domingo, 30 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ano velho. Ano novo.
Ontem, ao vir um filme sobre a vida de Cristo, aprendi mais um pouco sobre relações humanas, que passado dois mil anos está tão atual como nessa época distante, em que o poder político e económico serve-se de todas as artimanhas para levar por diante suas intenções, nem que seja à custa de sacrificar uns quantos.
Para descansar algumas almas irritadas, esclareço que um poder, qualquer que seja, deve existir, pelo que a forma como ele é exercício é que está em causa.
Até hoje, não consegui perceber qual o crime que Cristo cometeu, e lembro-me de outros supostos crimes que ceifaram vidas inocentes do mesmo modo, sem que possa ser compreensível tamanho derrame de sangue.
Tal como os políticos de hoje, os de ontem, e de sempre, claro que existem exceções, são os maiores defensores da Igreja, sem que esta consiga desgrudar-se dos vendilhões do templo, maldando às malvas os ensinamentos de Cristo, que cada vez mais serve de figura decorativa das classes dominantes, e daqueles que um dia aspiram a ter algum poder.
Cristo negou-se a ser contra poder, e esse fenómeno até aos dias de hoje continua a ser mal compreendido, em que as ovelhas estão divididas entre os que o possuem, e os outros, que o pretendem alcançar.
As coisas vão bem no reino dos Céus, enquanto na terra reina a maior confusão doutrinária, em que se venera o Pai, mas muitos poucos cumprem suas leis, em que a perversão cada vez mais se instala entre os homens.
Não sei porque muitos se irritam perante esta evidência , como se evocar o nome de Cristo ou de Deus bastasse para curar todas as feridas, qual medicamento milagroso a que todos os homens têm acesso para curar suas lepras.
Não é preciso ser Cristo, muito menos Deus, como alguns desejam, mas será necessária uma prática de acordo com a teoria, e nesse aspecto deixamos muito a desejar.
Os submissos, Pedro que negou Cristo, e Judas que o entregou, são a prova que a lei de Deus lhes bateu à porta, mas não se deixaram impregnar por ela, em que o poder da auto preservação de suas vidas falaram mais alto.
Ora, o medo da morte, da perda, por vezes das coisas mais insignificantes, do bem estar, prende o homem, tornando-o submisso, delas reclamando sem saber como sair dessa situação, em que a vida e o sentido de sua vida estão quase sempre presas a bens materiais, embora possa falar e crer no divino.
O não desejo de ser assim, empurra o homem para o desejo de ser diferente, mas a realidade nos diz, que o sentimento de posse exacerbado aflora e estraga a festa, em que o arrependimento e a penitencia parecem não ser suficientes para o colocar no caminho de Deus.
A verdade, meus amigos, e que nós temos o péssimo hábito de falar muito daquilo que nos aflige, que temos alguma dificuldade em ter nos corações.
Nada irá mudar no novo ano, e se algo acontecer, será pela transformação interior de cada um.
Um abraço a todos.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Psicanálise, clínica e as faces do desejo
Postagem no site - http://dudupinta13.wix.com/desejo#!page2/cjg9
Analizzare – Centro de Estudo e Pesquisa em Psicologia e Psicanálise
Psicanálise, clínica, e as faces do desejo.
É meu desejo, o desejo que não desejo. É justamente a partir do não desejo, que surge o desejo em psicanálise, dado que toda a organização biológica e psíquica se pauta pelo princípio da satisfação e prazer, em que o desejo do psicanalista se torna irrelevante, face ao desejo do paciente. O desejo sucumbe com a realização, e a análise já não tem razão para existir, quando o analisando encontra o bem estar interior. A negação desaparece, porque vencida a resistência se deixou invadir por um outro desejo, ignorando o não desejo. Falar de desejos conscientes como última etapa de um percurso psíquico, é não enxergar, e tentar ocultar outros desejos que se tornaram inconscientes, que se revelam apenas como sentido.
Não parece que exista contradição, mas antes, a tentativa de afirmação de desejos conscientes e inconscientes, que coexistem no interior do mesmo sistema psíquico, que não se anulam, nem se contradizem, em que a diferença de potencial entre ambos tende a revelar um em detrimento do outro. Não existe a falta do desejo, mas apenas a sua não realização, tantas vezes por impossibilidade devido à ausência do objeto que permita realizar seu desejo, constituindo-se em obsessão, quando existe o não desejo, que é desejo do sujeito, em não desgrudar-se do objeto, mesmo que esteja morto. O sujeito não possui o desejo de encontrar um elemento substitutivo, permanecendo a energia ligada ao objeto perdido, pelo que o deslocamento da energia fica por fazer, negando por isso outros desejos, que se transformam em não desejos. A aparente falta de desejos que observamos em determinadas pessoas, que podemos perceber cada vez mais na análise, é proveniente de uma uniformização de determinado campo de ação, que para além dele nada pode ser desejado, em virtude do desejo estar circunscrito, lhe negando na formação infantil a experiência de outros desejos.
