sábado, 30 de abril de 2011
Crianças em análise
Atender crianças para mim é extremamente gratificante, mas por vezes sinto uma revolta no peito que custa calar, porque alguns pais pagam de bom grado a um técnico de saúde mental para tentar vergar as crianças á sua vontade, recorrendo á agressão física e verbal, que roça por vezes o espancamento. A solução para as agressões de que são vítimas as crianças será comprar um pequena bola de borracha para a esmagar entre os dedos até que lhe passe a raiva. A outra que me foi contada por uma criança que hoje atendi, é jogar os bonecos de peluche contra a parede, ou aquilo que tiver à mão. Perguntei porque o fazia, disse-me que estava a bater no pai. Perguntei de onde surgiu aquela idéia da bolinha de borracha, respondeu que foi da psicóloga. Claro que não acreditei. Porque tal ignorância não pode ser permitida a um agente que trata de transtornos psíquicos. È por isso, que recuso tratar de crianças sem que os pais participem da análise, embora em sessões separadas.
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sexta-feira, 29 de abril de 2011
Mudar de lugar
Não será necessário mudar de lugar para observar as coisas de uma forma diferente, mas temos de esperar que as condições circunstanciais se alterem para que tal seja possível,
Sentados á espera do trem nos ficamos pelo imobilismo, que por não ser preenchido nos garante a enfadonha sensação da existência do tempo, retirando alguma tranqüilidade ao corpo que antes a pedira.
Se por um lado a irritabilidade impõe o movimento do corpo, a falta do objeto nos irrita, em que de permeio existe a incorporação de um desejo por realizar, que apresentando alguma probabilidade em realizar-se exige de nós um período de espera, que sendo longo, nos conduz tantas vezes ao desespero, á irritabilidade, descansando a nossa alma quando temos a noção da perda, ou da sua realização.
Se desejamos observar as coisas por outro ângulo somos nós que devemos mudar de lugar, em que a disposição para o movimento, que não para a imobilidade, será a primeira condição responsável por essa nova percepção.
O Sol não deixa de emitir seus raios, numa produção contínua de energia, o que acontece é que o movimento de rotação nos leva a ficar para além da Terra e do Sol, que sempre colocados na periferia, nos deixa ficar no escuro, posicionados num ponto qualquer do universo.
Sentados á espera do trem nos ficamos pelo imobilismo, que por não ser preenchido nos garante a enfadonha sensação da existência do tempo, retirando alguma tranqüilidade ao corpo que antes a pedira.
Se por um lado a irritabilidade impõe o movimento do corpo, a falta do objeto nos irrita, em que de permeio existe a incorporação de um desejo por realizar, que apresentando alguma probabilidade em realizar-se exige de nós um período de espera, que sendo longo, nos conduz tantas vezes ao desespero, á irritabilidade, descansando a nossa alma quando temos a noção da perda, ou da sua realização.
Se desejamos observar as coisas por outro ângulo somos nós que devemos mudar de lugar, em que a disposição para o movimento, que não para a imobilidade, será a primeira condição responsável por essa nova percepção.
O Sol não deixa de emitir seus raios, numa produção contínua de energia, o que acontece é que o movimento de rotação nos leva a ficar para além da Terra e do Sol, que sempre colocados na periferia, nos deixa ficar no escuro, posicionados num ponto qualquer do universo.
Evolução e inconsciente
Psicoanalizare: Evolução e inconsciente: "Pedaços inteiros produto de uma fragmentação anterior. O ser humano como representação de sentidos anteriores, não pode ser representado ..."
terça-feira, 26 de abril de 2011
FAZENDO ARTE TERAPIA: ARTETERAPIA-FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS
FAZENDO ARTE TERAPIA: ARTETERAPIA-FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS: "ARTETERAPIA FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS Curso de Formação através dos diferentes Canais Expressivos - Música, Literatura, Artes Cênicas,Artes P..."
segunda-feira, 25 de abril de 2011
A finitude do infinito
Psicoanalizare: A finitude do infinito: "Nada é para sempre. O grande amor da minha vida, de um momento para o outro deixou de ser. Deixou de estar, e por isso deixou de ser, tal ..."
sábado, 23 de abril de 2011
O universo se afirma, não nega, nem se nega
O universo com toda a sua força superior não nos nega, nem se nega a si mesmo, apenas se afirma em suas próprias características, como que ignorando os corpos emergentes de suas entranhas.
Do infinito surgem formas finitas, que embora acabadas a nossos olhos, são incompletas, em constante transformação até dissolverem-se na imensidão do infinito, e tornarem-se elas mesmas infinitas.
O sentido de vida não se posiciona nas formas, mas no movimento que as transforma, cujo sentido será a vontade de uma força, de que não sabemos quanta força possa existir.
Feliz Páscoa
Do infinito surgem formas finitas, que embora acabadas a nossos olhos, são incompletas, em constante transformação até dissolverem-se na imensidão do infinito, e tornarem-se elas mesmas infinitas.
O sentido de vida não se posiciona nas formas, mas no movimento que as transforma, cujo sentido será a vontade de uma força, de que não sabemos quanta força possa existir.
Feliz Páscoa
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quinta-feira, 21 de abril de 2011
Terapia moderna
Do alto do meu saber declaro a sua loucura
Martha Medeiros: Terapia do joelhaço
"Esse troço que você tem aí dentro da cachola só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo"
Sentado em sua poltrona de couro marrom, ele me ouviu com a mão apoiada no queixo por 10 minutos, talvez 12 minutos, até que me interrompeu e disse: Tu estás enlouquecendo.
Não é exatamente isso que se sonha ouvir de um psiquiatra. Se você vem de uma família conservadora que acredita que terapia é pra gente maluca, pode acabar levando o diagnóstico a sério. Mas eu não venho de uma família conservadora, ao menos não tanto.
Comecei a gargalhar e em segundos estava chorando. "Como assim, enlouquecendo??"
Ele riu. Deixou a cabeça pender para um lado e me deu o olhar mais afetuoso do mundo, antes de dizer: "Querida, só existe duas coisas no mundo: o que a gente quer e o que a gente não quer".
Quase levantei da minha poltrona de couro marrom (também tinha uma) para esbravejar: "Então é simples desse jeito? O que a gente quer e o que a gente não quer? Olhe aqui, dr. Freud (um pseudônimo para preservar sua identidade), tem gente que faz análise durante 14 anos, às vezes mais ainda, 20 anos, e você me diz nos meus primeiros 15 minutos de consulta que a vida se resume ao nossos desejos e nada mais? Não vou lhe pagar um tostão!"
