Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

domingo, 30 de dezembro de 2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ano velho. Ano novo.


Ontem, ao vir um filme sobre a vida de Cristo, aprendi mais um pouco sobre relações humanas, que passado dois mil anos está tão atual como nessa época distante, em que o poder político e económico serve-se de todas as artimanhas para levar por diante suas intenções, nem que seja à custa de sacrificar uns quantos.
Para descansar algumas almas irritadas, esclareço que um poder, qualquer que seja, deve existir, pelo que a forma como ele é exercício é que está em causa.
Até hoje, não consegui perceber qual o crime que Cristo cometeu, e lembro-me de outros supostos crimes que ceifaram vidas inocentes do mesmo modo, sem que possa ser compreensível tamanho derrame de sangue.
Tal como os políticos de hoje, os de ontem, e de sempre, claro que existem exceções, são os maiores defensores da Igreja, sem que esta consiga desgrudar-se dos vendilhões do templo, maldando às malvas os ensinamentos de Cristo, que cada vez mais serve de figura decorativa das classes dominantes, e daqueles que um dia aspiram a ter algum poder.
Cristo negou-se a ser contra poder, e esse fenómeno até aos dias de hoje continua a ser mal compreendido, em que as ovelhas estão divididas entre os que o possuem, e os outros, que o pretendem alcançar.
As coisas vão bem no reino dos Céus, enquanto na terra reina a maior confusão doutrinária, em que se venera o Pai, mas muitos poucos cumprem suas leis, em que a perversão cada vez mais se instala entre os homens.
Não sei porque muitos se irritam perante esta evidência , como se evocar o nome de Cristo ou de Deus bastasse para curar todas as feridas, qual medicamento milagroso a que todos os homens têm acesso para curar suas lepras.
Não é preciso ser Cristo, muito menos Deus, como alguns desejam, mas será necessária uma prática de acordo com a teoria, e nesse aspecto deixamos muito a desejar.
Os submissos, Pedro que negou Cristo, e Judas que o entregou, são a prova que a lei de Deus lhes bateu à porta, mas não se deixaram impregnar por ela, em que o poder da auto preservação de suas vidas falaram mais alto.
Ora, o medo da morte, da perda, por vezes das coisas mais insignificantes, do bem estar, prende o homem, tornando-o submisso, delas reclamando sem saber como sair dessa situação, em que a vida e o sentido de sua vida estão quase sempre presas a bens materiais, embora possa falar e crer no divino.
O não desejo de ser assim, empurra o homem para o desejo de ser diferente, mas a realidade nos diz, que o sentimento de posse exacerbado aflora e estraga a festa, em que o arrependimento e a penitencia parecem não ser suficientes para o colocar no caminho de Deus.
A verdade, meus amigos, e que nós temos o péssimo hábito de falar muito daquilo que nos aflige, que temos alguma dificuldade em ter nos corações.
Nada irá mudar no novo ano, e se algo acontecer, será pela transformação interior de cada um.
Um abraço a todos.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Psicanálise, clínica e as faces do desejo



Analizzare – Centro de Estudo e Pesquisa em Psicologia e Psicanálise

Psicanálise, clínica, e as faces do desejo.

   É meu desejo, o desejo que não desejo. É justamente a partir do não desejo, que surge o desejo em psicanálise, dado que toda a organização biológica e psíquica se pauta pelo princípio da satisfação e prazer, em que o desejo do psicanalista se torna irrelevante, face ao desejo do paciente. O desejo sucumbe com a realização, e a análise já não tem razão para existir, quando o analisando encontra o bem estar interior. A negação desaparece, porque vencida a resistência se deixou invadir por um outro desejo, ignorando o não desejo. Falar de desejos conscientes como última etapa de um percurso psíquico, é não enxergar, e tentar ocultar outros desejos que se tornaram inconscientes, que se revelam apenas como sentido.
    Não parece que exista contradição, mas antes, a tentativa de afirmação de desejos conscientes e inconscientes, que coexistem no interior do mesmo sistema psíquico, que não se anulam, nem se contradizem, em que a diferença de potencial entre ambos tende a revelar um em detrimento do outro. Não existe a falta do desejo, mas apenas a sua não realização, tantas vezes por impossibilidade devido à ausência do objeto que permita realizar seu desejo, constituindo-se em obsessão, quando existe o não desejo, que é desejo do sujeito, em não desgrudar-se do objeto, mesmo que esteja morto. O sujeito não possui o desejo de encontrar um elemento substitutivo, permanecendo a energia ligada ao objeto perdido, pelo que o deslocamento da energia fica por fazer, negando por isso outros desejos, que se transformam em não desejos. A aparente falta de desejos que observamos em determinadas pessoas, que podemos perceber cada vez mais na análise, é proveniente de uma uniformização de determinado campo de ação, que para além dele nada pode ser desejado, em virtude do desejo estar circunscrito, lhe negando na formação infantil a experiência de outros desejos.
    O desejo inconsciente é interior, agregado ao próprio corpo, tornando-se em afirmação do Eu, que um desejo consciente, derivado de fora, tenta aniquilar, em que o conflito não se faz esperar, entre desejos e não desejos. Podemos avaliar, embora sem exatidão, se tal desejo pode ser preenchido, daí o vazio, ou se, simplesmente o sujeito através da análise transforma tal desejo, em não desejo, porque de outros desejos é possuído. Parece ser justamente a interposição de outras formas de percepção, quando incorporadas, ou de outras formas de sentir, como terceiro elemento, que pode dissolver o conflito, ou o aliviar, que pode levar a uma distribuição da energia do corpo segundo um novo processo adotado.   Tal processo tende a destruir o quadro ambivalente, em que os aspetos valorativos são conferidos por esse terceiro elemento, então incorporado, em que já não está em causa a ambivalência, afirmação e negação, transformando-se em probabilidades valorativas. Com a incorporação desse terceiro elemento foram desfeitos esses dois polos extremados, cuja valorização perdeu sua intensidade, apresentando agora a distribuição de energia uma outra configuração.
    Estamos a falar de forças interiores, como seja, a da vontade, que se expressa de forma primária por uma necessidade ou desejo, atingindo uma rede complexa evolutiva, cuja tendência será perder de vista o desejo original, de cuja força depende o não desejo, como causa da possível patologia. Significa, que um não desejo, tanto serve à cadeia evolutiva normal de um complexo, como pode provocar algumas alterações, que uma vez sentidas de forma intensa pelo corpo, derivam em agressividade excessiva, violência e destruição dos outros, ou de si mesmo, revelando-se, por isso, patológica.
    O psicanalista procura o terceiro elemento, que possa servir de mediador, e o revela ao sujeito, mas não é garantia, de o transformar em desejo de seu desejo, porque de outros desejos pode ser possuído. Ele saberá melhor que ninguém quais os seus desejos, existindo, porém, algum fator que impede o sujeito em sua realização, devido a uma incapacidade própria de potencializar seus desejos, face à pressão de outros desejos. O desejo de reparação, de reparar alguma coisa, desejos voluptuosos perturbadores, por isso, não permitidos, desejos sexuais com crianças, desejos recalcados por lembranças infantis, desejos sexuais e aversões adormecidas no coração, desejos realizados através dos sonhos, nos dizem da complexidade de desejos e não desejos, que impedem a livre circulação da energia de um corpo, interrompendo seu movimento livre, ou até mesmo o bloqueando.
    A teoria de Freud nasceu da percepção dessa impossibilidade do desejo em realizar-se, cuja resposta é física e química, uma vez o psíquico grudado a desejos julgados pelo sujeito, como impossíveis de serem realizados. A liberdade de movimento de um corpo é colocada em causa, em que o sintoma apresenta a particularidade de isolar, o que não se pretende que afete o todo, sendo esta uma forma de preservação inscrita na própria lei da natureza. Porém, a parte afetada causa algum incomodo, daí o transtorno, em que o corpo encontra-se fragmentado, esperando reparação, que só pode dar-se através da realização de desejos, que uma vez não conseguida, pode realizar-se através da fantasia, e da realização virtual através dos sonhos. Detectar as inibições, e onde estão agregadas, pode ser um caminho, mas ainda insuficiente para libertar o desejo, dado que elas podem estar associadas a outros desejos, que possam ter um grau de valorização superior.
     Não existe dinâmica psíquica perante as necessidades de um corpo, pelo que ela só se faz sentir quando o fator inibição se interpõe entre a vontade de um corpo, e uma vontade exterior a si mesmo, o impedindo de realizar seus desejos. Por isso, não é o interdito que está na base do desejo, dado que este é promovido através da alucinação, que possui uma evolução própria, o que nos é dado a observar é que ele se torna mais intenso, a partir da negação de sua realização. Este será o verdadeiro quebra cabeças, não só de toda a análise, como também da forma de conduzir a formação infantil, tentando encontrar outras maneiras de conduzir todo o processo evolutivo da criança, sem a transformar num não desejo interior.
     Por último, gostaríamos de salientar, que toda a vida psíquica depende da uma relação objetal primária, formando um mundo de emoções, sensações e sentimentos, que uma vez incorporados, se transformam em desejos mais ou menos intensos.
Por outro lado, sabemos bem, que sem essa relação com os objetos exteriores não existiriam formas de vida, pelo que o experimento é condição natural de qualquer ser vivo. Será essa intensidade sentida de forma exagerada no corpo, responsável pela obsessão desejante, cuja energia ligada forma um elo de difícil remoção. Não deseja, nem deixa de desejar quem quer, dado que o desejo incorporado é sentido interiormente, e tende a refletir-se no exterior. Somos a salientar a importância da pulsão de vida relativamente à pulsão de morte, em que esta será o não desejo, que tende a impulsionar o desejo.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Neurobiologia e psicanálise


