Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

sábado, 28 de maio de 2011

A queda dos mitos

Nos tempos primitivos, as causas das maleitas nervosas e orgânicas, e todos os eventos naturais causadores de medo e destruidores eram endereçados aos Deuses, seres sobrenaturais que tudo podiam, que por isso teriam que ser tranqüilizados através de oferendas, orações e rituais.
Com o avanço da ciência e tecnologia no decorrer dos séculos alguns mitos vão caindo por terra, em que o ser humano aos poucos começa a perceber, que tais fenômenos são próprios da natureza, e o sobrenatural é colocado um pouco mais acima, num Deus único que tudo governa.
As causas dos desvios do comportamento, da insensatez, e de alguma loucura, eram entendidas como provenientes de um poder superior, que estaria para além dos próprios homens, que o transcendia.
Existem relatos, que há pouco mais de um século as mulheres histéricas e homossexuais, por exemplo, eram levados á fogueira por serem considerados aberrações da própria natureza, almas possuídas pelo o demônio.
Não será difícil perceber como o processo de desconstrução mental é lento, eu diria até, demasiado lento, a que nem todos os indivíduos e sociedades aderem, em que damos conta de vários andamentos, em que uns parecem estar colocados na primitividade, e outros na modernidade.
O mesmo podemos observar em alguns elementos de uma mesma comunidade, cujas diferenças são acentuadas em relação aos demais, gerando conflitos de toda a ordem.
Observemos o atraso com que o homem apanha o trem do mais saber, quando os grandes mestres que deixaram obra, só na realidade começam a ganhar algum relevo um século após sua morte, como se estivessem de quarentena á espera que o vírus fosse afastado da interioridade humana.
Não se trata da capacidade do homem em relação ao aprendizado, dado que ser inteligente tudo pode aprender, mas antes de uma recusa em incorporar novas idéias, que tendem a contrariar as existentes, emergindo uma sensação de violação a uma lei psíquica instalada.
A intolerância e prepotência do mundo de hoje, nos faz saber, que estamos de novo perante uma indecisão mental, em que uns não aceitam as ¨ modernices ¨, e os mentalmente ¨ evoluídos ¨ julgando-se iluminados recusam o pensamento mítico e primitivo.
Ainda não perceberam, que a evolução carece dessas diferenças, sendo o potencial diferenciado o único que é capaz de gerar energia, e mover o Universo, em que as diferenças aguça o desejo pelo o mais saber como meio de provar a si mesmo, que não aos outros, o quanto está certo de suas próprias convicções.
Enquanto afirmação de si mesmo o homem evolui.
Enquanto exclusão do outro o homem provoca a guerra.
Enganam-se todos aqueles que julgam que o caos pode conduzir inevitavelmente à guerra, dado que sem instabilidade não existiria evolução, mas parecem estar certos todos os outros,
que percebem nesse estado caótico os ventos da mudança.
Só nos resta saber quantos milhares de vidas têm que ser ceifadas, e em nome de quê, para regressar a humanidade a um controle emocional, que lhe permita uma relação harmonioso com os demais, seus semelhantes.
Os poucos indiferentes a essa luta insana, seguem seu caminho, um doloroso caminho, diria, dado que se excluem dessa sede poder, que tudo arrasa para continuarem as coisas mais ou menos como antes, em que tanto uns, quanto os outros apresentam o mesmo sintoma, embora estejam em lugares opostos.
Eis o mito da verdade e da razão, que tenta sobrepor-se a uma forma mitológica preconceituoso, que estabelece na prática a destruição, não dos mitos, mas da própria humanidade.

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