segunda-feira, 22 de julho de 2013
Desejos e realidade
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sexta-feira, 12 de julho de 2013
Aparentemente forte
O medo de ser, ou parecer frágil, provoca a afirmação do Eu perante a realidade, que parece estranha, mas que existe de fato, a negando, como ser superior possuindo a verdade e o poder da destruição.
Quem lhe confere essa vontade é o desejo que foi imposto ao indivíduo.
Afinal o que vc está a tentar defender, ou a defender-se ?
Isolar-se do mundo será perder a oportunidade de crescimento, recusando a expansão de sua percepção, do conhecimento, e de novas conexões neurais.
Contaram-nos histórias, alguém nos fez saber que elas eram verdadeiras, e a única história que poderia ser contada para nos conduzir ao paraíso, quando afinal existe o outro lado da história que permanece oculta e nos recusamos a enxergar.
Aparentemente forte, o indivíduo só deseja enxergar e interiorizar um lado da história, em que se posiciona num deles, negando estabelecer a conexão, a ponte, para a outra margem, que embora faça parte da realidade não se permite conhecer.
Sendo frágil possui medo do desconhecido, reduzindo seu campo de percepção, a ele fica ancorado como boia de salvação, luta por ela até à exaustão, não percebendo que a tormenta pode invadir, e até mesmo destruir esse campo minado pela mesmice.
O mundo é movimento e não estagnação.
O mundo gira contra o conforto, porque confortável se perderia, e seria incapaz de produzir energia, que o conduziria inevitavelmente à morte.
O aparentemente forte é a morte psíquica, a que mais nada pode almejar.
O ser frágil, e disso tendo noção, pode garantir o aprendizado e construir novas conexões neurais, que lhe permita enxergar o mundo tal como ele é, e não como gostaria que fosse.
Mas para que tal aconteça é necessário não ter medo de explorar outro mundo nunca antes navegado, como se fosse uma aventura à descoberta, que o possa a cada passo o fortalecer cada vez mais.
Não nos faremos fortes de um dia para o outro, nem fortes seremos o suficiente para dar conta de tudo, mas decerto seremos cada vez menos frágeis mediante a aceitação da realidade, devendo ter ânimo e paciência bastante para a compreender e contornar.
Aparentemente fortes, não desejamos observar a realidade, mas apenas e tão só dar cabo dela, como se isso fosse possível, em que a tentativa de destruição do outro não se faz esperar, apagando o real exterior de sua realidade interior.
A formação infantil, na maior parte dos casos, tende a transformar o real em virtual, inexistente, como no conto de fados, ou de figuras fantasmagóricas, que detêm um poder que não pode ser observado, o transformando em idealismo.
O ideal seria o indivíduo dar conta da realidade, do cotidiano, do aqui e agora, com respeito e consideração pelo outro, mas isso parece esquecido na hora das exigências formativas, em que os conceitos estéticos e de subversão implicam com os instintos mais humanos, o transportando para o mundo das aberrações psicológicas.
Interseções irreais, que pretendem ocultar a realidade, desviando-se de uma cadeia evolutiva neural, criando apêndices, em que o objetivo primário não é conseguido, mas em vez dele outro se impõe, o bloqueia, cuja evolução neural terá outro tipo de afirmação.
O que antes desejava ser afirmado foi bloqueado, em que a negação da evolução da cadeia neural, ficou como suspensa, perdida em seu objetivo.
Talvez por isso, o neurótico realize os desejos dos outros, esquecendo os seus, valorizando o idealismo de seus formadores, que parecem determinar suas ações.
Aparentemente forte, mas aprisionado, o indivíduo, tantas vezes, deixa-se conduzir pelas atitudes e ideias de seus formadores.
Aparentemente fortes não nos conseguimos livrar das amarras em que nos envolveram, mostrando na realidade toda a nossa fraqueza.