A Neurobiologia dos traumas psíquicos precoces
Publicado por Adalberto Tripicchio [adalbertotripicchio] em 20/11/07 (Redepsi)

Teicher, anomalias na regulação da dopamina e da noradrenalina, neurotransmissores cuja regulação sofre a influência do verme cerebelar, estão implicadas na esquizofrenia, na depressão, no autismo, na hiperatividade com distúrbio da atenção, bem como em quadros epilépticos.
É notável a semelhança dessa descrição com alguns conceitos básicos de Freud, especialmente o de regressão como mecanismo adaptativo de defesa. Inclui também outros mecanismos de defesa, como a repressão, resultante da ação de um ego frágil, por ser ainda pouco desenvolvido. No caso, a fragilidade do ego coincidiria com a atrofia do hemisfério esquerdo, que se resguardaria do excesso de informação de emoções negativas transmitidas pelo hemisfério direito.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Abusos sexuais: escolas não controlam cadastro

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) diz que muitas das medidas previstas na lei para defender as vítimas de abusos sexuais nem sempre são cumpridas.
«O controlo do registo criminal dos candidatos a certas profissões, por exemplo nas escolas ou clubes desportivos, não está a ser feito globalmente no país» – denuncia Frederico Marques, desta associação, lembrando que este é um mecanismo importante para evitar que abusadores sexuais tenham contacto com crianças.
A formação de professores e funcionários também deveria ser reforçada nas escolas e liceus, aumentando a capacidade de reconhecer situações suspeitas.
«É extremamente importante que os casos sejam denunciados o mais rapidamente possível», defende o responsável da APAV, que no ano passado recebeu 60 denúncias de abusos sexuais a crianças, muitos pela voz de familiares, professores ou das próprias vítimas.
1.100 queixas em dez meses
Todos os dias, em média, quatro crianças serão abusadas em Portugal. Segundo dados da PJ, a que o SOL teve acesso, este ano, e até ao final do mês de Outubro, foram abertos 1.100 inquéritos na sequência de queixas ou denúncias.
Um valor semelhante ao registado nos últimos dois anos, em que aquela Polícia investigou 1.350 casos de abuso sexual de criança, adolescentes e de menores dependentes.
Mas o número de abusadores que chegam a ser acusados e condenados fica muito aquém dos que são investigados.
No ano passado, 339 arguidos foram acusados em processos judiciais por abusos sexuais contra menores. «Estes crimes são de difícil prova, mas acontece frequentemente que abusadores sem registo de condenações anteriores sejam sentenciados somente a uma pena suspensa», admite Frederico Marques.
Por outro lado, ao longo de todo o processo judicial, nem sempre o bem-estar da criança é assegurado. «Há legislação para proteger a vítima, mas ao longo do processo a vítima chega a ter de repetir oito vezes as suas declarações, revivendo todo o trauma», recorda o responsável da APAV. Por isso, defende, é fundamental que o seu testemunho possa ser partilhado por todos os intervenientes no processo judicial.
Algo deve encontrar-se para além das  palavras que permite o aumento dos casos de violação e abusos sexuais de crianças, tanto nas escolas, como em casa. Deve haver alguma coisa oculta, que não nos permite enxergar direito o fenômeno, e muito menos apresentar soluções credíveis para o futuro, dado que o passado já foi futuro, e os iluminados nada conseguiram resolver. No mundo de hoje, da intelectualidade e tecnologia, as faculdades despejam na sociedade uma enormidade de gente na área da formação humana, e da saúde mental, muitos deles empregados no aparelho de Estado, sem que possamos perceber alguma melhoria nas relações entre humanos. Se não conseguimos ver a luz ao fundo do túnel, devemos admitir que nos tornaram, e nos tornámos numa sociedade de impotentes.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cursos psicanálise Analizzare

Curso de formação em psicanálise clínica
Aula inaugural – 09.DEZ.2012 – 10 horas

Pagamento de inscrição valor 180 Reais – Cheque pré datado para 30 Dezembro. 2012
Cheque com data posterior 190 reais.
Mensalidade 250 Reais a pagar no primeiro seminário de cada mês. (Janeiro).
Reajuste do valor da mensalidade ao fim de cada ano com base na variação nominal do IGP-M
Curso - 24 seminários versando os princípios teóricos de Freud e seu desenvolvimento.
12 seminários versando a transferência.
12 Seminários sobre a problemática da psicopatologia.
Grupo de estudo – Com data a ser designada posteriormente ao seminário, sendo realizado no Sábado, ou Domingo.
Para cada seminário será indicado um filme alusivo ao tema tratado.
A diretoria pretende que o futuro psicanalista, em face da realidade vivida no filme, faça a associação com a matéria desenvolvida em seminário.
Aos inscritos será fornecida a grade do curso.
Se por qualquer motivo não for possível aos interessados estarem presentes na aula inaugural, poderão contatar pelo Cél:
(37) 9108 5951 - João António Fernandes
E-mail – Analizzarediv@yahoo.com.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Psicopatia - Frieza


Perante a observação de um sintoma de frieza, ou indiferença, nos vemos incapazes de definir sua origem, dado contrariar o descrito por neurocientistas, (António Damásio) que nos fazem saber que só existe vida psíquica a partir de um certo quantum de energia. Devo acrescentar que as leis da física e química que se faz sentir num corpo, até ao momento, não conduzem a conclusões diferentes. Se a neurociência nos faz saber, que tais pessoas não possuem registros emocionais em determinadas áreas do cérebro, ou apenas possuem registros mínimos, em relação a outras pessoas consideradas normais, devemos levar em conta que se trata de um processo secundário, que devido à sua complexidade relacional inicial alterou profundamente o primário.
Ou talvez, e isso merece um estudo aprofundado, foi criado pelo próprio corpo um mecanização resultante de uma relação inicial, que pode coexistir em paralelo com todas as outras tendências.
Não consigo observar em bebés uma frieza à partida, todos eles respondem aos estímulos de proteção e cuidado, pelo que devemos excluir a hipótese genética, dado que ela não se revela nessa altura, mas sim muito mais tarde.
Quando catalogamos, classificamos a esquizofrenia, ou a psicopatia, por exemplo, como doenças derivadas da genética, impõe à partida o finito do estudo e investigação, o que nos leva, quer queiramos ou não, a uma repressão mental de todos aqueles que duvidam dessa hipótese.
Quando assim acontece estamos perante a crença de uns, porque nada podem provar, e a dúvida de outros, que tentam estudar e investigar para que um dia possa ser provado, se genético ou relacional.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Violência e violação sexual

Evento gratuito

Venha ao cinema com a Analizzare - Exibição do filme, análise e discussão
Coordenador - Joao António Fernandes
Faça sua inscrição - Vagas limitadas
Quinta às 10:00 em Analizzare - R.Bahia 798 - ap. 201

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A sociedade é imoral e nada ética

Não meus senhores, não se trata de raiva, de orgulho ferido, ou feridas não saradas, mas sim apenas de uma constatação, que a maioria parece não querer enxergar.
Bastaria olhar para as coisas que acontecem no mundo, em cada país, e nas famílias, para justificar o titulo do meu artigo.
A questão da moral e da ética remonta ao tempo de Platão, merecedora do estudo dos filósofos, resistindo ao tempo, pode ser observada nos dias de hoje semelhante discussão no seio da Academia e dos intelectuais.
Talvez, a prova de que só conhecimento adquirido não leva necessariamente a colocar na prática o que foi aprendido, em virtude, de outras formas anteriores formativas não éticas terem sido implantadas como lei psíquica no ser humano.
Assim o mundo se vê invadido por atitudes humanas nada éticas, a coberto de princípios morais duvidosos, que resguardados por uma razão qualquer, toma atitudes imorais, ou pelo menos amorais, quando apenas escuta o inconsciente de algumas pessoas, que faz dele uma razão universal.
A tal consciência ética de que as pessoas reclamam, e falam dela sem cessar, não consegue implantar-se no terreno, e o resultado está à vista, se não vai a bem, vai a mal, descendo o cassete da proibição, repressão e punição.
Tais reações apenas são reveladoras da impotência de algo desejado, que mesmo sendo ensinado nas escolas e faculdades não consegue ser adotado no seu dia a dia, semeando a cada passo a imoralidade.
Meus senhores, a ética e a moral são derivados de um processo formativo em constante movimento desde que um ser humano sai do útero materno, que depois de ganhar vínculo a sua remoção é muito difícil, em que o ser consciente só o é daquilo que ele reconhece como válido para si mesmo.
A ética e os valores morais, contrariamente ao que muitos pensam, derivam de um sentido adquirido através da relação com outros corpos, em que o afeto com regras, tende a sobrepor-se à afetação violadora da própria existência de um ser vivo, cuja finalidade é a transgressão a qualquer custo, que possa levar à realização de seus desejos.
Não sei se já perceberam, mas estamos a falar de psicanálise.

sábado, 3 de novembro de 2012

Adaptação, recusa e desejos

O homem longe do olhar da sociedade, é um ser humano a viver sozinho, que proporciona a si mesmo um estilo de vida único, que não se compadece com modelos importados, nem se importa com julgamentos, em que encontrou no meio um modo de viver feliz.
Desse modo, protege-se dos olhares indiscretos e julgadores, retirando a ameaça de uma guerra constante contra o seu Eu, que por via disso o impede de viver, recriando o seu parque infantil com acessos restritos.
A sociedade que o fabricou lhe conferiu a autonomia, quando permitida, pela que sua tendência é afastar-se de seu convívio, criando um mundo em proveito próprio, muito embora incorporado por suas referências, em que a neurose não apela ao objeto, e a psicose espreita, ansiosa por fazer sua aparição.
Embalado pela ambivalência formativa, de seguida desfeita, dado que a autonomia assim o exige, depara-se com o novo que é preciso organizar, a que não pode faltar o afeto tão necessário para a vida, debate-se com a organização daquilo que ainda não existe, e apresenta alguma dificuldade em encontrar.
É um vir a ser, que não sabe se encontra além, o que parece faltar, aqui e agora, criador de alguma insegurança, que pode provocar ansiedade, atitudes incompreendidas, cuja finalidade será a tentativa de arranjar a cama para se deitar.
É esse vir a ser, criador de uma sensação de instabilidade, prenúncio de algo que está por vir, mas que teima em não se revelar, que nos é dado a observar em muitos seres humanos da atualidade, que nos coloca perante o caos, apenas por não saber organizar, e organizar-se, de acordo com seus próprios desejos.
O vir a ser será muito mais que um ser que não se completa, algo incompreendido, alheio à própria função, que um ser se obriga a procurar para que ela não se perca, encontrando nos exageros a própria disfunção.
A crise de adaptação, a recusa e o desejo parecem constituir uma complexidade, que demora seu tempo a arranjar cama.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Frase da semana

Quando as pessoas nada dizem, depois de se compromissarem, algo nos querem dizer. Joao António Fernandes - Psicanalista Freudiano

sábado, 13 de outubro de 2012

Frase da semana

Tantas vezes estamos contra a própria natureza das coisas, julgando ser Deus, queremos organizar o mundo segundo nossa perspetiva, chamando a isso ciência, quando na realidade se trata apenas de um movimento de transgressão a uma ordem universal estabelecida. Quando isso acontece, a meu ver, não podemos falar de psicanálise

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Analizzare e AT de Ronaldo Machado Mattar, em reunião ontem, acertaram uma parceria, tendo em vista a dependência química, seu enfrentamento e formas de levar à prática uma terapia e análise, que seja capaz de devolver ao paciente e suas famílias a alegria de viver sem aditivo

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Em busca de uma verdade inexistente

