Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Catadores de restos e corrupção

Corvos, e outras aves de rapina, que se vestem de preto como quem vai para um velório, são catadores dos restos que sobra da vivência de um ser vivo na face da terra. Importantes elementos da natureza, a que se seguem outros de menor porte, que consomem, o que a outros já não faz falta nenhuma, que não esperam pela degradação da matéria, e a transformam em alimento e energia, que servem a outros corpos. Coisa morta, corpo em decomposição, num processo de auto degradação irreversível, ainda assim serve aos interesses de outros corpos, que retiram até à última gota o soro de seu sustento, até virar esqueleto. Somos alimentados por uns, e alimentamos outros, num ritual de vivência, cujo único sentido de vida é a sobrevivência, cujo termômetro não possui números, mas apenas a sensação de estar satisfeito, que nos garante o prazer. Se ousa dizer, que se trata de uma cadeia alimentar complexa, em que as necessidades são estabelecidas em face da massa dos corpos, em que parece existir uma repartição de tarefas, e o alimento é garantido em doses equilibradas, esperando cada um a sua vez. Corvos se afastam na presença dos homens, do cachorro, ou do leão, aguardando sua vez para deliciar-se com os restos de uma farta refeição, em que o conceito de higiene parece ser só coisa própria de humanos. Corvos, e outras aves de rapina, são os políticos da área, que espreitam do céu a oportunidade ideal para dar uma quantas bicadas numa carne fresca, ou até mesmo em decomposição, não querendo saber se é Pedro, ou Paulo, nem sequer olham para o lado para perceberem, se outros estão mais necessitados que eles. O predador corrompe as carnes alheias, e tem como seu aliado o ¨ leão ¨, que garante a imobilização da vítima, e a enfraquece, ficando, desse modo, á mercê de seus próprios instintos de morte, proveniente de seus insaciáveis desejos, devorando tudo que se apresente pela frente. A corrupção apresenta esse lado animalesco, instintual, que possui mais olhos que barriga, a que se seguem os catadores de restos para aproveitar as migalhas abandonadas depois do palitar dos dentes dos senhores. O corrompido será escravo de sua incompetência em procurar por si mesmo o sustento, esperando ser penetrado, porque terá sempre a desculpa que foi seduzido, ou coagido, dando a idéia, que não teria outra forma de escapar de tamanha agressão, ocultando porém a satisfação, e o gozo por essa relação. O corrupto tenta corromper, em que a virgindade uma vez perdida, faz do ingênuo mais um corrupto, num processo de identificação de satisfação e prazer, que os torna semelhantes, aliciados por uma vida de rapina, que é sempre mais fácil, que ganhar o pão de cada dia. Perante tal avidez, e se estivermos de acordo, que as aves de rapina têm seu lugar próprio na selva, será para lá que devem ser expulsos, porque se tal não acontecer, corremos o risco de transformar o planeta numa selva, em que não existe lugar para os homens.

Nenhum comentário: