Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

domingo, 1 de maio de 2011

Transtorno bipolar

A verbalização apresenta grandes dificuldades para expressar de forma precisa os fenômenos mentais, em que as designações encontradas podem de alguma forma levar as pessoas a entenderem coisa diferente.
Quando se menciona a palavra bipolar, significa que o mesmo transtorno apresenta dois pólos diferenciados, e de imediato nos fazem saber, que o sujeito que padece deste transtorno tanto pode apresentar uma euforia desmedida, como de seguida entrar num estado depressivo profundo.
Nos vem de imediato á idéia um fio elétrico ligado á corrente, que de um lado apresenta o pólo positivo (euforia) e do outro o negativo (depressão).
Tais fenômenos são de fato observados, mas a idéia que transparece da designação bipolar é que se trata da mesma força interior que apresenta essas características, ou seja, que são derivadas do mesmo transtorno, quando existem fortes probabilidades de não ser assim.
Para além da existência de várias causas que estão subjacentes á patologia, existem fatores circunstanciais que podem despertar forças interiores de diversa ordem, por isso fala-se em complexidade mental, que não podem, nem devem ter um leitura simples.
Por outro lado sabemos, que uma força não anula a outra, nem uma patologia determinada pode anular outra qualquer, embora uma delas possa evidenciar-se, pelo que será sempre de suspeitar que algo possa estar a montante que não é revelado.
O que se passa no transtorno bipolar é a existência de um transtorno original e um secundário como derivado, que tomaram caminhos diferentes, em que ambos coexistem no mesmo corpo, que não são bipolares, bem pelo contrário apresentam um movimento de sentido único.
O fato de atuarem em separado é a prova disso.
E não será porque o paciente entra em euforia que é forçado a entrar na depressão, mas já não estou tão certo, que para fugir á depressão profunda o corpo não tenha necessidade de entrar em euforia, cuja realização não é satisfatória, e por isso vai cair de onde pretendia fugir, percebendo-se um ciclo, mais ou menos fechado, que não uma bipolaridade.
Parece existir um fator determinante funcional, como necessidade do corpo, e um outro ideativo, como desejo psíquico, que ao tentarem estabelecer uma conexão não o conseguem fazer.
Contracatexia significa a existência de uma força alheia a determinado movimento de energia, que tende a exercer uma interrupção, ou bloqueio, a partir de elementos de interseção, que por diversos motivos apresentam a capacidade de interferir com o movimento primário.
Como dá para perceber não se trata propriamente de uma força contra a outra, como se fosse uma luta de galos, mas de algo exterior que se interpõe, que apresenta a capacidade de interromper, ou bloquear o movimento inicial dessa força.
Atente-se nos medicamentos anti depressivos, que dizem ser inibidores ou bloqueadores de determinada substância ativa.
Como o corpo se rege a partir do princípio de satisfação, a insatisfação será suportável até determinado limite, e cada um tem o seu, tende reverter a situação para que possa retornar ás condições de satisfação.
Como nos é dado a perceber encontramo-nos perante formas abstratas e inconscientes, que muito embora nos custe admitir comandam parte do movimento de nosso corpo.
Em psicanálise é fundamental operar ao nível do inconsciente, que apresenta como é sabido forças derivadas, sentidos de representações, que se entrecruzam, mas não se anulam, que tendem a emergir como desejos, procurando a atividade.
Porque inibidos podem ser impedidos de se revelarem, mas não estão inoperantes, apenas encontram-se aquietados á espera de uma oportunidade para se evidenciarem.
Ao recusar tratar designações e sintomas, o analista deve tentar encontrar a partir do processo primário, tendo em conta a genética e biologia, e toda evolução posterior, onde se deu a fragmentação de um determinado movimento, se é que ela se deu, ou procurar os derivados a partir de uma organização ideativa provocada pela formação familiar

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