Ele jogou a cabeça pra trás e sorriu de um jeito ainda mais doce. Eu joguei a cabeça pra frente, escondi os olhos com as mãos e chorei um pouquinho mais. Não é fácil ouvir uma verdade à queima-roupa.
"Tem gente que precisa de muitos anos para entender isso, minha cara". Suspirei e deduzi que era uma homenagem: ele me julgava capaz daquela verdade sem precisar frequentar seu consultório até ficar velhinha. Além disso, fiz as contas e percebi que ele estava me poupando de gastar uma grana preta.
Tá, e agora, o que eu faço com essa batata quente nas mãos, com essa revelação perturbadora?
Passo adiante, ora. Extra, extra, só existe o seu desejo. É o desejo que manda. Esse troço que você tem aí dentro da cachola, essa massa cinzenta, parecendo um quebra-cabeças, ela só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo. O rei, o soberano, o infalível, é ele, o desejo. Você pode silenciá-lo à força, pode até matá-lo, caso não tenha forças para enfrentá-lo, mas vai sobrar o que de você? Vai restar sua carcaça, seu zumbi, seu avatar caminhando pelas ruas desertas de uma cidade qualquer. Você tem coragem de desprezar a essência do que faz você existir de fato?
É tão simples que nem seria preciso terapia. Ou nem seria preciso mais do que meia dúzia de consultas. Mas quem disse que, sendo complicados como somos, o simples nos contenta? Por essas e outras, estamos todos enlouquecendo.
Fonte - http://www.clicrbs.com.br
Martha Medeiros: Terapia do joelhaço
"Esse troço que você tem aí dentro da cachola só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo"
Sentado em sua poltrona de couro marrom, ele me ouviu com a mão apoiada no queixo por 10 minutos, talvez 12 minutos, até que me interrompeu e disse: Tu estás enlouquecendo.
Não é exatamente isso que se sonha ouvir de um psiquiatra. Se você vem de uma família conservadora que acredita que terapia é pra gente maluca, pode acabar levando o diagnóstico a sério. Mas eu não venho de uma família conservadora, ao menos não tanto.
Comecei a gargalhar e em segundos estava chorando. "Como assim, enlouquecendo??"
Ele riu. Deixou a cabeça pender para um lado e me deu o olhar mais afetuoso do mundo, antes de dizer: "Querida, só existe duas coisas no mundo: o que a gente quer e o que a gente não quer".
Quase levantei da minha poltrona de couro marrom (também tinha uma) para esbravejar: "Então é simples desse jeito? O que a gente quer e o que a gente não quer? Olhe aqui, dr. Freud (um pseudônimo para preservar sua identidade), tem gente que faz análise durante 14 anos, às vezes mais ainda, 20 anos, e você me diz nos meus primeiros 15 minutos de consulta que a vida se resume ao nossos desejos e nada mais? Não vou lhe pagar um tostão!"
Ele jogou a cabeça pra trás e sorriu de um jeito ainda mais doce. Eu joguei a cabeça pra frente, escondi os olhos com as mãos e chorei um pouquinho mais. Não é fácil ouvir uma verdade à queima-roupa.
"Tem gente que precisa de muitos anos para entender isso, minha cara". Suspirei e deduzi que era uma homenagem: ele me julgava capaz daquela verdade sem precisar frequentar seu consultório até ficar velhinha. Além disso, fiz as contas e percebi que ele estava me poupando de gastar uma grana preta.
Tá, e agora, o que eu faço com essa batata quente nas mãos, com essa revelação perturbadora?
Passo adiante, ora. Extra, extra, só existe o seu desejo. É o desejo que manda. Esse troço que você tem aí dentro da cachola, essa massa cinzenta, parecendo um quebra-cabeças, ela só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo. O rei, o soberano, o infalível, é ele, o desejo. Você pode silenciá-lo à força, pode até matá-lo, caso não tenha forças para enfrentá-lo, mas vai sobrar o que de você? Vai restar sua carcaça, seu zumbi, seu avatar caminhando pelas ruas desertas de uma cidade qualquer. Você tem coragem de desprezar a essência do que faz você existir de fato?
É tão simples que nem seria preciso terapia. Ou nem seria preciso mais do que meia dúzia de consultas. Mas quem disse que, sendo complicados como somos, o simples nos contenta? Por essas e outras, estamos todos enlouquecendo.
Fonte - http://www.clicrbs.com.br
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Aquém da consciência
Psicoanalizare: Aquém da consciência: "Mas o caráter da clínica não destinaria a psicanálise a tratar sempre com um 'sujeito', a despeito de todas as tentativas de compreendê-lo c..."
domingo, 17 de abril de 2011
Bullying e desejos de vingança II
A questão do bullying não deve ser observada apenas segundo o ponto de vista do bem e do mal, porque tal discussão, que aliás, é uma simples constatação, será inútil, quando desejamos que casos semelhantes não possam ocorrer.
O bullyung, segundo o ponto de vista da investigação, pouco ou nada nos diz acerca da história de vida do potencial assassino, nem de suas intenções, sendo apenas um culminar de um processo formativo, que amadureceu durante alguns anos.
A prevenção deve ser feita durante esse período de maturação, coisa que de fato não acontece, nem a sociedade e os pais estão preparados para isso, em que se intrometem questões, como a liberdade, a individualidade, o respeito e consideração pelo o outro, direito e deveres, sem se perceber muito bem porque ponta pegar no problema.
Se as estatísticas estão corretas, como entender que nos EUA 160 mil alunos faltem diariamente ao colégio por medo de sofrerem humilhações, surras, ou agressões verbais ?,
Nesse momento em que os pais, e as instituições devem atuar, o que na realidade é feito ?
Tenho defendido, e até prova em contrário continuo a faze-lo, que uma vez observada tais manifestações públicas, os pais e os alunos que praticam bullying deviam ser obrigados a freqüentar o consultório dos analistas.
A obrigatoriedade de prestar contas á comunidade pelas suas atitudes, não deve ser apenas na hora do ato cometido, em que só a punição pode, de algum modo, aliviar as almas ofendidas, embora nada resolva.
Porém, não basta que se exija, também é necessário que se acompanhe todo o processo, em que deve existir uma interligação entre todos os intervenientes, para que todos possam perceber a existência, ou não, de uma evolução favorável.
As escolas possuem os instrumentos necessários para isso, (Pedagogos, apoio dos serviços de saúde, e ordem pública).
Afinal as humilhações, surras, agressões verbais, e as mortes em massa o justificam por si só.
Porque isso não é feito ?
O bullyung, segundo o ponto de vista da investigação, pouco ou nada nos diz acerca da história de vida do potencial assassino, nem de suas intenções, sendo apenas um culminar de um processo formativo, que amadureceu durante alguns anos.