Como duvidando de tudo, o homem não possa duvidar de seu próprio pensamento. Isso será no mínimo incompreensível. (Puro pensamento de Descartes ) Voltamos ao eterno problema: - A busca de uma verdade absoluta. Os empiristas respondem, que em face das experiências vividas captadas pelos sentidos, as devemos interpretar pela razão. Mas aqui coloca-se um outro problema: - Pelos vistos não existe apenas uma razão, mas sim uma multiplicidade. - Na relação entre corpos também parece existir uma razão. Neste último caso somos de novo levados de volta aos sentidos. Um dado novo surge, a crença, que possibilita acreditar em processos, ou idéias, em que outros homens não acreditam, o que nos posiciona na subjetividade, como não aceitação de um valor absoluto. Se o homem é capaz de conhecer o mundo, muito embora só em parte, é muita presunção o desejo de o controlar, o que seria dominar as forças da natureza, tornando-se ele próprio Deus. È por aqui, que a filosofia dos tempos modernos tende a enxergar o homem, as coisas, o mundo e o divino, substituindo o objeto Deus pelo objeto Homem, conferindo-lhe poderes que ele de fato não possui. Nietzsche, na sequência de seu texto ¨Sobre a verdade e mentira em um sentido extra moral ¨, teceu duros golpes ao conhecimento, ao intelecto e à verdade, cujo eterno retorno nos conduz aos instintos. Neste vai vem têm-se entretido a filosofia, sem que algo de palpável, de absoluto, possa ser extraído, pelo que devemos perceber no diverso, na complexidade e na subjetividade o entrelaço de tudo isso, e a resultante como indicador das possíveis variáveis, bem auxiliada pela frase – Nada será para sempre

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Moral e relações objetais

Tudo aponta que a moral provenha de uma relação entre semelhantes, estabelecendo desse modo determinada ordem de conduta, em que as designações mal ou bem não têm lugar, dado que o comportamento deriva dessas relações como consequência. Por outras palavras, um ser humano não inserido em determinada comunidade, grupo, ou sociedade pode achar certo ou errado os valores morais, costumes estabelecidos, mas os deverá respeitar, dado não lhes pertencer. A imposição de valores morais a uma outra comunidade, grupo, ou sociedade, queiramos ou não, falta ao respeito e consideração por outras culturas, desejando com sua postura uma uniformização de princípios e conceitos, que obviamente não serão admitidos. Com a globalização, ou seja, com o acesso à diversidade cultural provocada pela evolução tecnológica, em vez do ser humano estudar e investigar as diferenças, tentando compreender porque são assim, que não de outra forma qualquer, opta de maneira grosseira e repressiva pela condenação desses valores, e imposição de seus próprios valores. A tentativa de conversão conduz o ser humano à confrontação, à guerra e destruição de formas culturais milenares, em que tenta-se discutir o bem e o mal, como se fossemos dono da verdade, em que a resultante será o apego a essas formas culturais de forma exagerada, por entenderem tratar-se de um roubo. Não estamos a falar de valores materiais, mas de uma perda de identidade provocada por imposição, que o ser humano tenta negar, ganhando resistência e ódio contra o invasor. A moral, os costumes estão enraizados no inconsciente, pelo que, qualquer afronta a esses valores estabelecidos, apresenta uma resposta instintiva, animal, porque toca razões emocionais, de sobrevivência de sua própria cultura e identidade. David Hume, refere que a moral está ligada à paixão e não à razão. O filósofo defende que a experiência (empírica) promove o entendimento humano, o que nos leva de volta a uma cultura construída através das relações objetais primevas, que naturalmente pode evoluir, mas que não se afasta muito do vivenciado em sua comunidade, grupo, ou sociedade.

domingo, 16 de setembro de 2012

Seminário - O pulsar da psicanálise na contemporaneidade

Parceria com a coordenação ( Eliane Pimenta ) do curso de Psicologia da UNIPAC - Bom Despacho

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Analizzare - Seminário


LOCAL: UNIPAC - BOM DESPACHO DIA: 15 DE SETEMBRO HORÁRIO: 08:00 ÀS 11:30 HORAS

O TEMA CENTRAL SERÁ: "Como a psicanálise pulsa na contemporaneidade?"

08:00 HORAS *1 - APRESENTAÇÃO: “Filosofia psicanálitica da mente” Joao António Fernandes ( 35 minutos + 15 de interação)
BREVE 'COFFEE BREAK' de 10 minutos

09:00 - *2 - APRESENTAÇÃO: “Psicanálise e demanda social” Eduardo Lucas Andrade; (30 minutos + 10 minutos interação.
09:40 - CONVIDADO ESPECIAL: Anderson Matos, Psicólogo clínico e consultor em clínica e Políticas Públicas para álcool e drogas · com o tema; "A regulação social do gozo e o toxicômano como sujeito que não quer saber")
(30 minutos + 20 de interação)
10:30 *3 - APRESENTAÇÃO: “Relações objetais na contemporaneidade” Maria José Fernandes  ( 35 minutos + 15 de interação)
ATÉ ÀS 11:30 HORAS - ENTREGA DE CERTIFICADOS E UM BREVE 'COFFEE BREAK'

VALORES COM CERTIFICADO:
PROFISSIONAIS E DEMAIS : 30 REAIS
ALUNOS : 25 REAIS
ALUNOS UNIPAC : 20 REAIS

* As inscrições deverão ser realizadas com antecedência e o seu pagamento no ato da sua realização. Por motivos de organização, confecção dos certificados e pelas vagas serem limitadas. Desde já agradecemos.
Inscrições e certificados por E-mail – Analizzarediv@yahoo.com.br ou diretamente nas instalações na escola Analizzare – Formação em psicanálise – R. Baia 798\201 centro – Divinópolis – Terças e quartas a partir das 18 horas – Telef. (37) 3215 7128.
Conta Santander 01082879-7 Agência 3490 (Maria José Fernandes)


 Apoios:  Eliane Pimenta coordenadora do curso de psicologia da UNIPAC – Bom Despacho.
 Aos amigos que possibilitaram esta realização: Ana Maria, Bárbara Araújo, Hélio Ferreira, Saulo Mazagão, Simone Mazagão e Felipe Tameirão. Fénix Turismo.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Freud está de volta

Neurocientistas descobrem que descrições biológicas do cérebro funcionam melhor se combinadas às teorias delineadas pelo pensador austríaco há um século. por Mark Solms Na primeira metade do século 20, as idéias de Sigmund Freud dominaram as explicações sobre o funcionamento da mente. Seu pressuposto básico era que nossas motivações permanecem em sua maior parte no inconsciente. Mais que isso, são mantidas longe da consciência por uma força repressora. O aparato executivo da mente (o ego) rejeita iniciativas do inconsciente (o id) que estimulam comportamentos incompatíveis com nossa concepção civilizada de nós mesmos. A repressão é necessária porque esses impulsos se manifestam na forma de paixões incontroláveis, fantasias infantis e compulsões sexuais e agressivas. Quando a repressão não funciona, dizia Freud até sua morte, em 1939, surgem as doenças mentais: fobias, ataques de pânico e obsessões. O objetivo da psicoterapia, portanto, era rastrear os sintomas neuróticos até suas raízes inconscientes e aniquilar seu poder através de sua confrontação com a análise madura e racional. Conforme as pesquisas sobre a mente e o cérebro se sofisticaram, a partir da década de 1950, os especialistas se deram conta de que as evidências fornecidas por Freud eram bem tênues. Seu principal método de investigação não era a experimentação controlada, mas a simples observação de pacientes no cenário clínico, combinada a inferências teóricas. Os tratamentos com remédios ganharam força, e a abordagem biológica das doenças mentais deixou a psicanálise nas sombras. Se Freud estivesse vivo, é possível que até saudasse essa reviravolta. Neurocientista muito respeitado até hoje, ele freqüentemente fazia comentários como "as deficiências de nossa descrição provavelmente desapareceriam se já pudéssemos substituir os termos psicológicos por termos fisiológicos e químicos". Na década de 1980, os conceitos de ego e id eram considerados antiquados, mesmo em certos círculos psicanalíticos. Freud era passado. Na nova psicologia, o motivo de as pessoas deprimidas se sentirem mal não é a destruição das primeiras ligações sentimentais da infância - há um desequilíbrio nas substâncias químicas de seu cérebro. A psicofarmacologia, no entanto, não oferece uma grande teoria sobre a personalidade, as emoções e as motivações - uma nova concepção do que realmente governa o que sentimos e o que fazemos. Sem esse modelo, os neurocientistas concentraram seu trabalho em pontos específicos e deixaram de lado o quadro geral. Esse quadro está voltando, e a surpresa é: não é muito diferente do que o delineado por Freud há um século. Ainda estamos longe de um consenso, mas um número cada vez maior de neurocientistas está chegando à mesma conclusão de Eric R. Kandel, da Universidade Columbia, o Prêmio Nobel de 2000 em fisiologia ou medicina: a psicanálise "ainda é a visão da mente mais intelectualmente satisfatória; Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/freud_esta_de_volta.html

