Apesar de toda a resistência heróica dos povos contra a invasão de outras formas culturais, religiosas e políticas, ainda existem dirigentes políticos que insistem em exercer repressão a tudo aquilo que se mostra diferente.
A menoridade de um estadista revela-se através das decisões que possam provocar a fragmentação de um corpo, que se deseja inteiro, em que harmonia e paz social, não significa necessariamente uniformização de conceitos, bem pelo o contrário, a evolução depende da diversidade.
Em causa não parece que esteja o coletivo, uma nação, um povo, mas a individualidade de um político que procura nos marketeiros políticos a solução para manterem-se no poder a qualquer custo, porque a fama, a glória, o dinheiro e as mulheres é para ele o presente de Deus.
Os fatos históricos são apenas histórias que tendem a repetir-se, que pelos vistos nada aprendemos com eles, em que a humanidade cai sempre na armadilha do destempero mental, que a conduz á guerra, á destruição, e ao derramamento de sangue de seu irmão.
Neste aspecto o pensamento de Freud saiu furado, por pensar que a intelectualidade levaria o homem a procurar a paz social, e que poderia constituir uma obstrução á procura da confrontação.
Intelectualidade é uma coisa. Preconceitos, crenças, mitos, tabus e medos é coisa diferente, que nada impede de coexistirem no mesmo corpo.
Se os cargos políticos por si só justificam elevados salários, vá lá saber porquê, não são sinônimo de sanidade mental, nem de competência em gerir os destinos de um povo, em que a política ainda não perdeu o hábito do circo Romano, em que os sanguinários aplaudem os gladiadores nessa luta insana contra a fera demoníaca, em nome do além, do Alá, ou de um Deus.
Ou será apenas um disfarce da sua prepotência e intolerância ?
Já não bastavam as orgias Romanas com garotas de programa, ou com virgens á procura de dinheiro e fama, em que a pedofilia é uma questão relativa, dependendo da classe social, da queima de livros do Alcorão á moda da idade média e da inquisição, agora nos é dado a saber, lá para os lados de França, que rosto coberto é crime, um atentado contra a liberdade da mulher, ou de ser mulher.
O ridículo tomou conta da sociedade Européia, quando seus dirigentes afirmam que o simples fato de uma mulher vestir-se de uma forma diferente, possa incomodar outras mulheres.
Ou, serão algumas mulheres ridículas, ou entendem ser ridicularizadas, através do seu próprio olhar, que sentem estar a ser agredidas, só porque outras mulheres não usam o perfume francês, nem vestem segundo a moda italiana ?
Estes dirigentes a coberto de desejos ocultos lançam fogo no social, cujas conseqüências não sabemos bem quais serão, mas que na altura de tocar o sino, quem dá o corpo ao manifesto são sempre os outros, que não eles.
Perderam a noção do que é dado a um chefe de Estado, entendido como a alma unificadora das várias tendências culturais existentes, preferindo a arena, o espetáculo, exaltando as almas, que esperam sempre por um fato radical na tentativa de mostrarem o seu complexo de inferioridade, e a sua raiva contida.
Do juízo crítico do filósofo Luc Ferry, que iniciou toda esta história do véu Islâmico em 2001, então ministro da Educação em França, à realidade de 2011, foi apenas uma questão de tempo para levar por diante mais um atentado contra a liberdade de expressão religiosa, em que o silêncio impera na Igreja católica, talvez porque alguém desempenhe a tarefa de seus desejos ocultos de hegemonia.
A razão que possa emergir de um juízo crítico, não deve ser entendida como verdade absoluta, por isso não justifica atitudes humanas intolerantes e prepotentes, só porque alguns pensadores, talvez porque lhes sobre pensamento e escasseie valores humanos, entendem que possuem por missão na terra (re) inventar o mundo, como profetas crentes na sua filosofia, não criando nada, mas (re) criando a hostilidade, o idealismo e o radicalismo.
Os argumentos utilizados só servem a tentativa de justificar uma decisão, que por isso, não merecem da minha parte qualquer comentário.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Sarkozy – Gladiador
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