quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Catadores de restos e corrupção
Corvos, e outras aves de rapina, que se vestem de preto como quem vai para um velório, são catadores dos restos que sobra da vivência de um ser vivo na face da terra.
Importantes elementos da natureza, a que se seguem outros de menor porte, que consomem, o que a outros já não faz falta nenhuma, que não esperam pela degradação da matéria, e a transformam em alimento e energia, que servem a outros corpos.
Coisa morta, corpo em decomposição, num processo de auto degradação irreversível, ainda assim serve aos interesses de outros corpos, que retiram até à última gota o soro de seu sustento, até virar esqueleto.
Somos alimentados por uns, e alimentamos outros, num ritual de vivência, cujo único sentido de vida é a sobrevivência, cujo termômetro não possui números, mas apenas a sensação de estar satisfeito, que nos garante o prazer.
Se ousa dizer, que se trata de uma cadeia alimentar complexa, em que as necessidades são estabelecidas em face da massa dos corpos, em que parece existir uma repartição de tarefas, e o alimento é garantido em doses equilibradas, esperando cada um a sua vez.
Corvos se afastam na presença dos homens, do cachorro, ou do leão, aguardando sua vez para deliciar-se com os restos de uma farta refeição, em que o conceito de higiene parece ser só coisa própria de humanos.
Corvos, e outras aves de rapina, são os políticos da área, que espreitam do céu a oportunidade ideal para dar uma quantas bicadas numa carne fresca, ou até mesmo em decomposição, não querendo saber se é Pedro, ou Paulo, nem sequer olham para o lado para perceberem, se outros estão mais necessitados que eles.
O predador corrompe as carnes alheias, e tem como seu aliado o ¨ leão ¨, que garante a imobilização da vítima, e a enfraquece, ficando, desse modo, á mercê de seus próprios instintos de morte, proveniente de seus insaciáveis desejos, devorando tudo que se apresente pela frente.
A corrupção apresenta esse lado animalesco, instintual, que possui mais olhos que barriga, a que se seguem os catadores de restos para aproveitar as migalhas abandonadas depois do palitar dos dentes dos senhores.
O corrompido será escravo de sua incompetência em procurar por si mesmo o sustento, esperando ser penetrado, porque terá sempre a desculpa que foi seduzido, ou coagido, dando a idéia, que não teria outra forma de escapar de tamanha agressão, ocultando porém a satisfação, e o gozo por essa relação.
O corrupto tenta corromper, em que a virgindade uma vez perdida, faz do ingênuo mais um corrupto, num processo de identificação de satisfação e prazer, que os torna semelhantes, aliciados por uma vida de rapina, que é sempre mais fácil, que ganhar o pão de cada dia.
Perante tal avidez, e se estivermos de acordo, que as aves de rapina têm seu lugar próprio na selva, será para lá que devem ser expulsos, porque se tal não acontecer, corremos o risco de transformar o planeta numa selva, em que não existe lugar para os homens.
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domingo, 25 de setembro de 2011
Coisas da memória
Corrigir informação não nos faz apagar o dado anterior
Depois de perceber um erro, as pessoas geralmente fazem o possível para reparar o engano: empresas pagam indenizações, notas de provas são alteradas e jornais publicam erratas. Porém, segundo um estudo desenvolvido na Universidade Western, na Austrália, o dano causado não é esquecido – mesmo que sejamos explicitamente orientados a ignorar a informação equivocada.
from Psicologado News
A partir desta constatação óbvia, uma série de outras questões são levantadas, cujas respostas fáceis parecem estar condenadas ao fracasso, e exige um estudo e investigação aprofundado, cuja finalidade será entender como driblar esses supostos erros.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Fluidez energética
Psicoanalizare: Fluidez energética: Hoje em dia existem disciplinas, que apostam na harmonização energética como forma de adquirir um bem estar interior. Afirmar que não funcio...
domingo, 18 de setembro de 2011
¨ O quarto do filho ¨ é um filme que remete à reflexão do que é ser. mais ou menos forte, ou fraco, quando o sujeito se depara com a morte de um filho.
sábado, 17 de setembro de 2011
O lugar da verdade
Psicoanalizare: O lugar da verdade: Podemos afirmar como fazem alguns filósofos, que os sentidos não reproduzem os fatos, ou seja, os fenômenos, com exatidão, que por isso não ...
EQM - Experiência quase morte
Na Globo, na reportagem das EQM - Experiência de quase morte, foi afirmado, que se o cérebro para de funcionar, significa que a mente não existe. Não percebi onde pretendia chegar o sujeito com esta afirmação, mas estou de acordo com ele, de fato a mente não existe. O que existe é um campo de interação a que foi designado por mente, como produção teórica para melhor compreensão de fenómenos abstratos, que não são localizados, nem localizáveis.
Ficaram muitas perguntas no ar, o que é sempre bom, mas a meu ver, existe uma, tal como a homeopatia a entende, que deve ser estudada, e investigada:
- Será necessária a presença de um corpo físico, para que sua energia se evidencie ?
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Narcisismo primário
Psicoanalizare: Narcisismo primário: Referência objetal Por vezes não percebemos muito bem as forças que constituem um corpo, confundindo sentimentos, em que, por exemplo, a g...
domingo, 11 de setembro de 2011
As tragédias humanas
A escalada de violência inicia-se a partir de uma paz invadida por ressentimentos.