A prevenção deve ser feita durante esse período de maturação, coisa que de fato não acontece, nem a sociedade e os pais estão preparados para isso, em que se intrometem questões, como a liberdade, a individualidade, o respeito e consideração pelo o outro, direito e deveres, sem se perceber muito bem porque ponta pegar no problema.
Se as estatísticas estão corretas, como entender que nos EUA 160 mil alunos faltem diariamente ao colégio por medo de sofrerem humilhações, surras, ou agressões verbais ?,
Nesse momento em que os pais, e as instituições devem atuar, o que na realidade é feito ?
Tenho defendido, e até prova em contrário continuo a faze-lo, que uma vez observada tais manifestações públicas, os pais e os alunos que praticam bullying deviam ser obrigados a freqüentar o consultório dos analistas.
A obrigatoriedade de prestar contas á comunidade pelas suas atitudes, não deve ser apenas na hora do ato cometido, em que só a punição pode, de algum modo, aliviar as almas ofendidas, embora nada resolva.
Porém, não basta que se exija, também é necessário que se acompanhe todo o processo, em que deve existir uma interligação entre todos os intervenientes, para que todos possam perceber a existência, ou não, de uma evolução favorável.
As escolas possuem os instrumentos necessários para isso, (Pedagogos, apoio dos serviços de saúde, e ordem pública).
Afinal as humilhações, surras, agressões verbais, e as mortes em massa o justificam por si só.
Porque isso não é feito ?
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Bullying e desejos de vingança
Bullying motivou 87% de ataques em escolas, diz estudo
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados Unidos, apresentou ontem no Rio estudo realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
Trata-se da mesma motivação alegada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. “O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas.”
A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. “Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, isolamento e indiferença”, disse Brewerton. Segundo ele, 70% dos ataques registrados em escolas no mundo aconteceram nos Estados Unidos. O levantamento apontou que naquele país 160 mil alunos faltam diariamente no colégio por medo de sofrer humilhações, surras ou agressões verbais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Por AE | Agência Estado– sáb, 16 de abr de 2011 09:00 BRT
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados Unidos, apresentou ontem no Rio estudo realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
Trata-se da mesma motivação alegada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. “O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas.”
A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. “Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, isolamento e indiferença”, disse Brewerton. Segundo ele, 70% dos ataques registrados em escolas no mundo aconteceram nos Estados Unidos. O levantamento apontou que naquele país 160 mil alunos faltam diariamente no colégio por medo de sofrer humilhações, surras ou agressões verbais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Por AE | Agência Estado– sáb, 16 de abr de 2011 09:00 BRT
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sábado, 16 de abril de 2011
Um homem amarrado
Vocês querem saber o que é um homem amarrado ?
Experimentem ter desejos por realizar, daqueles difíceis de realizar, como o ser rico por exemplo, pensem nisso o tempo todo até virar obsessão, e observem como vocês vivem amarrados a uma idéia, que nunca vai de férias.
Esse desejo é tão forte, que mesmo não desejando entrar na ilegalidade, o indivíduo é tentado a faze-lo, seduzido, não resiste á tentação .
Mas o que estará por detrás dessa ansiedade desmedida ?
E se assim é, perante a possibilidade de um fracasso, mesmo que sonhado, ou porque a empresa não está tão bem assim, essa ansiedade exagerada retorna agora na forma de um medo sentido, dado que essa possibilidade funciona como possível perda de um sonho idealizado.
Observemos então, que a ansiedade ( tensão interior ) no idealismo funciona quando ainda o objetivo não foi alcançado, em que o desejo sentido é muito forte, e a mera hipótese de perder o que está ainda longe de ser alcançado provoca no sujeito uma irritação, sobre a qual parece não possuir controle.
Parece absurdo como alguém possa entrar em conflito devido a algo que ainda não alcançou, não aconteceu, e sofrer por uma possível perda.
Mas o que podemos entender por medo ?
Porque se manifesta ?
Por acaso não é a resultante de uma ansiedade ?
Mas será que toda a ansiedade provoca o medo ?
O medo como derivado de um sistema de alerta organizado mediante as condições do corpo é proveniente de uma forma funcional.
A ansiedade será então o sinal emitido por esse sistema de alerta orgânico / biológico, cuja intenção será colocar em guarda suas defesas na tentativa de repelir uma possível invasão de algo não desejado, que até pode colocar em causa a própria vida do ser humano.
Experimentem ter desejos por realizar, daqueles difíceis de realizar, como o ser rico por exemplo, pensem nisso o tempo todo até virar obsessão, e observem como vocês vivem amarrados a uma idéia, que nunca vai de férias.
Esse desejo é tão forte, que mesmo não desejando entrar na ilegalidade, o indivíduo é tentado a faze-lo, seduzido, não resiste á tentação .
Mas o que estará por detrás dessa ansiedade desmedida ?
E se assim é, perante a possibilidade de um fracasso, mesmo que sonhado, ou porque a empresa não está tão bem assim, essa ansiedade exagerada retorna agora na forma de um medo sentido, dado que essa possibilidade funciona como possível perda de um sonho idealizado.
Observemos então, que a ansiedade ( tensão interior ) no idealismo funciona quando ainda o objetivo não foi alcançado, em que o desejo sentido é muito forte, e a mera hipótese de perder o que está ainda longe de ser alcançado provoca no sujeito uma irritação, sobre a qual parece não possuir controle.
Parece absurdo como alguém possa entrar em conflito devido a algo que ainda não alcançou, não aconteceu, e sofrer por uma possível perda.
Mas o que podemos entender por medo ?
Porque se manifesta ?
Por acaso não é a resultante de uma ansiedade ?
Mas será que toda a ansiedade provoca o medo ?
O medo como derivado de um sistema de alerta organizado mediante as condições do corpo é proveniente de uma forma funcional.
A ansiedade será então o sinal emitido por esse sistema de alerta orgânico / biológico, cuja intenção será colocar em guarda suas defesas na tentativa de repelir uma possível invasão de algo não desejado, que até pode colocar em causa a própria vida do ser humano.
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sexta-feira, 15 de abril de 2011
O lugar da análise II
Psicoanalizare: O lugar da análise II: "O que nos coloca Laplanche é se na realidade o ensino da psicanálise, pode, e deve ser divulgado em círculos abertos, ou se, os temas psican..."
quinta-feira, 14 de abril de 2011
O lugar da análise
Psicoanalizare: O lugar da análise: "J. Laplanche Trecho retirado do livro – O inconsciente e o Id – Problemáticas IV Ensinar a psicanálise na Universidade - A objeção em ensin..."
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Crise encomendada em Portugal ?
Artigo do New York Times fala em 'pressão injusta e arbitrária' sobre Portugal
13 de Abril, 2011
Portugal foi vítima da «pressão injusta e arbitrária» dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo, defende o sociólogo norte-americano Robert Fishman.
Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».
«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame.
Estes agentes dos mercados financeiros conseguiram, por «razões míopes ou ideológicas» levar à demissão de um Governo democraticamente eleito e potencialmente «atar as mãos do que se lhe segue», adianta Fishman, autor de um livro sobre o euro.
«Se forem deixadas desreguladas, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos - talvez mesmo dos Estados Unidos - para fazer as suas próprias escolhas sobre impostos e gastos», sublinha Fishman.
O sociólogo estabelece semelhanças entre Portugal e a Grécia e Irlanda, mas ressalva que enquanto estes dois países apresentavam «problemas económicos claros e identificáveis», Portugal «não tinha subjacente uma crise genuína» e foi sim «sujeito a ondas sucessivas de ataques por negociadores de obrigações».
O contágio no mercado e os downgrades de ratings tornaram-se numa «profecia que se realiza a ela mesma», uma vez que as agências «forçaram o país a pedir ajuda elevando os seus custos de financiamento para níveis insustentáveis».
«Distorcendo as percepções de mercado da estabilidade de Portugal, as agências de rating - cujo papel de favorecimento da crise do subprime nos Estados Unidos foi amplamente documentado - minaram quer a sua recuperação económica, quer a liberdade política».
Agora, Portugal enfrenta políticas de austeridade impopulares, que vão afetar empréstimos a estudantes, pensões de reforma, alívio da pobreza e salários da função pública.
Fishman sugere que as descidas de rating e pressão sobre a economia resultaram ou de «ceticismo ideológico em relação ao modelo de economia mista em Portugal», ou de «falta de perspectiva histórica» relativamente a um país onde o nível de vida subiu rapidamente nos últimos 25 anos, tal como a produtividade, enquanto o desemprego desceu.
Embora o optimismo dos anos 1990 tenha resultado em «desequilíbrios económicos resultado de gastos excessivos», Fishman defende o desempenho recente do país pós, e mesmo que a queda do governo é «política normal» e «não incompetência, como alguns críticos de Portugal têm retratado».
O sociólogo levanta também a questão de o BCE não ter comprado obrigações portuguesas de forma «agressiva» para afastar a última onda de «pânico» nos mercados, e a necessidade de regular as agências de rating na Europa e Estados Unidos.
«A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 marque o início duma onda de usurpação da democracia por mercados desregulados, com a Itália, Espanha e Bélgica como próximas vítimas potenciais», afirma.
Fonte = www.sapo.pt
13 de Abril, 2011
Portugal foi vítima da «pressão injusta e arbitrária» dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo, defende o sociólogo norte-americano Robert Fishman.
Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».
«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame.
Estes agentes dos mercados financeiros conseguiram, por «razões míopes ou ideológicas» levar à demissão de um Governo democraticamente eleito e potencialmente «atar as mãos do que se lhe segue», adianta Fishman, autor de um livro sobre o euro.
«Se forem deixadas desreguladas, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos - talvez mesmo dos Estados Unidos - para fazer as suas próprias escolhas sobre impostos e gastos», sublinha Fishman.
O sociólogo estabelece semelhanças entre Portugal e a Grécia e Irlanda, mas ressalva que enquanto estes dois países apresentavam «problemas económicos claros e identificáveis», Portugal «não tinha subjacente uma crise genuína» e foi sim «sujeito a ondas sucessivas de ataques por negociadores de obrigações».
O contágio no mercado e os downgrades de ratings tornaram-se numa «profecia que se realiza a ela mesma», uma vez que as agências «forçaram o país a pedir ajuda elevando os seus custos de financiamento para níveis insustentáveis».
«Distorcendo as percepções de mercado da estabilidade de Portugal, as agências de rating - cujo papel de favorecimento da crise do subprime nos Estados Unidos foi amplamente documentado - minaram quer a sua recuperação económica, quer a liberdade política».
Agora, Portugal enfrenta políticas de austeridade impopulares, que vão afetar empréstimos a estudantes, pensões de reforma, alívio da pobreza e salários da função pública.
Fishman sugere que as descidas de rating e pressão sobre a economia resultaram ou de «ceticismo ideológico em relação ao modelo de economia mista em Portugal», ou de «falta de perspectiva histórica» relativamente a um país onde o nível de vida subiu rapidamente nos últimos 25 anos, tal como a produtividade, enquanto o desemprego desceu.
Embora o optimismo dos anos 1990 tenha resultado em «desequilíbrios económicos resultado de gastos excessivos», Fishman defende o desempenho recente do país pós, e mesmo que a queda do governo é «política normal» e «não incompetência, como alguns críticos de Portugal têm retratado».
O sociólogo levanta também a questão de o BCE não ter comprado obrigações portuguesas de forma «agressiva» para afastar a última onda de «pânico» nos mercados, e a necessidade de regular as agências de rating na Europa e Estados Unidos.
«A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 marque o início duma onda de usurpação da democracia por mercados desregulados, com a Itália, Espanha e Bélgica como próximas vítimas potenciais», afirma.
Fonte = www.sapo.pt
terça-feira, 12 de abril de 2011
Frases que dão que pensar
Psicoanalizare: Frases que dão que pensar: "A tentativa de encontrar procedimentos uniformes, estéticos, de valores preestabelecidos, de formas aceites, não é um processo derivado do ..."
Sarkozy – Gladiador
Apesar de toda a resistência heróica dos povos contra a invasão de outras formas culturais, religiosas e políticas, ainda existem dirigentes políticos que insistem em exercer repressão a tudo aquilo que se mostra diferente.
A menoridade de um estadista revela-se através das decisões que possam provocar a fragmentação de um corpo, que se deseja inteiro, em que harmonia e paz social, não significa necessariamente uniformização de conceitos, bem pelo o contrário, a evolução depende da diversidade.
Em causa não parece que esteja o coletivo, uma nação, um povo, mas a individualidade de um político que procura nos marketeiros políticos a solução para manterem-se no poder a qualquer custo, porque a fama, a glória, o dinheiro e as mulheres é para ele o presente de Deus.
Os fatos históricos são apenas histórias que tendem a repetir-se, que pelos vistos nada aprendemos com eles, em que a humanidade cai sempre na armadilha do destempero mental, que a conduz á guerra, á destruição, e ao derramamento de sangue de seu irmão.
Neste aspecto o pensamento de Freud saiu furado, por pensar que a intelectualidade levaria o homem a procurar a paz social, e que poderia constituir uma obstrução á procura da confrontação.
