Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eternamente amarrados

Parte-se do princípio, que existem significados e significantes deslizantes, que não conseguem estar amarrados, que se encontram livres, talvez no sub-consciente, que permitem fazer das suas ao sujeito, em que alguns autores parecem reclamar por um ponto cruz, para formar um núcleo, onde possam ancorar o seu barco. A idéia da unidade referência parece atormentar os analistas, estudiosos e investigadores, que, pelo o modo que expõem os assuntos, quem não estiver amarrado a uma referência central apresenta algum tipo de transtorno. Se isso é de fato fundamental, em termos de formação na infância, como incorporar na criança essa idéia, é uma outra questão, que fica normalmente por analisar. Claramente a maioria atende á uniformização de conceitos e procedimentos, como forma de impor uma unidade de referência, que pode não ser conseguida á custa da agressão física, o que já é um progresso, mas mediante a proibição verbalizada, em que, cada vez mais são acentuadas as diferenças, negando umas, afirmando outras. O mesmo será dizer que existe uma tentativa de exclusão.

Você só entra na discussão se estiver lá. Só entra nela se for atuante. Costuma-se dizer, que você só entra na discussão se os outros autorizarem. Isso é verdade em circuitos fechados, mas não quando as portas estão abertas, e o acesso é livre. As publicações fáceis, e a comunicação a qualquer momento, como a Net, altera todo o cenário do poder, talvez criando um outro poder, que não mais saber, contudo, dessa relação frenética aproveita-se sempre qualquer coisa, que possa servir para o futuro saber.

Num mundo de convicções, será sempre bom escutar os loucos.

Existe em qualquer fenômeno humano uma zona intermédia, oculta, que se encontra á margem do desejo – fonte – , e da sua realização – objetivo / finalidade -, em que o barco navega entre essas duas margens,sujeitando-se às vicissitudes de uma mar mais ou menos revolto, ou tranqüilo, que tem suas conseqüências.
Um desejo como íman que tenta atrair o objeto, cuja intenção é a própria satisfação do sujeito, promove a ligação direta entre a fonte de energia, e a finalidade a que se propõe. Metaforicamente, seria como uma onda abrangente, avassaladora, contínua, que tende a esgotar-se mais além quando atingido seu objetivo, em que a sua força não é dispersada em momento algum, dada a ausência de elementos de interseção, de obstáculos. Seria como um fluir contínuo, e constante. Uma máquina perfeita a partir de uma fonte de alimentação, em que ela própria seria alimentada ao conseguir a realização de determinada tarefa, existindo uma auto alimentação, que forçosamente conduziria ao consumo, e á satisfação, para auto alimentar-se de novo. Segundo tal percepção a autonomia também deriva do funcional, embora nem sempre seja conseguida. Parece ser este circuito que o indivíduo não encontra, em virtude de nunca lhe ter sido permitido, ou, por ser perdido entretanto, em parte, que devido ás circunstâncias da vida, apresenta alguma dificuldade em refazer, ou edificar.
De um ser inteiro, fragmentado em mil pedaços, o sujeito não possui o saber bastante pata juntar os cacos, e seguir em frente.
Psicose, ou neurose ?
A montanha pariu um rato.

Nenhum comentário: