculo e sucesso instantâneo, denunciamos nossa opção ao narcisismo e ao hedonismo.
E se bem me recordo Simone de Beauvoir até na união com Sartre era hedonista.
A certa altura do seu artigo diz assim – Quem não se alimenta do belo (arte, filosofia), se alimenta da carne.
A ambivalência do discurso, é sempre a tentativa de afirmação do sujeito, que por via disso tenta negar o outro.
A seguir escreve o seguinte – " Deliciamo-nos com uma mídia obscena e extravagante, que gosta de exibir mulheres nuas. Cultuamos o exagero, o sórdido e o estupor, divertimo-nos com a maledicência. Somos a república da perversão, cujo entretenimento dos jovens é sair de madrugada espancando mendigos, índios, prostitutas e homossexuais.
Qualquer corpo de fora, fofoca e traição viram notícia, produz celebridades e revertem bons chachês na Playboy. Do cabaré de Brasília ao big brother, a ordem é arriscar alguns minutos de glória. Estamos sempre sendo convocados á falta de decoro e honradez.
O Brasil é um convite á libertinagem ?
Que venha a mídia, eu quero mais é ser desejada, virar artista, ganhar muito dinheiro, trabalhar pouco e ser respeitada, pois pobre neste país não vale nada.
Eu acrescentaria, como um velho escritor Português, que era mestre no saber acerca de abelhas, que num dos seus livros dizia assim:
A televisão faz calar os inteligentes e falar os burros.
Ou seja, parece ser mais uma questão de oportunidade que nos leva a ser considerados, ganhando fama e dinheiro com isso, do que propriamente ser mestre naquilo que transmitimos.
A escolha será sempre de quem nos escuta e lê, e porque é importante estar e manter-se na vitrine, somos tentados a fazer e a dizer aquilo que a maioria deseja ouvir.
A diferença dos homens que botaram discurso e fizeram história no passado para os de hoje, reside no fato de que eles não se preocupavam com o pensamento alheio, mesmo que lhes queimassem os livros em praça pública, e ficassem na miséria, continuavam a expor os seus pensamentos por mais polémicos que fossem.
Coisa que não acontece hoje, porque pobre não pode ser filósofo.

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