O reforço através do ritual, que retém os traços da memória, coloca no altar a figura principal de uma tragédia, exaltando as almas ofendidas, ou os acontecimentos, que alguém não pretende esquecer, sabe-se lá porquê ?
Quando insistentemente alguém chama os mortos, não será sentido de vida, mas um sentido melancólico, que o luto não parece ter condições de apagar.
Ressentidos pela perda, tentamos contrariar a realidade, que não está na violência, mas no apego a ressentimentos, que serão sempre desejos de vingança, que não nos deixa viver em paz.
Um indivíduo chorar a perda de algo, ou alguém que lhe é querido, segundo o ponto de vista da organização da mente é perfeitamente natural, como forma de superar as perdas.
Contudo, questiono, se será legítimo algum de nós recordar a outros, o que pretendem esquecer ?
Reabrir as feridas, que supostamente estariam a cicatrizar, será eternizar os acontecimentos que criou suas vítimas, em que o passado se faz sempre presente, não deixando as pessoas seguirem em frente, perdendo seu sentido de vida.
Os passos perdidos nas idas ao cemitério, podem ser considerados como prova de amor, mas sobretudo será uma tentativa de negar a realidade, que jaz ali, naquele lugar, como corpo morto, que ainda desejamos com vida, ou, que pelo menos, ainda possui a capacidade de alimentar nossas vidas.
De que vidas falamos, quando elas são alimentadas por coisas, ou corpos mortos ?
Viverás eternamente amargurado por tuas lembranças, que eu farei recordar, fabricando rituais, como método repetitivo, interferindo com a organização da mente, que vincula a mente ao objeto, ou á tragédia, que pode tornar-se obsessiva.
O ritual serve a dois senhores, à alegria e à tristeza, à vida e à morte, em que as coisas não podem ser indiferentes, para que indivíduo as possa aceitar tal como são, e não como gostaria que elas fossem.
O filme da realidade não pode ser invertido.
Nenhum de nós consegue dar vida aos mortos.
Mas podemos perceber o que pode, e deve ser feito, para que as tragédias humanas não se possam repetir a todo o momento.
Encontrar nos outros a responsabilidade por uma morte não desejada é imensamente mais fácil, que perceber em nós o que fizemos para que tal pudesse acontecer.
Se aos mortos a paz é devida, também a será aos vivos, que não cai do céu, e deve ser procurada através do afeto, que não no ressentimento, na vingança, e no ódio.
Se as perguntas é que movem o mundo, o que fica por responder parece constituir a solução, que não desejamos enxergar.
Que a paz regresse a seus lares, e se faça sentir em vossos corações.
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sábado, 10 de setembro de 2011
Psicodiagnóstico
Psicoanalizare: Psicodiagnóstico: A lógica psicanalítica A necessidade de uma definição patológica à priori é decorrente de uma outra necessidade, a da medicamentação, como ...
domingo, 4 de setembro de 2011
Dor psíquica
Psicoanalizare: Dor psíquica: Designamos dessa forma um sinal psíquico, como uma espécie de chamada de atenção, devido a algo, ou alguma coisa, que não está segundo deter...
sábado, 3 de setembro de 2011
Os marcianos da psicanálise
Desde há algum tempo assisto à invasão de marcianos no espaço psicanalítico, que trazem de Marte a teoria do condicionamento, que contraria a essência da teoria Freudiana.
Porque desejam vestir a pele do cordeiro só a eles diz respeito.
Por mim, não estou disposto a vestir a pele do lobo, por isso, evito a confrontação, sem, no entanto, deixar de ser firme quanto às minhas idéias.
Afirmam alguns, que a escola do futuro será a mistura de todas as disciplinas, como se não fosse possível distinguir o trigo do joio, colocando tudo no mesmo saco, seguindo o exemplo da globalização, que tende a acabar com a individualidade, cuja finalidade será eleger um projeto comum.
Continuamos, de forma inconsciente, a defender a uniformidade, excluindo a diversidade, as diferenças, para que tudo possa ter um corpo comum, em que retornamos ao tempo das cruzadas, da inquisição e da ditadura, embora numa versão ¨ light ¨, que alguns dizem ser democracia.
Falemos claro, quem deseja estar no mundo da psicanálise deve abandonar o mundo do condicionamento animal, dado, que de acordo com as leis da física um corpo não pode ocupar dois espaços ao mesmo tempo.
Falar em psicanálise, ou em nome dela, e ter uma atitude proibitiva perante a realidade exterior, tentando vergar a vontade dos outros á sua vontade, afirmando o que deve ser, tentando eliminar o que todos enxergam, só pode ser levado ao campo da neurose obsessiva compulsiva, com uma componente narcisista exacerbada.
Se assim entendermos as coisas, já não é apenas a sociedade que está doente, mas também alguns profissionais da área, que se deixaram invadir pelo distúrbio psíquico da era pós modernidade.
Claro, que a psicanálise vai resistir a essa invasão, porque não está localizada num espaço determinado, percebendo-se como um radical livre, que se associa a um corpo compatível, seguindo seu próprio caminho indiferente aos desmandos psicológicos de uma sociedade em decadência.
E por ser livre, alguns a pretendem aprisionar.
Em termos de relações humanas continuamos posicionados na idade da pedra.
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