Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Educação popular segundo Paulo Freire

O professor Alcides Restelli Tedesco (II Tríduo Paulo Freire – Educação Popular: 50 Anos, UFPE, 2008), defende a tese de que a obra de Paulo Freire é voltada para o diálogo, ou seja, para a condição existencial do ser humano. Para ele, na obra de Freire não há o domínio de um sujeito sobre o outro, prevalece ali a inter-relação EU e TU, e vice-versa, valorizando-se a criatividade, a interlocução e, portanto, a reflexão. Daí pode-se concluir que, na visão de Freire, o diálogo não se resume apenas em técnica didática, pois, segundo ele, não há diálogo sem amor, sem tolerância nem criticidade.
Além disso, vale salientar a sintonia que há entre o pensamento de Paulo Freire e o de alguns educadores e linguistas modernos. A ideia de círculo de cultura (e por que não de culturas?) é expressa na pedagogia do educador Tião Rocha (a quem tive a oportunidade de ver e de ouvir, no ano supracitado, graças ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo). O método de transplantação de conhecimento tem sido contestado por educadores de grande renome, como Ana Teberosky e Délia Lerner, bem como por linguistas de igual renome, como Angela Kleiman, Celso Pedro Luft, Marcos Bagno e Nelly Carvalho, entre outros.
Diante do exposto, pode-se argumentar que, consoante esses autores, em vez de se transplantar conhecimento (o que não creio ser possível), deve-se partir da realidade do estudante (seu mundo, sua vivência e sua cultura) para outras realidades (outros mundos, outras vivências e outras culturas), o que faz vir à tona a relevância do conhecimento prévio do estudante durante o processo de ensino e aprendizagem. E tais aspectos estão em sintonia com a obra freireana, daí a sintonia entre o pensamento de Paulo Freire o dos autores sobreditos.
Ademais, na ótica de Paulo Freire, a aquisição de um novo conhecimento tem como conceito básico a simetria discursiva (o diálogo entre os pares ou grupos), a saber, esse conhecimento funciona como um ato político (não para o estudante, mas com o estudante). Quer dizer, o conceito de educação popular segundo Paulo Freire parte da realidade das camadas sociais realmente populares, isto é, dos mocambos. Leva em conta o local (a região) em que vive o estudante e tem como objetivo primordial a inserção dele no processo educativo, de modo vivo e dinâmico, incluindo-o numa política desenvolvimentista.
Em tese, a educação popular, na ótica de Paulo Freire, não exclui o proletário, nem o subproletário, nem o mendigo. Ela é pautada em questões problematizadoras e envolve tanto o pensamento quanto o sentimento. Nessa concepção de educação, bens culturais, bens linguísticos e bens sociais são vistos como um direito inalienável de todas as camadas sociais. Ali se prima pela competência do estudante (ele é visto como pessoa crítica e criativa), e educar é um fazer cuidadoso (exige partilha de conhecimento, respeito mútuo, aceitação do outro e de si próprio, e assim por diante).

Fonte – www.artigonal.com

Roberto de Queiroz - Perfil do Autor:
Natural de Recife (PE). Professor de Português e Literatura. Possui especialização em Letras pela Universidade de Pernambuco (UPE), 2007, e graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FAMASUL), 2003. Já foi laureado em certames literários realizados em Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo. É autor de três livros e integrante de várias antologias. Possui ainda poemas, contos, crônicas e artigos publicados em jornais e revistas.

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