terça-feira, 24 de julho de 2012

Auto erotismo

Sentir no corpo uma sensação de satisfação e prazer através das mucosas e zonas erógenas, em psicanálise é considerado auto erotismo. Significa, que tal denominação não considera o objeto exterior, mas apenas, e tão só, o ato de satisfação e o prazer daí decorrente sentido no corpo. Estamos perante o campo da biologia, em que o fisiológico desempenha o papel de receptor de sentidos, que se restringe à matéria, a qual possui uma organização própria, e não carece de uma forma pensada, ou do pensamento. Se assim o entendermos, trata-se de uma forma rudimentar, primária, de todo e qualquer ser vivo, que não será perdida durante a sua própria existência. Posteriormente, damos conta de uma associação psíquica, que estabelece a ponte entre a satisfação sentida e o objeto exterior responsável por esse sentido, que no caso do bebê, será o seio, percebido por ele mais á frente, como pertença de um corpo facilitador, a mãe. Será no campo das experiências repetidas, que parece surgir as sucessivas associações psíquicas, que permite aos poucos associar fatos posteriores a outros anteriores, como se a princípio existisse uma imagem incompleta, que aos poucos tende à completude, em que o conhecimento do meio envolvente tende a evoluir derivado de uma associação. A fronteira que separa o biológico e o psíquico, será a mesma que separa o auto erotismo e o narcisismo, cujo foco principal será o objeto exterior. Porém, enquanto não existir o reconhecimento do objeto exterior facilitador por parte do indivíduo receptor, ele não será identificado como tal, o que significa, que deve existir um outro sentido adquirido para além da própria satisfação e prazer, que provoca a associação da energia da libido ao objeto exterior. Uma vez constituída essa base psicológica, ou seja, o reconhecimento do objeto exterior facilitador, será estabelecido um sentido de posse no indivíduo, que não tem sua origem no biológico, mas sim no psíquico, determinando um grau de valorização para si mesmo, como forma de preservação de sua vida. O horror ás perdas virá dessa constituição primária do psiquismo, tentando resistir a elas como forma de preservação de sua própria vida, cujo grau de valorização lhe é garantido pelo sustento e proteção, que será tanto maior, quanto maior for a proteção dada ao indivíduo, em que as frustrações são sentidas como sentido de morte. Como podemos perceber o sentido de morte deriva de um certo sentido de vida, que é proporcionado ao indivíduo por seus formadores, cujas medidas de proteção excessivas não consegue uma relação com as sucessivas perdas no decorrer da vida, que já não podemos considerar de preservação e conservação de sua própria vida, dado que na maioria das vezes tal não acontece. O sistema psíquico parece ser burro, quando perante o abandono de um amor o indivíduo é levado à maior tristeza e angústia, como causa de uma depressão, que em certos casos pode desembocar em melancolia o levando à morte física. Porém, será bom, que se diga, que a conexão que o sistema psíquico estabelece não será propriamente com o objeto exterior, mas com um sentido de posse relativamente a ele, que estabelece as condições da relação com ele. O sentimento de posse deriva de uma intimidade corporal, da forma como é fornecido o sustento, e a proteção dada à criança, que sendo excessiva, tende a excluir todos os outros objetos exteriores, por não garantirem o mesmo grau de satisfação e prazer. E como na vida real, por norma, nenhum outro objeto exterior consegue ser tão zeloso e próximo quanto a mãe, os excessos estabelecem na criança o modelo a procurar fora de portas, o que será difícil de acontecer.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Psicoanalizare: Conversão e sistema nervoso

Psicoanalizare: Conversão e sistema nervoso: Perante uma excitação provocada pela relação do sujeito e os objetos exteriores, o sistema nervoso recebe estímulos carecendo posteriormente...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Educação e psicanálise

Freud – Vol, XIII – Totem e Tabu (H) O interesse educacional da psicanálise O interesse dominante que tem a psicanálise para a teoria da educação baseia-se num ato que se tornou evidente. Somente alguém que possa sondar as mentes das crianças será capaz de educá-las e nós, pessoas adultas, não podemos entender as crianças porque não mais entendemos a nossa própria infância. Nossa amnésia infantil prova que nos tornamos estranhos à nossa infância. A psicanálise trouxe à luz os desejos, as estruturas de pensamento e os processos de desenvolvimento da infância. Todos os esforços anteriores nesse sentido foram, no mais alto grau, incompletos e enganadores por menosprezarem inteiramente o fator inestimavelmente importante da sexualidade em suas manifestações físicas e mentais. O espanto incrédulo com que se defrontam as descobertas estabelecidas com maior grau de certeza pela psicanálise sobre o tema da infância — o complexo de Édipo, o amor a si próprio (ou ‘narcisismo’), a disposição para as perversões, o erotismo anal, a curiosidade sexual — é uma medida do abismo que separa nossa vida mental, nossos juízos de valor e, na verdade, nossos processos de pensamento daqueles encontrados mesmo em crianças normais. Quando os educadores se familiarizarem com as descobertas da psicanálise, será mais fácil se reconciliarem com certas fases do desenvolvimento infantil e, entre outras coisas, não correrão o risco de superestimar a importância dos impulsos instintivos socialmente imprestáveis ou perversos que surgem nas crianças. Pelo contrário, vão se abster de qualquer tentativa de suprimir esses impulsos pela força, quando aprenderem que esforços desse tipo com freqüência produzem resultados não menos indesejáveis que a alternativa, tão temida pelos educadores, de dar livre trânsito às travessuras das crianças. A supressão forçada de fortes instintos por meios externos nunca produz, numa criança, o efeito de esses instintos se extinguirem ou ficarem sob controle; conduz à repressão, que cria uma predisposição a doenças nervosas no futuro. A psicanálise tem freqüentes oportunidades de observar o papel desempenhado pela severidade inoportuna e sem discernimento da educação na produção de neuroses, ou o preço, em perda de eficiência e capacidade de prazer, que tem de ser pago pela normalidade na qual o educador insiste. E a psicanálise pode também demonstrar que preciosas contribuições para a formação do caráter são realizadas por esses instintos associais e perversos na criança, se não forem submetidos à repressão, e sim desviados de seus objetivos originais para outros mais valiosos, através do processo conhecido como ‘sublimação’. Nossas mais elevadas virtudes desenvolveram-se, como formações reativas e sublimações, de nossas piores disposições. A educação deve escrupulosamente abster-se de soterrar essas preciosas fontes de ação e restringir-se a incentivar os processos pelos quais essas energias são conduzidas ao longo de trilhas seguras. Tudo o que podemos esperar a título de profilaxia das neuroses no indivíduo se encontra nas mãos de uma educação psicanaliticamente esclarecida. Não foi meu objetivo neste artigo colocar ante um público cientificamente orientado uma descrição do alcance e do conteúdo da psicanálise ou de suas hipóteses, problemas e descobertas. Meu objetivo terá sido atingido se eu tiver deixado claras as muitas esferas de conhecimento em que a psicanálise é de interesse e os numerosos vínculos que começou a forjar entre elas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

