terça-feira, 9 de julho de 2013
Estímulos e processo neural
Se entendermos por qualidades sensoriais a captação de estímulos exteriores através dos cinco sentidos, podemos perceber que esses órgãos se encontram na periferia do corpo, cujos estímulos serão descodificados no cérebro, favorecendo a identificação ao meio ambiente como forma de o corpo a ele se adaptar e mover-se. Os sentidos funcionam como sensores do meio ambiente, tentando, em essência, a auto preservação da vida de um ser vivo.
Podemos perceber nos sentidos uma porta de livre acesso aos estímulos exteriores, a que o cérebro e sua estrutura neural tenta decodificar e dar uma resposta, visando a preservação da própria vida de um ser vivo, pelo que devemos considerar que os estímulos são tratados interiormente.
Se existir algum erro de cálculo será devido a uma decodificação neural, talvez por falta de mais informação derivada de outros estímulos associados que não foram captados pelos sentidos, o que nos garante um conhecimento limitado da coisa observada.
Somos a considerar que a diversidade perceptiva pode garantir uma ideia mais aproximada da coisa real, e que a uniformidade tende a restringir o ângulo através da qual a possamos observar e perceber, e que o processo de auto afirmação é resultante da interiorização dessas duas formas de percepção, que entre si podem apresentar variáveis e variações.
Se o cérebro, e sua região neural deverá ter em atenção os estímulos derivados do exterior, o primeiro passo será o respeito e consideração por tais estímulos, que deve incluir a coisa, ou pessoa que os emite, como forma de a ter em atenção.
Podemos designar a captação de estímulos exteriores de consciência, mas ela não parece garantir a forma interior de tais estímulos serem organizados tal como nos são presentes, ficando sujeitos a uma ordem interna pré-estabelecida neural, que julgo processar-se através de um grau valorativo tendo em vista a preservação da vida, levando em conta a associação de estímulos.
A preservação da vida e sua continuidade implica o sentido de sua própria satisfação em que o corpo tenta munir-se de tudo quanto a possa favorecer, em que a estabilidade é garantida por um bem estar, designado por agradável, e a instabilidade por um mal estar, que por isso mesmo será sentido como desagradável.
Assim, o sentir será medido pelo mais ou menos agradável ou desagradável, o mesmo será afirmar, mais ou menos bem estar, ou mal estar, em determinados momentos da vida.
O patológico parece depender de momentos prolongados de mal estar do corpo, e que os momentos de algum instabilidade, que têm de existir, ao serem superados faz regressar o corpo à satisfação, e por conseguinte, ao bem estar interior.
A imagem e o som permitem ao cérebro interpretar uma relação a determinada distância que tenta decifrar mediante condições sugeridas de alguma agressividade ou passividade, em que os gestos e o som podem indiciar tais propósitos, mediante parâmetros estabelecidos na própria organização cerebral.
O tato, o paladar e o cheiro desempenham um papel sensitivo mais intimo, em que o corpo tende a relacionar-se com outro corpo dentro de um raio de ação muito mais próximo, pelo que devem ser considerados como elementos primários fundamentais no aprendizado e no desenvolvimento da formação da criança.
A fala que sucede ao som só mais tarde será associada ao gesto, à relação, como afirmação da prática gestual.
O aparelho de percepção é constituído por esses órgãos dos sentidos, que leva o ser vivo a conhecer o que o rodeia, em que o conhecido apresenta diversos graus de valorização, e até mesmo se revela através da indiferença relativamente a alguns estímulos exteriores.
Devemos perguntar quem, ou, o que garante determinado grau de valorização nessa fase primária da existência de um ser vivo, como no bebê, por exemplo ?
Decerto não será o sujeito, que ainda está sujeito a um processo formativo, que tende a processar-se ao longo de muitos anos, como fazendo parte de um aprendizado, que de associação em associação tende a consolidar-se, pelo que devemos considerar o papel que desempenha o corpo, o cérebro e zonas neurais, como receptor, organizador de estímulos exteriores, aos quais tende a dar uma resposta tendo em vista a preservação da vida.
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