Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sábado, 18 de dezembro de 2010

Fazer amor

Todos falam de amor, cada um do seu jeito, mas fazer amor, sáo poucos aqueles que fazem acontecer.
Hoje trago aqui um texto da nossa amiga Eloisa, que demonstra que fazer amor brincando, brincando / amando, sendo altruista, garante a felicidade de quem ama, e pode amar.

Segunda-feira, 6 de dezembro de 2010O que é Arteterapia
A Arte “em” e “como” terapia
O uso da arte como recurso expressivo remonta aos tempos primordiais, quando os hieróglifos, os rituais e as mímicas representavam formas de comunicação do homem com o mundo interno e externo. A Arteterapia, prática que propõe a utilização de recursos artísticos como ferramentas de um processo terapêutico, surgiu de forma sistematizada em 1941 nos EUA. Apresenta-se como um novo modelo investigativo da psique humana que vem crescendo e ganhando espaço na área de saúde e desenvolvimento humano. A partir do estímulo ao potencial criativo inerente a todo indivíduo, e do resgate da “criança adormecida” e do lúdico em nossas vidas, surgem novas formas de expressão dos questionamentos íntimos, das angústias, dores e medos.
Partilhando da visão poética de Boechat (apud URRUTIGARAY, 2003), um dos propósitos da Arteterapia é a libertação das mãos, criativas e criadoras, aprisionadas no ocidente em função de uma cultura cerebral, industrial e tecnológica. Qual a última vez que você desenhou, colou, pintou ou brincou com barro? A Arteterapia se predispõe a resgatar a liberdade criativa das mãos e recuperar atividades esquecidas ao longo da nossa formação.
Através do desenho, pintura, colagem, modelagem, poesia, contos, dança, teatro etc, e da reflexão em torno do que é produzido, os conflitos internos passam a ganhar forma, sendo configurados, confrontados e integrados, agora de forma consciente. Como bem nos lembrou Toquinho numa de suas canções (“Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, num instante imagino...”), o contato com tintas, cores, barro, música, dentre outros materiais de trabalho, desperta no cliente estímulos sensoriais que favorecem o aparecimento de imagens carregadas de significados subjetivos. Alguns desses estímulos nos remetem a lembranças e memórias afetivas, nos fazendo entrar em contato com a nossa história e com nossos sentimentos mais profundos. Essas imagens, emoções e conteúdos emergentes são então discutidos e analisados, possibilitando uma melhor elaboração por parte do indivíduo. A materialização de imagens simbólicas permite o confronto e a conseqüente atribuição de significado às informações oriundas de níveis mais profundos e desconhecidos da psique. Transformando materiais, possibilita-se uma transformação no nível psíquico. Criando formas e corporificando símbolos, o indivíduo se recria, reconstruindo a sua relação consigo mesmo e com o mundo.
Você pode estar se dizendo: “Mas eu não sei nem pegar num pincel e desenho da mesma forma desde os meus 10 anos!!!”. Nenhum problema quanto a isso! Habilidades técnicas nos são bem menos preciosas que a predisposição a entregar-se na jornada do desvelar a si mesmo. Fundamental para nós é a expressão do subjetivo, o diálogo interno e a desmistificação de conteúdos e símbolos inconscientes que tendem a nos assustar ou paralisar. A arte aqui é entendida como meio de expressão e não cabe abordar questões de ordem acadêmica ou plástica. O valor simbólico da produção artística, na visão da Arteterapia, precede o seu valor estético.
Esse novo modelo terapêutico vem encontrando receptividade e espaço em diversas áreas de atuação: hospitalar, escolar, clínica, organizacional, comunitária, ONG, CAPS, dentre outras. Apesar de essa prática ter se expandido inicialmente na área de saúde mental, a sua utilização não se restringe a um público específico. Todos, não importa a idade, podem se favorecer com o despertar de potencialidades, o acesso às imagens do inconsciente e a possibilidade de ressignificar as experiências vividas, benefícios básicos da prática da Arteterapia. Trata-se de um convite ao autoconhecimento através de um caminho lúdico, criativo e prazeroso. Além disso, muitas vezes, torna-se mais fácil pintar uma angústia ou um trauma que falar sobre eles...

“Se cada dia cai, dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa.
Há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência.”
(Pablo Neruda)
Sinta-se convidado, enquanto indivíduo em ação, a “pescar” sua “luz caída” através desse universo de cores, símbolos e descobertas, permitindo que a claridade revelada pelas suas próprias mãos possa trazer um sentido ainda maior à sua história de vida.
blog - arteinfantil-elartes.blogspot.com

texto de :Carla Maciel é psicóloga (UFBA), psicoterapeuta junguiana (IJBA)) e especialista em Arteterapia pela Universidade Denis Diderot Paris VII – França. Atualmente é professora, supervisora e coordenadora da Pós-Graduação em Arteterapia Junguiana do Instituto Junguiano da Bahia.

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