Se a raiva está ligada a uma energia acumulada que tem em conta um objeto determinado, que até pode ser o próprio indivíduo, o ciúme apresenta uma relação evidente com o sentimento de posse, e com a visibilidade de alguém poder possuir o objeto de desejo, e de sua satisfação.
Ambas revelam um poder interior exagerado, que tende a perder o respeito e consideração pelo o outro. devido a uma incapacidade interior de gerir os conflitos. Poder e posse parecem andar de mãos dadas.
Quem não tem a posse perde o poder.
Quem não possui poder perde a posse.
Entendidas a coisas desta maneira ambivalente, não existe lugar para uma terceira opção, que não deriva dessa duas, mas que tende a emergir de alguns outros elementos relacionados entre si.
A ambivalência não deriva da diversidade de imagens, e idéias, mas antes de um comportamento humano. de quem tem a responsabilidade de formar a criança, seja na sua forma verbalizada, ou na relação gestual.
A ambivalência deriva da escolha entre duas coisas, em que o indivíduo é forçado a ficar com uma delas, excluindo todas as outras. A postura parece ser resultante de uma síntese, a partir de um conjunto de valores, postura e verbalização do formador, que corresponde a indicadores, ou seja, sentidos, que são adquiridos por aquele que está sujeito á formação. A postura contém algo de ambas, mas o que tende a prevalecer é um sentido, que apresenta uma relação com a afetação do ser humano, que já não tem relação alguma com as idéias.
Só através do afeto o ser humano é levado ao princípio de racionalidade.
Porque o afirmo ?
Porque o medo funciona como elemento de interseção, e tende a bloquear uma forma sequencial do pensamento, por medo de sofrer a punição, quando as consequências se evidenciarem.
Tal punição, não a devemos apenas julgar proveniente de um outro, mas de si mesmo, porquanto o desprazer, a dor e sofrimento, são sentidas da mesma forma dolorosa.
Devemos então perguntar pelos afetos e desafetos do indivíduo.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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