Se possuir vida será a primeira condição para
estar na vida, sem liberdade e movimento nos interrogamos para que servirá.
Para que queres a liberdade, se tens o
necessário para viver ?
Será o mesmo que perguntar a um canário porque deseja voar, quando tem água e comida em abundância.
O homem, ou qualquer outro ser vivo, não sabe explicar porque deseja a liberdade, dado que aquilo que é sentido pelo o corpo, tantas vezes não conseguimos explicar, mas o desejamos.
Porque queres a liberdade ?
Esta pergunta foi feita ao escravo, que tendo o suficiente para manter-se vivo, que outros desejos poderia ter.
Liberdade e movimento são partes de um corpo, que podem garantir a sensação de felicidade, mesmo quando por momentos possa estar aprisionado a qualquer coisa, dado transmitir-lhe uma sensação de prazer e satisfação.
Aí, ele tem a sensação de ser livre, mesmo que acorrentado, seja, a uma idéia, a uma pessoa, ou a uma coisa qualquer.
De fato qualquer ser humano é livre enquanto possa escolher, porque quando ela não existe, a escolha, nem liberdade e movimento percebemos num corpo.
A depressão, o luto, a doença, e a frustração não nos garante a escolha, restando apenas uma possibilidade, a de tentar seguir em frente, tentando derrubar todos os obstáculos, cujo sentido será a sobrevivência no mar das tormentas.
O ser forte e a felicidade parecem andar juntos, quando as condições são favoráveis.
Só podemos perceber quem é quem, quando a felicidade vira pesadelo.
O homem não sai vencedor da luta contra o outro, apenas uma sensação breve de conquista, ele torna-se um vencedor quando mostra capacidade para ultrapassar as dificuldades de sua própria vida.
Porém, levar esta idéia ao extremo também pode provocar a morte do herói.
Existem condições, que lutar, ou procurar a solução sem ajuda, é definhar aos poucos, fazendo de um homem forte um fraco, em que a morte parece chegar aos poucos, que do clarão só resta uma luz, que se não for alimentada logo pode apagar para sempre.
Será uma experiência de quase morte, que pode de nada servir se a morte der conta do corpo.
Fugir da morte, como o diabo foge da cruz, como se ousa dizer, não pode significar que só as almas generosas sejam crucificadas, porque seria a maior das injustiças que alguém poderia cometer.
Qualquer alma segue o mesmo destino, e, em algum momento tem o encontro marcado com a morte.
Aqui não existe escolha, desse encontro último ninguém nos livra, marcado, na maioria das vezes, contra nossa própria vontade, mas existem aqueles, que não desejando deixar as coisas em mãos alheias, marcam seu próprio destino com suas atitudes suicidas.
Estes procuraram escolher na morte, não a felicidade, mas os momentos mais breves de uma dor e sofrimento que julgaram não suportar ao manterem-se vivos, procurando na sua própria morte, a salvação.
A insuportável dor de quem está vivo, o pode conduzir pelo corredor da morte.
A insuportável dor de quem não tem escolha, de quem já não sente a liberdade, e tolhido de movimentos, pode garantir a idéia de estar morto, mesmo possuído pela vida.
No final das contas, somos prisioneiros de nós mesmos, das nossas próprias convicções.
Será a idéia perfeita do casto, que castrado, não consegue suportar as dificuldades da vida.
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