Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nietzsche e a consciência

Qual a razão de não ler Nietzsche ?
Ele próprio dá a resposta.

Depois de ter passado muito tempo perscrutando os filósofos, lendo-os nas entrelinhas, acabei verificando que a maior parte do pensamento consciente também deve ser incluída entre as atividades instintivas, até mesmo a meditação filosófica.
A esse respeito precisamos aprender a julgar de outra maneira, como já fizemos em relação á hereditariedade e aos "caracteres adquiridos". Assim, como o ato de nascimento não é levado em consideração no conjunto do processo de nascimento, assim o fato da consciência, não está, de uma maneira decisiva, em oposição aos fenómenos instintivos, pois, em um filósofo, a maior parte do pensamento consciente é secretamente conduzido pelos seus instintos. e obrigada a seguir um caminho já traçado.
Atrás da própria lógica, e atrás da autonomia aparente de seus movimentos, encontram-se apreciações de valores ou, para me exprimir mais claramente, exigências físicas que devem servir á conservação de um determinado género de vida.
Afirmar, por exemplo, que o determinado tem mais valor do que o indeterminado, a aparência menos valor do que a " verdade ", semelhantes valorizações, a despeito da importância reguladora que têm para nós, só poderiam ser valorizações superficiais, uma espécie de boba ingenuidade, útil talvez para a conservação dos seres tais como nós. Admitindo, é claro, que o homem não seja a " medida das coisas ".
A falsidade de um juízo não é, para nós, uma objeção contra esse juízo.
Isso é, talvez, o que a nossa nova linguagem apresenta de mais estranho.
Trata-se de saber em que medida esse juízo acelera e conserva a vida, mantém e mesmo desenvolve a espécie. E, por princípio, somos levados a crer que os juízos mais falsos ( de que fazem parte os juízos sintéticos a priori ) são, para nós, os mais indispensáveis, que o homem não poderia existir sem o curso forçado dos valores lógicos, sem medir a realidade pelo o estalão do mundo puramente fictício do incondicionado, do idêntico a si mesmos, sem uma falsificação constante do mundo, pelo número.
Por princípio, somos levados a crer que, renunciar aos juízos falsos seria renunciar á vida, negar a vida.
Confessar que a mentira é uma condição de vida é, certamente, se opor perigosamente ás valorizações habituais, e bastaria que um filósofo ousasse fazer isso para se colocar acima do bem e do mal.
( Além do bem e do mal )

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