Intelectualidade é uma coisa. Preconceitos, crenças, mitos, tabus e medos é coisa diferente, que nada impede de coexistirem no mesmo corpo.
Se os cargos políticos por si só justificam elevados salários, vá lá saber porquê, não são sinônimo de sanidade mental, nem de competência em gerir os destinos de um povo, em que a política ainda não perdeu o hábito do circo Romano, em que os sanguinários aplaudem os gladiadores nessa luta insana contra a fera demoníaca, em nome do além, do Alá, ou de um Deus.
Ou será apenas um disfarce da sua prepotência e intolerância ?
Já não bastavam as orgias Romanas com garotas de programa, ou com virgens á procura de dinheiro e fama, em que a pedofilia é uma questão relativa, dependendo da classe social, da queima de livros do Alcorão á moda da idade média e da inquisição, agora nos é dado a saber, lá para os lados de França, que rosto coberto é crime, um atentado contra a liberdade da mulher, ou de ser mulher.
O ridículo tomou conta da sociedade Européia, quando seus dirigentes afirmam que o simples fato de uma mulher vestir-se de uma forma diferente, possa incomodar outras mulheres.
Ou, serão algumas mulheres ridículas, ou entendem ser ridicularizadas, através do seu próprio olhar, que sentem estar a ser agredidas, só porque outras mulheres não usam o perfume francês, nem vestem segundo a moda italiana ?
Estes dirigentes a coberto de desejos ocultos lançam fogo no social, cujas conseqüências não sabemos bem quais serão, mas que na altura de tocar o sino, quem dá o corpo ao manifesto são sempre os outros, que não eles.
Perderam a noção do que é dado a um chefe de Estado, entendido como a alma unificadora das várias tendências culturais existentes, preferindo a arena, o espetáculo, exaltando as almas, que esperam sempre por um fato radical na tentativa de mostrarem o seu complexo de inferioridade, e a sua raiva contida.
Do juízo crítico do filósofo Luc Ferry, que iniciou toda esta história do véu Islâmico em 2001, então ministro da Educação em França, à realidade de 2011, foi apenas uma questão de tempo para levar por diante mais um atentado contra a liberdade de expressão religiosa, em que o silêncio impera na Igreja católica, talvez porque alguém desempenhe a tarefa de seus desejos ocultos de hegemonia.
A razão que possa emergir de um juízo crítico, não deve ser entendida como verdade absoluta, por isso não justifica atitudes humanas intolerantes e prepotentes, só porque alguns pensadores, talvez porque lhes sobre pensamento e escasseie valores humanos, entendem que possuem por missão na terra (re) inventar o mundo, como profetas crentes na sua filosofia, não criando nada, mas (re) criando a hostilidade, o idealismo e o radicalismo.
Os argumentos utilizados só servem a tentativa de justificar uma decisão, que por isso, não merecem da minha parte qualquer comentário.
A menoridade de um estadista revela-se através das decisões que possam provocar a fragmentação de um corpo, que se deseja inteiro, em que harmonia e paz social, não significa necessariamente uniformização de conceitos, bem pelo o contrário, a evolução depende da diversidade.
Em causa não parece que esteja o coletivo, uma nação, um povo, mas a individualidade de um político que procura nos marketeiros políticos a solução para manterem-se no poder a qualquer custo, porque a fama, a glória, o dinheiro e as mulheres é para ele o presente de Deus.
Os fatos históricos são apenas histórias que tendem a repetir-se, que pelos vistos nada aprendemos com eles, em que a humanidade cai sempre na armadilha do destempero mental, que a conduz á guerra, á destruição, e ao derramamento de sangue de seu irmão.
Neste aspecto o pensamento de Freud saiu furado, por pensar que a intelectualidade levaria o homem a procurar a paz social, e que poderia constituir uma obstrução á procura da confrontação.
Intelectualidade é uma coisa. Preconceitos, crenças, mitos, tabus e medos é coisa diferente, que nada impede de coexistirem no mesmo corpo.
Se os cargos políticos por si só justificam elevados salários, vá lá saber porquê, não são sinônimo de sanidade mental, nem de competência em gerir os destinos de um povo, em que a política ainda não perdeu o hábito do circo Romano, em que os sanguinários aplaudem os gladiadores nessa luta insana contra a fera demoníaca, em nome do além, do Alá, ou de um Deus.
Ou será apenas um disfarce da sua prepotência e intolerância ?
Já não bastavam as orgias Romanas com garotas de programa, ou com virgens á procura de dinheiro e fama, em que a pedofilia é uma questão relativa, dependendo da classe social, da queima de livros do Alcorão á moda da idade média e da inquisição, agora nos é dado a saber, lá para os lados de França, que rosto coberto é crime, um atentado contra a liberdade da mulher, ou de ser mulher.
O ridículo tomou conta da sociedade Européia, quando seus dirigentes afirmam que o simples fato de uma mulher vestir-se de uma forma diferente, possa incomodar outras mulheres.
Ou, serão algumas mulheres ridículas, ou entendem ser ridicularizadas, através do seu próprio olhar, que sentem estar a ser agredidas, só porque outras mulheres não usam o perfume francês, nem vestem segundo a moda italiana ?
Estes dirigentes a coberto de desejos ocultos lançam fogo no social, cujas conseqüências não sabemos bem quais serão, mas que na altura de tocar o sino, quem dá o corpo ao manifesto são sempre os outros, que não eles.
Perderam a noção do que é dado a um chefe de Estado, entendido como a alma unificadora das várias tendências culturais existentes, preferindo a arena, o espetáculo, exaltando as almas, que esperam sempre por um fato radical na tentativa de mostrarem o seu complexo de inferioridade, e a sua raiva contida.
Do juízo crítico do filósofo Luc Ferry, que iniciou toda esta história do véu Islâmico em 2001, então ministro da Educação em França, à realidade de 2011, foi apenas uma questão de tempo para levar por diante mais um atentado contra a liberdade de expressão religiosa, em que o silêncio impera na Igreja católica, talvez porque alguém desempenhe a tarefa de seus desejos ocultos de hegemonia.
A razão que possa emergir de um juízo crítico, não deve ser entendida como verdade absoluta, por isso não justifica atitudes humanas intolerantes e prepotentes, só porque alguns pensadores, talvez porque lhes sobre pensamento e escasseie valores humanos, entendem que possuem por missão na terra (re) inventar o mundo, como profetas crentes na sua filosofia, não criando nada, mas (re) criando a hostilidade, o idealismo e o radicalismo.
Os argumentos utilizados só servem a tentativa de justificar uma decisão, que por isso, não merecem da minha parte qualquer comentário.