sábado, 26 de maio de 2012

Paixão - Inácio de Loyola

Inácio de Loyola, em ¨ Exercícios Espirituais ¨, o grande fundador dos Jesuítas, tem como lugar prioritário em seu discurso o controle das paixões. As paixões tendem a ser ¨ desordenadas ¨, precisando, portanto, de uma ¨ ordenação ¨. - Vencer a si mesmo, é saber que a sensualidade obedece à razão, e todas as partes inferiores estão sujeitas às superiores. ( Loyola, 1986, p. 95 ). - Em ¨ Ordenação dos afetos ¨ (Paixão), tenta desviar-se do caminho ascético, para dispor as paixões ao serviço de Deus. A questão continua a ser pertinente, porquanto parece só existir dois caminhos; a entrega à paixão dos homens por outros homens, ou a substituição do outro pela figura de Deus, em que a paixão apenas muda de lugar, e os pressupostos que conduzem o sujeito à paixão, mantêm-se virgens, intocáveis. O que parece estar em causa para Loyola, e para a maioria dos crentes em Deus, não é a paixão em si mesmo, como causadora de excessos, de frustrações e desavenças, que podem conduzir o homem até atos de violência e criminosos, mas que ela seja desviada do reino dos homens, fazendo sentir-se na figura de Deus. Só assim, podemos entender as atrocidades cometidas pelos homens da Igreja na Idade média, em que podemos perceber o deslocamento da energia, sem, no entanto, dissolver o conflito interno que invade o sujeito, e continua atuante. Será, que sem essa paixão não pode existir a crença em Deus ? Como afirmam alguns autores, a paixão é devida a uma falta de racionalidade, e se ela tende a permanecer, seja em que circunstância for, não deixa de ser irracional por isso, o que convenhamos, que aquilo que parece pender a seu favor, bem vistas as coisas, será uma lança apontada para si mesmo. A questão parece ficar resolvida a partir do que para uns lhes parece ser o bem, que por si mesmo possui uma razão, mesmo não compreendida que seja, desta feita tão irracional como a própria paixão, o que nos coloca no campo do julgamento, que apresenta suas razões terrenas, que não divinas. Perante este cenário, do aceite por uns e não compreendido por outros, só mesmo a confrontação será possível, num cenário próprio de prepotentes e intolerantes, que podem conduzir o homem pelo mesmo caminho da destruição e barbárie. O que parecia controlado, afinal não estava, apenas estaria adormecido. Nada mais poderia ser pedido ao conhecimento da época, e de outras épocas, mas a realidade, é que uma vez implantada essa ordenação das paixões entre os homens de então, nos dias de hoje ainda custa admitir a existência de outras formas, que possam conduzir o ser humano à dissolvência de suas paixões, porque delas precisam outros homens, como forma de os tentar conduzir em rebanho, por determinado caminho. Como a paixão tolda a capacidade racional do indivíduo, e disso não duvidamos, estamos todos de acordo, também, na maioria dos casos, a lei do pai não será compreendida, pelo que suas atitudes e ações mancham suas mãos de sangue, porque de paixão são nutridos. A busca de um meio termo ideal, sugerida como equilíbrio, como refere Inácio de Loyola, será o desfazer da paixão, que uma vez conseguida não pode ser colocada ao serviço de Deus, porque de fato já não existe mais. O que na realidade desejava Inácio de Loyola, com seu discurso ? Em última instância deparemo-nos com algo que é repudiado o tempo todo por homens de ¨ índole moral elevada ¨, que ao introduzirem o romantismo, o belo, o fantasioso, imaginário e o irreal, como fatores artificiais, nada mais fazem que ressuscitar o hedonismo, embora através de caminhos desviantes, como seja, colocar a paixão ao serviço de Deus. Tenho dúvidas, que essa prestação de serviços possa servir a quem não cumpre as leis de Deus, e simplesmente tem por ele paixão, adoração, ignorando as regras a cumprir na relação com outros homens. A realidade nos mostra essa diferença, entre a paixão por Cristo, por Deus, ou Nossa Senhora, e o cumprimento das regras que os homens devem observar na relação com os demais seres humanos. Desse modo, tal paixão está envenenada, adorando o pai, e fazendo as maiores atrocidades na sua ausência, como menino perverso, que apenas teme a punição, mas não deixa de transgredir. Apenas pretende sua proteção, ignorando as leis que deve observar. Nenhum de nós pode ter dúvidas quanto à paixão à divindade, nem tenho qualquer dúvida do amor entre pais e filhos, mas a realidade nos faz saber, que o objetivo principal, a relação saudável, que uma vez degradada fere de morte o ser humano, não emerge do amor, nem da paixão, mas da falta de observação de regras, como as inscritas nos dez mandamentos. Estas pertencem a um patamar diferente da evolução humana, que nada tem a ver com o amor, ou paixão, mas com uma postura desviante, que provém da formação dos próprios pais, transmitida a seus filhos. È precisamente devido a essa formação familiar, que o amor se torna em ódio, de onde emergem sentimentos hostis e violentos, que coloca em causa o processo de humanização, e a própria socialização. È por ela, que as paixões se afirmam, como exigências extremas derivadas de exigências primárias exageradas e irritantes, que só podem ter uma saída, porque o que se pretende uniforme, não consegue gerir a diversidade. Significa, que uma impossibilidade gera uma possibilidade, seja qual for, como forma de preservação da vida e sua continuidade, em que podemos falar de uma amputação à sua própria natureza, criando mecanismos artificiais de estar perante a vida. Não existe o desejo de reconsiderar os processos de formação da criança, mas apenas, e tão só, o desejo de conversão, de repressão e tentativa de controle daquilo que lhes parece inaceitável, que pelos vistos, e a realidade está aí para enxergarmos, não teve o sucesso desejado, em que as atrocidades se sucedem, gerando um clima de terror e insegurança. Não creio que só desse modo a palavra do Senhor possa ser ouvida. E se porventura a palavra de Deus não se faça ouvir, talvez nem exista essa necessidade, porque implantada no terreno, não precisa da constante presença do Pai, e de seus profetas para que possa ser cumprida. Curiosamente, é nos países que mais evocam a figura de Deus, não importa qual a religião, que podemos constatar as maiores desgraças humanas, o que serve de prova ao mencionado atrás. Difícil separar as ordenações emanadas dos conventos, dos conceitos filosóficos e da própria psicologia, porquanto, em traços gerais regem-se pelos meus princípios básicos – Desejo de conversão – repressão – tentativa de controle. Aquilo que é não pode ser, e o desejado por outros não pode acontecer, porque desejos diferentes tornam-se inconciliáveis, em que só a repressão pode dar lugar á conversão, que se traduz na sensação de existência de controle, que de fato não existe. Este tem sido o drama ao longo de nossa história. O absurdo provém de uma formação infantil, que por incapacidade própria, e também devido a uma incapacidade das estruturas que tratam da sanidade mental, não conseguem encontrar uma formação adequada, recorrendo sempre aos mesmos processos repressivos, intolerantes e controladores, que posteriormente, devido ao fracasso dessa política, requer o mesmo tipo de tratamento punitivo. Andamos em circulo sem conseguir encontrar uma saída, em virtude dos princípios determinarem os meios para atingir uma finalidade, que uma vez não plenamente conseguida, repete-se o círculo de novo, e do mesmo modo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Esse monstro - O inconsciente II