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terça-feira, 9 de julho de 2013
Estímulos e processo neural
Se entendermos por qualidades sensoriais a captação de estímulos exteriores através dos cinco sentidos, podemos perceber que esses órgãos se encontram na periferia do corpo, cujos estímulos serão descodificados no cérebro, favorecendo a identificação ao meio ambiente como forma de o corpo a ele se adaptar e mover-se. Os sentidos funcionam como sensores do meio ambiente, tentando, em essência, a auto preservação da vida de um ser vivo.
Podemos perceber nos sentidos uma porta de livre acesso aos estímulos exteriores, a que o cérebro e sua estrutura neural tenta decodificar e dar uma resposta, visando a preservação da própria vida de um ser vivo, pelo que devemos considerar que os estímulos são tratados interiormente.
Se existir algum erro de cálculo será devido a uma decodificação neural, talvez por falta de mais informação derivada de outros estímulos associados que não foram captados pelos sentidos, o que nos garante um conhecimento limitado da coisa observada.
Somos a considerar que a diversidade perceptiva pode garantir uma ideia mais aproximada da coisa real, e que a uniformidade tende a restringir o ângulo através da qual a possamos observar e perceber, e que o processo de auto afirmação é resultante da interiorização dessas duas formas de percepção, que entre si podem apresentar variáveis e variações.
Se o cérebro, e sua região neural deverá ter em atenção os estímulos derivados do exterior, o primeiro passo será o respeito e consideração por tais estímulos, que deve incluir a coisa, ou pessoa que os emite, como forma de a ter em atenção.
Podemos designar a captação de estímulos exteriores de consciência, mas ela não parece garantir a forma interior de tais estímulos serem organizados tal como nos são presentes, ficando sujeitos a uma ordem interna pré-estabelecida neural, que julgo processar-se através de um grau valorativo tendo em vista a preservação da vida, levando em conta a associação de estímulos.
A preservação da vida e sua continuidade implica o sentido de sua própria satisfação em que o corpo tenta munir-se de tudo quanto a possa favorecer, em que a estabilidade é garantida por um bem estar, designado por agradável, e a instabilidade por um mal estar, que por isso mesmo será sentido como desagradável.
Assim, o sentir será medido pelo mais ou menos agradável ou desagradável, o mesmo será afirmar, mais ou menos bem estar, ou mal estar, em determinados momentos da vida.
O patológico parece depender de momentos prolongados de mal estar do corpo, e que os momentos de algum instabilidade, que têm de existir, ao serem superados faz regressar o corpo à satisfação, e por conseguinte, ao bem estar interior.
A imagem e o som permitem ao cérebro interpretar uma relação a determinada distância que tenta decifrar mediante condições sugeridas de alguma agressividade ou passividade, em que os gestos e o som podem indiciar tais propósitos, mediante parâmetros estabelecidos na própria organização cerebral.
O tato, o paladar e o cheiro desempenham um papel sensitivo mais intimo, em que o corpo tende a relacionar-se com outro corpo dentro de um raio de ação muito mais próximo, pelo que devem ser considerados como elementos primários fundamentais no aprendizado e no desenvolvimento da formação da criança.
A fala que sucede ao som só mais tarde será associada ao gesto, à relação, como afirmação da prática gestual.
O aparelho de percepção é constituído por esses órgãos dos sentidos, que leva o ser vivo a conhecer o que o rodeia, em que o conhecido apresenta diversos graus de valorização, e até mesmo se revela através da indiferença relativamente a alguns estímulos exteriores.
Devemos perguntar quem, ou, o que garante determinado grau de valorização nessa fase primária da existência de um ser vivo, como no bebê, por exemplo ?
Decerto não será o sujeito, que ainda está sujeito a um processo formativo, que tende a processar-se ao longo de muitos anos, como fazendo parte de um aprendizado, que de associação em associação tende a consolidar-se, pelo que devemos considerar o papel que desempenha o corpo, o cérebro e zonas neurais, como receptor, organizador de estímulos exteriores, aos quais tende a dar uma resposta tendo em vista a preservação da vida.
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