Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Violência em Belo Horizonte

Entre o bem e o mal encontramos a guerra, que por bem tenta matar o mal, faltando desde logo ao primeiro mandamento, ¨ Não matarás ¨ .
O que será o bem, ou, como é entendido pelo o estudante de Educação física, que á porta da faculdade, segundo a notícia, das mais prestigiadas da cidade, esfaqueou o professor causando-lhe a morte ?
O bem para ele é equivalente ao bom, que por ser-lhe negado o chocolate, entenda-se nota suficiente para passar de ano lectivo, coisa que o infeliz professor, decerto por birra negou, não teve meias medidas, e fez justiça por suas próprias mãos, acabando com a raça daquele que tinha por missão avaliar os conhecimentos.
O ensino não pode ser mercantilista, dizem uns, em que se esquece os valores humanos, e tendem a emergir formas de poder social, económico e político.
Existe algo de verdadeiro em tais afirmações, mas o ensino mercantilista pode coexistir tendo em conta fatores de humanização, tudo depende daquilo em que se acredita, e na vontade de levar por diante projetos nesse sentido.
Para além de qualquer discussão, existem princípios imutáveis, que não conceitos, e um deles é irrefutável – Não pode existir socialização, sem humanização, e nunca será através da socialização, que o ser humano pode chegar á humanização.
Mais tarde ou mais cedo, o que julgamos socializar, ou estar socializado, é despertado para a violência, porque nele está incorporado o gérmen da guerra contra o outro, entendido como entrave aos seus próprios desejos.
É preciso estar muito doente para chegar a este ponto.
O teatro mais uma vez saiu á rua, a imprensa vive de acontecimentos, o exaltação samba promete dias melhores, porque pior não pode ficar, e titiricando damos asas á nossa imaginação, sem que seja necessário afrodisíacos, ou crack.
Amanhã será outro dia, e comparado com os cinco mil assassinatos / ano, só no Estado do Rio de Janeiro será uma gota de água no Oceano, coisa sem importância, a não ser para as respectivas famílias e amigos.
Mas o outro lado da história, que todos podem observar através da televisão, e dos demais meios de comunicação, que são os depoimentos de autoridades, colegas e professores, parece que nenhum de nós está interessado em enxergar.
Era um indivíduo que fervia em pouca água, afirmam algumas colegas.
Explodia quando contrariado, afirma um outro colega.
Os professores, a instituição escolar, e as autoridades sabem quais são os alunos potencialmente agressivos, mas só reagem á agressão, e á morte, em que a palavras nesse momento não podem ser outras, que não de condenação e punição.
Um indivíduo potencialmente agressivo, sabemos bem que é um sério candidato à pratica da violência e crimes de sangue, mas acreditamos, e esperamos que nada possa acontecer.
O trabalho de prevenção, ou seja de humanização, fica assim, desse modo por fazer.

Fica a pergunta:

- Não seria melhor enviar esses indivíduos para um trabalho de análise durante um certo período, assim que fosse detectado alguma agressividade gratuita, do que assistirmos impotentes a tantas tragédias, que infelizmente, ceifa a vida de quem pretende dar um pouco da sua, em prole da sociedade ?

Talvez por medo de encarar que estamos perante uma sociedade adoecida, e proceder de acordo, sejamos surpreendidos por uma sociedade de suicidas e assassinos, em que a culpa pode ser endereçada a quem pratica tamanhos desmandos, que foram possuídos pelo o espírito maligno, isentando todos aqueles que tem por missão formar as crianças de hoje, adolescentes e homens de amanhã.

A culpa é sempre do outro. Nós somos os meninos bem comportados.

Haja coração.

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