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domingo, 10 de abril de 2011
Prevenção do crime
Viajando pela Europa cheguei a Geneve – Suíça, ás duas da madrugada, vindo de Paris levado pelo TGV, trem de alta velocidade, que por dentro é muito semelhante a um avião.
Já se passaram uns bons anos destas mini férias, mas ainda hoje recordo as primeiras horas no país dos relógios e chocolates, aliás, lindíssimo, em que a prevenção policial fez a cabeça em água ao meu compadre, que por ser latino não aceitou lá muito bem que num espaço de três horas tivesse que mostrar o passaporte por diversas vezes ás autoridades, e justificar o que fazíamos àquela hora passeando pelas ruas da cidade.
O meu compadre, cabeça dura, tinha um número de telefone de um amigo português a viver naquela cidade, e enquanto não arranjou um orelhão de onde fosse possível telefonar não descansou.
Ele bem discou os números que tinha, mas ninguém respondia do outro lado do fio.
Vamos para um hotel descansar o corpo, disse eu.
Mas negou, teimosamente queria encontrar o tal amigo.
Meu amigo, aqui é a Suíça, e não tarda nada, que os policiais venham pedir os passaportes, e explicações do que estamos a fazer a esta hora passeando pela cidade.
Fiz-lhe notar, que em contraste com nosso Portugal as entradas e vitrines das lojas não tinham proteção alguma, o que era sinal da vigilância atenta das autoridades, que promoviam uma ação preventiva na abordagem ás pessoas na rua a partir da meia noite.
Cabeça dura continuou com a sua idéia obsessiva.
Para meu azar ao cruzar pela única alma viva que observámos durante a nossa caminhada, para além das nossas, claro, reconheceu o nosso linguajar lusitano, e se apresentou como conterrâneo, a quem o meu compadre pediu logo ajuda para localizar o tal amigo.
O indivíduo que vivia na Suíça, disse que só a polícia podia desvendar o mistério do amigo não atender o telefone, e lá foram os dois para a esquadra – Delegacia -, ficando eu com a mulher dele,e a minha, á espera no passeio de uma rua qualquer do resultado de tão grande investigação.
Ainda o tentei demover de suas intenções, mas a birra não estava para aí virada.
Eu tinha a sensação que algo iria acontecer, entretanto não muito agradável, e que existia uma forte probabilidade de acabar tudo na Delegacia, quando comecei a avistar um carro da polícia.
Passou por nós, parou um pouco mais á frente, percebi que estava a comunicar via rádio com alguém, e disse para as acompanhantes:
Eu bem disse que toda esta birra do compadre não ia acabar bem.
Não tarda nada estamos a ser incomodados pelos os policiais. Ainda por cima a situação era inusitada, dado que eu nem sequer sabia onde se encontrava o compadre, nem a localização da Delegacia. Em resumo, encontrava-me completo perdido, numa cidade que acabara de conhecer.
De repente chegou o compadre, graças a Deus. Atravessamos a rua na direção de um hotel bem ali á vista, quando ouvimos pneus a chiar no asfalto. Era o carro da polícia, que parou na nossa frente, saindo quatro rapazes bem dotados de músculos, que tinham o dobro da minha altura, e enquanto um pedia os passaportes, os outros tinham as mãos colocadas nas armas.
Recordo, que de entre os demais, eu era aquele que não dominava na perfeição a língua francesa, e fui forçado a servir de interprete, tal era aflição.
Tive que explicar tudo que tinha acontecido, os policiais comunicaram com a Delegacia, e indicaram o referido hotel para dormitar, fazendo questão de afirmar que àquela hora não podíamos vaguear pelas ruas.
O meu compadre ganhou uma raiva tal, que afirmava ser um país intolerante, prepotente, onde não existia liberdade.
Não sei o que cada um possa entender por liberdade, mas quem paga impostos deseja dormir descansado.
De salientar, que durante a abordagem policial fomos tratados com o maior respeito, muito embora com aquela cara de poucos amigos.
Quando tudo isto aconteceu, todos estavam na casa dos trinta anos de idade, que já não podiam ser confundidos com as crianças saídas da puberdade, que se encontram a vaguear pelas ruas de uma cidade qualquer.
Aprendi na prática, que a proteção encontra-se na prevenção.
A raiva do compadre virou ira, quando lhe disse que gostaria deste tipo de policiamento em Portugal.
Para bom entendedor meia palavra basta.
Já se passaram uns bons anos destas mini férias, mas ainda hoje recordo as primeiras horas no país dos relógios e chocolates, aliás, lindíssimo, em que a prevenção policial fez a cabeça em água ao meu compadre, que por ser latino não aceitou lá muito bem que num espaço de três horas tivesse que mostrar o passaporte por diversas vezes ás autoridades, e justificar o que fazíamos àquela hora passeando pelas ruas da cidade.
O meu compadre, cabeça dura, tinha um número de telefone de um amigo português a viver naquela cidade, e enquanto não arranjou um orelhão de onde fosse possível telefonar não descansou.
Ele bem discou os números que tinha, mas ninguém respondia do outro lado do fio.
Vamos para um hotel descansar o corpo, disse eu.
Mas negou, teimosamente queria encontrar o tal amigo.
Meu amigo, aqui é a Suíça, e não tarda nada, que os policiais venham pedir os passaportes, e explicações do que estamos a fazer a esta hora passeando pela cidade.
Fiz-lhe notar, que em contraste com nosso Portugal as entradas e vitrines das lojas não tinham proteção alguma, o que era sinal da vigilância atenta das autoridades, que promoviam uma ação preventiva na abordagem ás pessoas na rua a partir da meia noite.
Cabeça dura continuou com a sua idéia obsessiva.
Para meu azar ao cruzar pela única alma viva que observámos durante a nossa caminhada, para além das nossas, claro, reconheceu o nosso linguajar lusitano, e se apresentou como conterrâneo, a quem o meu compadre pediu logo ajuda para localizar o tal amigo.
O indivíduo que vivia na Suíça, disse que só a polícia podia desvendar o mistério do amigo não atender o telefone, e lá foram os dois para a esquadra – Delegacia -, ficando eu com a mulher dele,e a minha, á espera no passeio de uma rua qualquer do resultado de tão grande investigação.
Ainda o tentei demover de suas intenções, mas a birra não estava para aí virada.
Eu tinha a sensação que algo iria acontecer, entretanto não muito agradável, e que existia uma forte probabilidade de acabar tudo na Delegacia, quando comecei a avistar um carro da polícia.
Passou por nós, parou um pouco mais á frente, percebi que estava a comunicar via rádio com alguém, e disse para as acompanhantes:
Eu bem disse que toda esta birra do compadre não ia acabar bem.