Se a maioria das pessoas não deseja a realidade que enxergam todos os dias, como os roubos e a corrupção, os abusos sexuais e a violência, as agressões e os assassinatos, o que lhes faltará para afastar de seu horizonte tais tragédias ? Ser indiferente aos acontecimentos seria voltar as costas a um problema social que as afeta, que coloca em causa sua segurança e estabilidade emocional. Por outro lado, sentem-se impotentes em transformar a realidade que observam todos os dias, pelo que o único recurso que lhes resta é a reclamação por mais policiais nas ruas, e uma justiça capaz de julgar, condenar e punir. Na verdade, por muito que desejem, transformar a realidade não está nas suas mãos, pelo que, será apenas através do julgamento, condenação e punição, embora necessária, que algum dia podemos esperar que tais cenas sejam banidas do cotidiano. Porém, a realidade nega que seja esse o caminho. Algo mais deve ser feito para que possamos a médio prazo inverter esta triste realidade. Quem estuda e investiga os fenômenos mentais segundo os princípios da psicanálise, também está atento a tanta desordem social e moral, mas faz saber que a raiz do problema não se encontra na economia de mercado, sociedade de consumo, ou na liberdade, apenas estes fatores tendem a potencializar uma dinâmica interior psíquica desajustada. É na raiz do inconsciente proveniente de uma manipulação inadequada consciente na formação infantil e educação, que se encontram os motivos, que levam um ser humano a cometer desmandos e as maiores atrocidades. Não será difícil admitir, que só trabalhando o que permanece no inconsciente podemos algum dia esperar que tais cenas trágicas passem a ser esporádicas, diminuindo o nível de sensação de insegurança entre as pessoas. Se considerarmos, que esse vínculo ao inconsciente é garantido por uma formação e educação inadequada, não será em outro lugar, que podemos encontrar a solução para mudar a médio prazo a realidade que observamos hoje. Será no descascar dessa realidade infantil, que causou traumas, e desvios a uma postura de respeito e consideração pelo outro, que nos devemos debruçar, e esforçar para encontrar uma fórmula equilibrada de coexistência. Afirmar, que aquilo, que nos é dado a observar, está bem, ou mal, condenar e punir, não tenho dúvidas que possa ter um efeito imediato, mas não duradoiro, em que a tendência será para repetir mais á frente quando as circunstâncias se mostrarem propícias. A diferença entre alguns projetos e a psicanálise, reside no entendimento que só é possível mudar o rosto dessa peste violenta, que atenta contra a liberdade individual, a partir exatamente da formação e educação adequada a cada ser humano, e da intervenção psicanalítica, que possa levar o indivíduo a reformular seu sentido de vida.

domingo, 13 de maio de 2012

Esse monstro - O inconsciente

Navegando pela net, apercebo-me da revolta contra esse bicho, que parece ser o inconsciente para a maioria das pessoas, que comete as maiores loucuras e atrocidades, que nem a consciênia, ou o ser consciente consegue parar. Potência de uns, que gera impotência de outros, denota a falta de alternativas no campo da formação, educação e relação humana, em que se insiste sempre no mesmo, na repressão, e na perseguição a um animal feroz e destruidor, chamado inconsciente. O problema é que ele não é animal, nem coisa, e ainda por cima é indestrutível. muito embora possa dar a idéia de estar adormecido, aniquilado, de vez em quando desperta para fazer das suas. Instinto, Id, inconsciente, irracional, de acordo com nossa cultura é tudo farinha do mesmo saco, sendo responsáveis por tudo que acontece de mau na relação entre os homens, cujas designações são vistas como atributos exclusivos dos animais selvagens. A falta de alternativas impõe mais repressão, e o aprisionamento a determinadas atitudes consideradas pela sociedade como boas, dando a idéia que qualquer policial é formado em ciências humanas, tentando estabelecer a ordem pela força, em que a transgressão e a punição continua a ser o pão nosso de cada dia. Alguém, ou alguma coisa tem que servir para Cristo, quando teimosamente só desejamos enxergar um lado da história. Não é segredo para ninguém, que quando a maioria mete a cabeça para um lado, de nada valerá combater essa tendência, que por norma acaba em destruição. Só resta a cada um seguir seu próprio caminho.

sábado, 28 de abril de 2012

Portugal – Que país é esse ?

Afinal, a crise não é para todos, coisa que não é novidade, em que a desgraça está em quem nos governa, e não com quem é governado, ou deixa-se governar, manipulado por um poder, que afirma defender os interesses das pessoas, quando na prática as desprezam. Não é segredo para ninguém, que a crise foi instalada pela ganância dos grupos econômicos, liderados por suas instituições bancárias, que em vez de ser decretada sua falência, como o que acontece a qualquer empresa, ou pessoa física, foi-lhes concedido mais recursos financeiros para continuarem a reinar a seu belo prazer. As famílias portugueses, devido à crise, estão a entregar aos bancos 25 casas de habitação por dia, em média, por não conseguirem realizar seus compromissos financeiros para com eles, a quem pediram os empréstimos. Entretanto os calotes dos bancos quem paga é o Zé. Essas casas irão a leilão, e adivinhem quem vai lucrar com isso ? Decerto não será o que não tem dinheiro para sustentar sua família, em que aqueles, que ainda não estão ricos, têm agora uma boa oportunidade de realizar seus desejos. Entretanto, os governantes não trataram de saber o que pode acontecer a essa gente sem teto para morar, porque morar debaixo da ponte, ou nos bairros de lata, para eles parece ser coisa de menos importância. E assim vamos construindo um Portugal de afavelados, de bairros pobres, em perfeito contraste com moradias de se lhes tirar o chapéu, pintadas de rosa chique, e de barrigas bem dilatadas. Para o Zé à rasca não existem pacotes financeiros para uma crise financeira, nem o perdão da dívida, de que pouco, ou nada sabem, e para a qual não contribuíram, mas, por outro lado, as ajudas estão aí para quem a fabricou. Quando toda a gente fala de moral, de ética, não sei onde a encontrar.

