Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Didática e ética II

Os grandes centros populacionais e os meios de comunicação, com maior ênfase para internet, permitem a qualquer momento a relação do sujeito que padece com muitos outros seres humanos, permitindo-lhe a descarga de energia, trazendo como consequência o alívio de uma tensão interior, a ansiedade, garantindo-lhe a sensação de um certo bem estar, não tocando porém, ou deixando mais ou menos intacto o núcleo patológico. Dada a própria evolução da sociedade e da tecnologia, que permite a comunicação imediata e fácil com os mais diversos temas, em que a ocupação intelectual para uns parece ser a solução para todos os transtornos psíquicos, exceto para aqueles que procuram sites eróticos e até pornográficos.
De uma forma ou de outra ajuda a vincular o sujeito ao seu Eu, o afastando do sintoma, porque falar e escrever é afirmar-se.

Como resultante temos a fuga ao sintoma, não permitindo o isolamento do sujeito, em que só o faz, quando bastante debilitado, sendo nessa altura que por vezes sente a necessidade de submeter-se á analise.

Como o hábito faz o monge, ele vem á procura de um milagre ou de um poder mágico que possa arrancar de vez do peito aquela ansiedade que o incomoda.
Perceba-se o absurdo, o sujeito pretende encontrar o remédio para o corpo, não entendendo que a sua alma padece.
Agora vem a contradição, como alguém procura um poder mágico e o milagre em algo que parece estar para além dos homens, num outro homem qualquer ?
Conclusão, milagres e magia não existem na realidade terrena.

Mas como interpretar a fala do sujeito, que foi motivo deste artigo ?

Parece existir um medo oculto que o impede de sujeitar-se a análise, em virtude do seu desejo de manter-se virgem, impedindo desse modo que possa ser invadido na sua interioridade, de algo que considera maligno, em que deixa transparecer a sua intolerância e prepotência.

Ë precisamente esse poder narcisista que sai reforçado desses anos de fuga ao sintoma, que coloca em causa os princípios da psicanálise, a partir do momento que o próprio psicanalista deixa-se submeter a um desejo do analisando, em que este tenta conduzir a forma como deve ser exercida a psicanálise.
Não é apenas uma questão técnica de atendimento, mas didática, cujas sessões seguintes devem incidir sobre este tema, para que possa ser possível dissolver o romance familiar, em que o analisando está a colocar o psicanalista.
Se o analista não conseguir resolver esse conflito, talvez seja preferível romper com o analisando, para que não aconteçam casos como estes, da eternezição do analisando e do patológico.
Se a psicanálise é diferente, só sendo na realidade diferente de outras disciplinas, poderá na realidade impor-se.

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