Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sábado, 12 de junho de 2010

Educação - As escolinhas de futebol

Quando a criança se apresenta para participar numa modalidade, seja qual for, ela o faz com alegria, para ela é um jogo, mas sem perceber que vai sujeitar-se a regras, para que possa ter uma certa disciplina que o jogo exige.
A participação coletiva, a convivência com outros seres humanos, oriundos dos mais diversos extratos sociais, de diferentes raças, de poder económico diferenciado, pertencentes a outras culturas, esbatem os preconceitos que possam existir, para começarem a perceber que afinal somos todos iguais, mais ou menos, como diria um amigo meu.
A criança confronta-se com um outro mundo exterior, e a sua resposta inicial é derivada da sua formação familiar, que necessita de ser adaptada.
Uns tentam não atender a essas regras, as transgredir, ocupando todo o espaço e invadir o dos outros. Alguns ouvem as instruções e as seguem com tanto rigor, que são incapazes de serem criativos, e de sair alguma vez do seu raio de ação.
Aos primeiros o técnico lhes tenta condicionar os movimentos, e aos outros os incentiva, para que possam ser criativos e participar mais no jogo.
Ao impor uma disciplina em relação ao jogo, o seu trabalho é de maior importância no aspecto formativo, da educação, do que própriamente nos resultados desportivos, substituindo tantas as vezes a família nesse papel.
È ele que observa quem tem pela frente, que gere o lado humano e as suas relações com os outros, e que vai tentar aproveitar as potencialidades de cada um, na tentativa de enriquecer o grupo, sendo este mais importante que o individual, aproveitando as energias a mais de uns, e tentando que outros ganhem alma, em que a bola é o elemento que os atrai e distrai nos movimentos que os vão cansar, e o time contrário é simplesmente o outro lado, que tem de existir para que se comece o jogo.
Nestas idades, a diferença de um ano, faz com que o poder físico se imponha, assim como a sua qualidade técnica e táctica, por levarem de avanço doze meses, em que repetiram milhares de vezes os mesmos movimentos que os mais novos ainda não experimentaram, daí que o resultado final de um jogo não deva merecer tanta atenção, mas antes a sua participação.
Mas se repararmos, alguns pais que estão a assistir, em vez de perceberem isso, promovem uma guerra na assistência, xingando o juiz e o técnico, querendo impor os seus valores, que embora não entenda, são complexos de inferioridade, com lamentáveis e tristes cenas, sendo ele o instigador da rebeldia e da transgressão do seu próprio filho, porque algo se está transformar neste, e não deseja, porque não dá conta em gerir os seus sentimentos, e o pretende preso ao seus princípios de formação familiar, não permitindo a liberdade à criança para escolher o seu próprio caminho.
Afinal ele também precisaria de um Filipão para o educar.

Olhamos as crianças correndo atrás de uma bola, dizemos que estão a brincar, mas na realidade o que isso significa? Olhamos, mas não observamos porque existe aquela necessidade de esbanjar energia, nem conseguimos entender o que o jogo pode dar à criança, e só quando nos debruçamos numa tentativa de reflexão vamos encontrar algumas respostas e começamos a ficar surpreendidos, porque o jogo é muito mais que o próprio jogo.
A primeira realidade prende-se com a necessidade do movimento, que tem a ver com a renovação de energia corpórea, é nesta constante renovação que o corpo se sente bem, não sobrando tempo para fazer outras traquinices, porque cansado e esgotado, deseja o repouso para recuperar as energias.
Percebe-se então, que é uma necessidade a descarga de energia, e que após uma pausa, o corpo recupera novamente a energia perdida, num perfeito movimento, que podemos considerar de vida.
A repetição constante do movimento, faz com que a criança adquira mais depressa uma coordenação motora e psíquica, é devido a esse mecanismo, o aperfeiçoamento devido a repetição do movimento, que com o treino adequado, a criança evolui na modalidade que escolheu. Ela começa então a perceber, que só treinando, exercitando, fazendo, pode atingir níveis de aperfeiçoamento, que numa relação de imagens, e tomando como exemplo o desporto, pode transferir o mesmo modo de pensar para os estudos e para o cotidiano. Só por isso valeria a pena, as entidades oficiais e não oficiais, investirem em cada bairro das cidades, em espaços que possam permitir às crianças o acesso a atividade desportiva, porque não se trata apenas de trazer ocupadas as crianças, mad dar-lhe motivação r ptazer tão necessário para a vida.
A idéia que a criança tem que aprender, sujeita a uma disciplina rígida, bem comportada e fechada no quarto a estudar, para ser alguém na vida, por vezes mais tarde se percebe que os pais colheram o fruto que não desejavam, porque não entenderam que o tempo próprio das brincadeiras, do jogo, da alegria, do movimento, em que ela se sente feliz, devia acontecer, e que a criança aprende, quando joga e pratica o seu desporto favorito, existindo uma disponibilidade física e psíquica, que lhe permite ser melhor.

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