O ser psicanalítico

Psicoanalizare: O ser psicanalítico: O homem, como ser dotado de inteligência e razão, livre arbítrio e paixão que a vontade pode controlar, cada vez mais pertence ao mundo do i...

sábado, 21 de abril de 2012

Fantasmas

As pessoas, que afirmam ser possuídas por figuras fantasmagóricas, ter visões, apresentam por norma uma resistência exagerada à análise, e quando a procuram, o motivo porque o fazem não é esse, mas sim a impossibilidade de resolver seus conflitos na relação com os outros. O ser possuído, e aqui a designação possui amplo significado, lhes parece garantir um poder, que de fato não têm, apenas a sensação de manipular as coisas para além da realidade, o que lhes confere um poder semelhante a Deus. A realidade é que uma vez submetidos à análise, e a ela se entregar de corpo e alma, ao fim de algum tempo as aparições, visões e sensações estranhas, na maioria dos casos, como que por encanto deixam de existir, o que me leva a crer, que sua intensidade narcisista diminuiu um pouco. O problema da resistência é o entrave para o bom êxito da análise. Parece existir um medo em perder algum poder interior sobre as pessoas e o mundo exterior, cujos conflitos relacionados, nos fazem saber da importância dos objetos para o indivíduo, deixando de trilhar seu próprio caminho, em cuja autonomia deveria investir. Mas a realidade é que não sabe como o fazer.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Ódio mortal

Quando observo crianças em manifestações hostis, sujeitas à morte, como no conflito Israel / Palestina, penso que o clima de ódio está entranhado de tal modo nas famílias, que não mais tem solução, e só a destruição será possível. Alimentar qualquer dos lados é, no fundo alimentar, e manter este estado deprimente a que chegou o ser humano.

sábado, 24 de março de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

Pensamento destruidor

Filosofia psicanalítica da mente Bem sei, que só qualificamos um ato de intencional quando é praticado de forma consciente, com intencionalidade, sendo a tentativa de definir o maldoso do ignorante, ou do imprudente, por exemplo. Mas será, que em termos científicos pode, ou deve ser aplicado da mesma forma ? Aqui, a determinação implica a intencionalidade, e somos levados a deduzir que ela só existe mediante uma forma de pensar, que impõe às coisas, e aos atos uma certa intencionalidade, Mas será mesmo assim ? Se o mundo e as coisas não foram, ou não são determinadas, por algo, ou alguma coisa, podemos falar de uma ordem superior, de um ser divino e do criador ? Existe ou não, a intenção de criar ? O contraditório nos conduz á magia Nos arrastamos eternamente pelo campo filosófico, em que as palavras que tentam clarear, também nos parecem levar ao mundo das trevas, porquanto nosso saber é limitado, e nossa consciência um grau de areia no imenso deserto. Se não existisse determinação nos elementos químicos como entender as valências ? Neste caso, podemos dizer que a intencionalidade material reside no poder de atração de dois elementos químicos. Se o Universo não fosse provido de intencionalidade, e determinado a manter-se segundo condições estabelecidas através da própria natureza das coisas, decerto não haveria mundo tal qual o conhecemos. Assim, a determinação, ou seja, um fenômeno cheio de intencionalidade, como vetor de uma força, a que designamos por vontade, não será devido em exclusivo a fatores psicológicos, dada a constatação da existência de atos involuntários dos próprios corpos, como derivados da genética e biologia. Não aceitamos que assim possa ser, porque nos entretemos ao longo dos séculos a tentar destruir a intencionalidade dos instintos, em vez de os conduzir a bom porto, retirando deles toda a força de sua própria natureza, que poderia beneficiar a humanidade. Assim, só a destruição nos espera.

terça-feira, 13 de março de 2012

Psicoanalizare: A dor e sofrimento nas histéricas

Psicoanalizare: A dor e sofrimento nas histéricas: •Incorporação do demónio A dor será a provocação do corpo em si mesmo de um determinado estado de alteração, mais ou menos insuportável,...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Prova científica da teoria de Freud

Cura pela Palavra: Psicoterapia pode Reorganizar Circuitos Neurais, aponta estudo Uma das principais críticas às ideias de Sigmund Freud sobre o funcionamento da mente é a suposta ausência de comprovação científica, apesar dos resultados práticos no tratamento do sofrimento psíquico e seus sintomas. No entanto, os avanços na técnica de neuroimageamento têm possibilitado o estudo dos efeitos cerebrais do método da “cura pela palavra”. Duas pesquisas, da Universidade de Amsterdã e da Universidade de São Paulo (USP), mostram que a psicanálise e a psicoterapia causam alterações em áreas neurais relacionadas à tomada de decisões e ao controle das emoções. Pesquisadores holandeses registraram durante quarto meses a atividade cerebral de 35 voluntários diagnosticados com transtorno de estresse póstraumático (TEPT). Parte deles frequentou sessões de psicanálise e o restante não passou por nenhum tipo de psicoterapia. As imagens revelaram que o grupo que fez o tratamento apresentou maior atividade no córtex pré-frontal. Além disso, os pacientes mostraram- se menos aflitos ao falar sobre suas recordações e relataram menor frequência de pesadelos e pensamentos recorrentes. O outro estudo, do Instituto de Psicologia da USP, avaliou os resultados da terapia cognitiva (TCC) e obteve dados parecidos. O psicólogo Julio Peres acompanhou por dois meses o tratamento de 16 voluntários com TEPT submetidos a sessões semanais de psicoterapia de exposição e reestruturação cognitiva, que consiste em confrontar o paciente com sua experiência traumática e estimulá-lo a reavaliar o próprio medo. As neuroimagens registradas ao longo do experimento mostraram que a atividade da amígdala – região relacionada à vigilância, à percepção de ameaça e às emoções – diminuiu em comparação com o grupo de controle, formado por 11 pessoas. Esse experimento indica que o tratamento pode modificar circuitos neurais. Segundo Peres, as alterações concentram-se em áreas relacionadas a dores e dificuldades, o que evidencia o potencial terapêutico da psicoterapia. Fontes : Mente e Cérebro - news.psicologado.com/neuropsicologia

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Exclusão social

Escolher entre os iguais excluindo os diferentes é o grande drama da sociedade atual. Não será de forma consciente, e devido á consciência, que escolhemos a mediocridade, a safadeza, o poder cego da santa ignorância, da estupidez, e da brutalidade humana, mas antes, tem sua origem numa forma representada no inconsciente, que exige a uniformidade e a exclusão bem vincada derivada de uma identificação por semelhança

sábado, 28 de janeiro de 2012

O horror ao sacríficio

A idéia, que é necessário renunciar aos prazeres para ser um homem bom, tende a contrariar a natureza humana, em que a tristeza, o sentimento de culpa e a angústia tomam conta da sua vida. Pelo o contrário, o homem tende a tornar-se bom e dócil, quando desfruta do bem estar e prazer, e neste aspeto a mulher sabe bem do que estamos a falar, quando liberta o corpo na tentativa de amansar a fera contida no seu interior. O certo ou errado dessa relação, na maioria das vezes é coisa secundária, em que só existe a visibilidade das consequências, o que vem demonstrar a importância que o princípio de satisfação tem para o indivíduo.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Narcisismo – Uma força da natureza.

Psicoanalizare: Narcisismo – Uma força da natureza.: O narcisismo, enquanto força não pode ser considerada benéfica ou maléfica, dado que apenas determina um sentido, que tem a ver com a posse,...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre o ensino da psicanálise nas universidades

Psicoanalizare: Sobre o ensino da psicanálise nas universidades: A questão da conveniência do ensino da psicanálise nas universidades pode ser considerada sob dois pontos de vista: o da psicanálise e o da ...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Estética / Investimento

Psicoanalizare: Estética / Investimento: Amor, sexo e beleza. O investimento em estética aumenta a cada dia, em que o ser belo, cheiroso e gostoso, para a maioria parece ser sinóni...