Não tarda nada estamos a ser incomodados pelos os policiais. Ainda por cima a situação era inusitada, dado que eu nem sequer sabia onde se encontrava o compadre, nem a localização da Delegacia. Em resumo, encontrava-me completo perdido, numa cidade que acabara de conhecer.
De repente chegou o compadre, graças a Deus. Atravessamos a rua na direção de um hotel bem ali á vista, quando ouvimos pneus a chiar no asfalto. Era o carro da polícia, que parou na nossa frente, saindo quatro rapazes bem dotados de músculos, que tinham o dobro da minha altura, e enquanto um pedia os passaportes, os outros tinham as mãos colocadas nas armas.
Recordo, que de entre os demais, eu era aquele que não dominava na perfeição a língua francesa, e fui forçado a servir de interprete, tal era aflição.
Tive que explicar tudo que tinha acontecido, os policiais comunicaram com a Delegacia, e indicaram o referido hotel para dormitar, fazendo questão de afirmar que àquela hora não podíamos vaguear pelas ruas.
O meu compadre ganhou uma raiva tal, que afirmava ser um país intolerante, prepotente, onde não existia liberdade.
Não sei o que cada um possa entender por liberdade, mas quem paga impostos deseja dormir descansado.
De salientar, que durante a abordagem policial fomos tratados com o maior respeito, muito embora com aquela cara de poucos amigos.
Quando tudo isto aconteceu, todos estavam na casa dos trinta anos de idade, que já não podiam ser confundidos com as crianças saídas da puberdade, que se encontram a vaguear pelas ruas de uma cidade qualquer.
Aprendi na prática, que a proteção encontra-se na prevenção.
A raiva do compadre virou ira, quando lhe disse que gostaria deste tipo de policiamento em Portugal.
Para bom entendedor meia palavra basta.
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sábado, 9 de abril de 2011
O retrato da maldade
Desculpem-me, esta é uma coluna escrita no calor do momento, da tragédia acontecida numa escola do Rio de Janeiro onde crianças foram covarde e brutalmente assassinadas. Não há palavras para descrever tamanho ato bárbaro, mas há de se buscar explicações, tanto para o assassinato em massa (sim, é necessário entendê-lo, mais que chamar o criminoso de psicopata) quanto para como ele conseguiu armas, munições e treinamento.
Mas não é sobre isso que quero escrever, e nem tenho conhecimento sobre o tema que me permita colaborar, de alguma maneira, com o debate. Meu foco é outro: a cobertura da imprensa.
Assim que soube do massacre pelo Twitter, corri pra TV para ter mais e melhores informações. Com muito bom grado obtive quantidade e não qualidade. Tive mais informações, mais informações inúteis e sensacionalistas. E olhem que faço parte de uma pequena parcela da população assinante de TV a cabo.
Não liguei a TV nos programas sanguinolentos do fim de tarde, nos quais os apresentadores gritam, gritam e gritam, mostrando imagens bizarras e pedem por mais sangue. Não, eu estava sintonizado num canal exclusivamente de notícias, em que elas seriam tratadas – acreditava eu – de maneira mais fria e analítica.
Ledo engano. Foi uma chuva de despautérios construídos imediatamente em cima da notícia, com a devida carga de sensacionalismo, desrespeito e oportunismo que, claro, muito mais reforça os estereótipos do que explicam a tragédia.
Jornalistas e “especialistas” buscavam qualquer explicação, qualquer uma, que pudesse explicar fato. Tentaram colar o rótulo de “ateu”, como se isso fosse mesmo premissa para ser um assassino. Um crime dessa magnitude só poderia ser praticado por alguém descrente, portanto, um monstro, não é mesmo? (Profundo desconhecedor da história, Datena disse hoje que “quem acredita em Deus não faz uma dessas.”)
Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um “ato terrorista”.
“Ele era esquisito e estava com a barba muito grande”, falou a irmã de criação dele. Um jornalista conduz a entrevista: “Mas ele falou alguma coisa de religião… de muçulmano?”. A irmã meio que induzida, repete a idéia de ele era estranho e que falava estas besteiras de muçulmano. (Ouçam aqui).
Depois, especulou-se que era HIV positivo. Ateu, mulçumano e soropositivo. Independente de em qual dessas categorias o assassino se encaixasse, qualquer uma delas, a julgar pelo teor da cobertura, seria explicação necessária e suficiente para ele ter cometido o massacre. O ideal mesmo seria que ele fosse as três, simultaneamente.
Um especialista forense foi mais além e detectou, pelas roupas que o assassino vestia (coturno e calça verde) que deveria se tratar de um membro de organizações fundamentalistas… muçulmanas!!! Recrutado por estes grupos, ele foi escolhido pra ação porque tinha HIV e precisava se “limpar” no tal “ato terrorista”.
Pronto, simples assim. Em duas ou três horas de cobertura midiática, cercada de “especialistas”, o retrato feito. Encarnação da maldade. Mas se a realidade não se encaixa nestas teorias… quem se importa?
A tese está feita e divulgada a milhões de pessoas, estimulando preconceitos, espalhando desinformação e ódio. Mas, novamente, quem se importa?
Por Walter Hupsel . 07.04.11 - 19h34
Colunista Yahoo Brasil
Mas não é sobre isso que quero escrever, e nem tenho conhecimento sobre o tema que me permita colaborar, de alguma maneira, com o debate. Meu foco é outro: a cobertura da imprensa.
Assim que soube do massacre pelo Twitter, corri pra TV para ter mais e melhores informações. Com muito bom grado obtive quantidade e não qualidade. Tive mais informações, mais informações inúteis e sensacionalistas. E olhem que faço parte de uma pequena parcela da população assinante de TV a cabo.
Não liguei a TV nos programas sanguinolentos do fim de tarde, nos quais os apresentadores gritam, gritam e gritam, mostrando imagens bizarras e pedem por mais sangue. Não, eu estava sintonizado num canal exclusivamente de notícias, em que elas seriam tratadas – acreditava eu – de maneira mais fria e analítica.
Ledo engano. Foi uma chuva de despautérios construídos imediatamente em cima da notícia, com a devida carga de sensacionalismo, desrespeito e oportunismo que, claro, muito mais reforça os estereótipos do que explicam a tragédia.
Jornalistas e “especialistas” buscavam qualquer explicação, qualquer uma, que pudesse explicar fato. Tentaram colar o rótulo de “ateu”, como se isso fosse mesmo premissa para ser um assassino. Um crime dessa magnitude só poderia ser praticado por alguém descrente, portanto, um monstro, não é mesmo? (Profundo desconhecedor da história, Datena disse hoje que “quem acredita em Deus não faz uma dessas.”)
Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um “ato terrorista”.
