terça-feira, 15 de maio de 2012
Esse monstro - O inconsciente II
Se a maioria das pessoas não deseja a realidade que enxergam todos os dias, como os roubos e a corrupção, os abusos sexuais e a violência, as agressões e os assassinatos, o que lhes faltará para afastar de seu horizonte tais tragédias ?
Ser indiferente aos acontecimentos seria voltar as costas a um problema social que as afeta, que coloca em causa sua segurança e estabilidade emocional. Por outro lado, sentem-se impotentes em transformar a realidade que observam todos os dias, pelo que o único recurso que lhes resta é a reclamação por mais policiais nas ruas, e uma justiça capaz de julgar, condenar e punir.
Na verdade, por muito que desejem, transformar a realidade não está nas suas mãos, pelo que, será apenas através do julgamento, condenação e punição, embora necessária, que algum dia podemos esperar que tais cenas sejam banidas do cotidiano.
Porém, a realidade nega que seja esse o caminho.
Algo mais deve ser feito para que possamos a médio prazo inverter esta triste realidade.
Quem estuda e investiga os fenômenos mentais segundo os princípios da psicanálise, também está atento a tanta desordem social e moral, mas faz saber que a raiz do problema não se encontra na economia de mercado, sociedade de consumo, ou na liberdade, apenas estes fatores tendem a potencializar uma dinâmica interior psíquica desajustada.
É na raiz do inconsciente proveniente de uma manipulação inadequada consciente na formação infantil e educação, que se encontram os motivos, que levam um ser humano a cometer desmandos e as maiores atrocidades.
Não será difícil admitir, que só trabalhando o que permanece no inconsciente podemos algum dia esperar que tais cenas trágicas passem a ser esporádicas, diminuindo o nível de sensação de insegurança entre as pessoas.
Se considerarmos, que esse vínculo ao inconsciente é garantido por uma formação e educação inadequada, não será em outro lugar, que podemos encontrar a solução para mudar a médio prazo a realidade que observamos hoje.
Será no descascar dessa realidade infantil, que causou traumas, e desvios a uma postura de respeito e consideração pelo outro, que nos devemos debruçar, e esforçar para encontrar uma fórmula equilibrada de coexistência.
Afirmar, que aquilo, que nos é dado a observar, está bem, ou mal, condenar e punir, não tenho dúvidas que possa ter um efeito imediato, mas não duradoiro, em que a tendência será para repetir mais á frente quando as circunstâncias se mostrarem propícias.
A diferença entre alguns projetos e a psicanálise, reside no entendimento que só é possível mudar o rosto dessa peste violenta, que atenta contra a liberdade individual, a partir exatamente da formação e educação adequada a cada ser humano, e da intervenção psicanalítica, que possa levar o indivíduo a reformular seu sentido de vida.
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