“Ele era esquisito e estava com a barba muito grande”, falou a irmã de criação dele. Um jornalista conduz a entrevista: “Mas ele falou alguma coisa de religião… de muçulmano?”. A irmã meio que induzida, repete a idéia de ele era estranho e que falava estas besteiras de muçulmano. (Ouçam aqui).
Depois, especulou-se que era HIV positivo. Ateu, mulçumano e soropositivo. Independente de em qual dessas categorias o assassino se encaixasse, qualquer uma delas, a julgar pelo teor da cobertura, seria explicação necessária e suficiente para ele ter cometido o massacre. O ideal mesmo seria que ele fosse as três, simultaneamente.
Um especialista forense foi mais além e detectou, pelas roupas que o assassino vestia (coturno e calça verde) que deveria se tratar de um membro de organizações fundamentalistas… muçulmanas!!! Recrutado por estes grupos, ele foi escolhido pra ação porque tinha HIV e precisava se “limpar” no tal “ato terrorista”.
Pronto, simples assim. Em duas ou três horas de cobertura midiática, cercada de “especialistas”, o retrato feito. Encarnação da maldade. Mas se a realidade não se encaixa nestas teorias… quem se importa?
A tese está feita e divulgada a milhões de pessoas, estimulando preconceitos, espalhando desinformação e ódio. Mas, novamente, quem se importa?
Por Walter Hupsel . 07.04.11 - 19h34
Colunista Yahoo Brasil
Massacre no Rio de Janeiro
Psicoanalizare: Massacre no Rio de Janeiro: "Um indivíduo de 23 anos entrou na escola onde antes tinha estudado, e munido de dois revólveres começou a ceifar vidas de adolescentes que n..."
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Dinamismo psíquico
Psicoanalizare: Dinamismo psíquico: "Johann Friedrich Herbart afirmava que: - O elemento constituinte da vida mental é a representação adquirida através dos sentidos. Para Herba..."
domingo, 3 de abril de 2011
Chantagem emocional /ontologia
Desejamos ser, o que tantas vezes não conseguimos ser.
Tal desejo não realizado, pode ser entendido como uma mentira ontológica ?
Esse mesmo desejo,que um sujeito não consegue realizar, e um outro o consegue,pode ser entendido como uma verdade ontológica ?
Ou, em ambos os casos, trata-se de uma verdade ontológica ?
Segundo este ponto de vista, a mentira não pode ser considerada o oposto da verdade, e se a verdade não pode ser confundida com a mentira, a mentira e a verdade não existem no fenómeno, em que o ser humano tenta fragmentar artificialmente, o que de forma natural pretende ficar inteiro.
A mentira parece servir á fuga de uma verdade fenomenológica, uma vez esta não admitida como realidade que possamos observar, sendo reprimida, punida, proibida de ser falada.
A mentira será então um movimento de libertação na tentativa de fugir á punição.
- O menino mente porque sabe que pode ser punido.
Se alguém nos diz que somos punidos, estão a convidar-nos à mentira.
Se aquilo que se encontra fora da nossa realidade tende a permanecer oculto, e se o mesmo for designado através da verbalização por ruim, demoníaco, fantasmagórico, que nos pode até provocar a morte, a verdade será essa, que será levada em consideração como ato de resistência da preservação da vida.
Percebemos no entanto, que tais figuras não existem, em que os homens criaram uma mentira através de imagens verbais, para levar os outros a pensar que essa será a verdade.
Se essa verdade existir na mente humana, o antídoto para essa ameaça será aquele que pode proteger o indivíduo da maldição, e da desgraça anunciada, o fazendo prisioneiro, e submisso.
Como podemos desejar a autonomia do indivíduo, se na formação da criança praticamos a chantagem emocional ?
A partir de uma mentira na qual se acredita é construída uma suposta verdade, em que ambas passam a constituir a realidade do sujeito, a sua verdade interior.
Desse modo a mentira é transformada em verdade, em que a realidade observada, ou sentida, será sempre para o sujeito a verdade, mesmo que seja uma tremenda mentira.
- Atrás daquela porta está o fantasma que te vai matar se a abrires.
Ele de fato não existe, mas encontra-se naquele lugar de forma imaginária, porque alguém com tanta certeza assim o afirmou, o que provoca no indivíduo uma determinada emoção, excitação.
Será a emoção o produto de uma verdade incorporada ?
E que verdade será essa ?
Tal desejo não realizado, pode ser entendido como uma mentira ontológica ?
Esse mesmo desejo,que um sujeito não consegue realizar, e um outro o consegue,pode ser entendido como uma verdade ontológica ?
Ou, em ambos os casos, trata-se de uma verdade ontológica ?
Segundo este ponto de vista, a mentira não pode ser considerada o oposto da verdade, e se a verdade não pode ser confundida com a mentira, a mentira e a verdade não existem no fenómeno, em que o ser humano tenta fragmentar artificialmente, o que de forma natural pretende ficar inteiro.
A mentira parece servir á fuga de uma verdade fenomenológica, uma vez esta não admitida como realidade que possamos observar, sendo reprimida, punida, proibida de ser falada.
A mentira será então um movimento de libertação na tentativa de fugir á punição.
- O menino mente porque sabe que pode ser punido.
Se alguém nos diz que somos punidos, estão a convidar-nos à mentira.
Se aquilo que se encontra fora da nossa realidade tende a permanecer oculto, e se o mesmo for designado através da verbalização por ruim, demoníaco, fantasmagórico, que nos pode até provocar a morte, a verdade será essa, que será levada em consideração como ato de resistência da preservação da vida.
Percebemos no entanto, que tais figuras não existem, em que os homens criaram uma mentira através de imagens verbais, para levar os outros a pensar que essa será a verdade.
Se essa verdade existir na mente humana, o antídoto para essa ameaça será aquele que pode proteger o indivíduo da maldição, e da desgraça anunciada, o fazendo prisioneiro, e submisso.
Como podemos desejar a autonomia do indivíduo, se na formação da criança praticamos a chantagem emocional ?
A partir de uma mentira na qual se acredita é construída uma suposta verdade, em que ambas passam a constituir a realidade do sujeito, a sua verdade interior.
Desse modo a mentira é transformada em verdade, em que a realidade observada, ou sentida, será sempre para o sujeito a verdade, mesmo que seja uma tremenda mentira.
- Atrás daquela porta está o fantasma que te vai matar se a abrires.
Ele de fato não existe, mas encontra-se naquele lugar de forma imaginária, porque alguém com tanta certeza assim o afirmou, o que provoca no indivíduo uma determinada emoção, excitação.
Será a emoção o produto de uma verdade incorporada ?
E que verdade será essa ?
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