O desejo inconsciente é interior, agregado ao próprio corpo, tornando-se em afirmação do Eu, que um desejo consciente, derivado de fora, tenta aniquilar, em que o conflito não se faz esperar, entre desejos e não desejos. Podemos avaliar, embora sem exatidão, se tal desejo pode ser preenchido, daí o vazio, ou se, simplesmente o sujeito através da análise transforma tal desejo, em não desejo, porque de outros desejos é possuído. Parece ser justamente a interposição de outras formas de percepção, quando incorporadas, ou de outras formas de sentir, como terceiro elemento, que pode dissolver o conflito, ou o aliviar, que pode levar a uma distribuição da energia do corpo segundo um novo processo adotado. Tal processo tende a destruir o quadro ambivalente, em que os aspetos valorativos são conferidos por esse terceiro elemento, então incorporado, em que já não está em causa a ambivalência, afirmação e negação, transformando-se em probabilidades valorativas. Com a incorporação desse terceiro elemento foram desfeitos esses dois polos extremados, cuja valorização perdeu sua intensidade, apresentando agora a distribuição de energia uma outra configuração.
Estamos a falar de forças interiores, como seja, a da vontade, que se expressa de forma primária por uma necessidade ou desejo, atingindo uma rede complexa evolutiva, cuja tendência será perder de vista o desejo original, de cuja força depende o não desejo, como causa da possível patologia. Significa, que um não desejo, tanto serve à cadeia evolutiva normal de um complexo, como pode provocar algumas alterações, que uma vez sentidas de forma intensa pelo corpo, derivam em agressividade excessiva, violência e destruição dos outros, ou de si mesmo, revelando-se, por isso, patológica.
O psicanalista procura o terceiro elemento, que possa servir de mediador, e o revela ao sujeito, mas não é garantia, de o transformar em desejo de seu desejo, porque de outros desejos pode ser possuído. Ele saberá melhor que ninguém quais os seus desejos, existindo, porém, algum fator que impede o sujeito em sua realização, devido a uma incapacidade própria de potencializar seus desejos, face à pressão de outros desejos. O desejo de reparação, de reparar alguma coisa, desejos voluptuosos perturbadores, por isso, não permitidos, desejos sexuais com crianças, desejos recalcados por lembranças infantis, desejos sexuais e aversões adormecidas no coração, desejos realizados através dos sonhos, nos dizem da complexidade de desejos e não desejos, que impedem a livre circulação da energia de um corpo, interrompendo seu movimento livre, ou até mesmo o bloqueando.
A teoria de Freud nasceu da percepção dessa impossibilidade do desejo em realizar-se, cuja resposta é física e química, uma vez o psíquico grudado a desejos julgados pelo sujeito, como impossíveis de serem realizados. A liberdade de movimento de um corpo é colocada em causa, em que o sintoma apresenta a particularidade de isolar, o que não se pretende que afete o todo, sendo esta uma forma de preservação inscrita na própria lei da natureza. Porém, a parte afetada causa algum incomodo, daí o transtorno, em que o corpo encontra-se fragmentado, esperando reparação, que só pode dar-se através da realização de desejos, que uma vez não conseguida, pode realizar-se através da fantasia, e da realização virtual através dos sonhos. Detectar as inibições, e onde estão agregadas, pode ser um caminho, mas ainda insuficiente para libertar o desejo, dado que elas podem estar associadas a outros desejos, que possam ter um grau de valorização superior.
Não existe dinâmica psíquica perante as necessidades de um corpo, pelo que ela só se faz sentir quando o fator inibição se interpõe entre a vontade de um corpo, e uma vontade exterior a si mesmo, o impedindo de realizar seus desejos. Por isso, não é o interdito que está na base do desejo, dado que este é promovido através da alucinação, que possui uma evolução própria, o que nos é dado a observar é que ele se torna mais intenso, a partir da negação de sua realização. Este será o verdadeiro quebra cabeças, não só de toda a análise, como também da forma de conduzir a formação infantil, tentando encontrar outras maneiras de conduzir todo o processo evolutivo da criança, sem a transformar num não desejo interior.
Por último, gostaríamos de salientar, que toda a vida psíquica depende da uma relação objetal primária, formando um mundo de emoções, sensações e sentimentos, que uma vez incorporados, se transformam em desejos mais ou menos intensos.
Por outro lado, sabemos bem, que sem essa relação com os objetos exteriores não existiriam formas de vida, pelo que o experimento é condição natural de qualquer ser vivo. Será essa intensidade sentida de forma exagerada no corpo, responsável pela obsessão desejante, cuja energia ligada forma um elo de difícil remoção. Não deseja, nem deixa de desejar quem quer, dado que o desejo incorporado é sentido interiormente, e tende a refletir-se no exterior. Somos a salientar a importância da pulsão de vida relativamente à pulsão de morte, em que esta será o não desejo, que tende a impulsionar o desejo.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Neurobiologia e psicanálise
A Neurobiologia dos traumas psíquicos precoces
Publicado por Adalberto Tripicchio [adalbertotripicchio] em 20/11/07 (Redepsi)
Teicher, anomalias na regulação da dopamina e da noradrenalina, neurotransmissores cuja regulação sofre a influência do verme cerebelar, estão implicadas na esquizofrenia, na depressão, no autismo, na hiperatividade com distúrbio da atenção, bem como em quadros epilépticos.
É notável a semelhança dessa descrição com alguns conceitos básicos de Freud, especialmente o de regressão como mecanismo adaptativo de defesa. Inclui também outros mecanismos de defesa, como a repressão, resultante da ação de um ego frágil, por ser ainda pouco desenvolvido. No caso, a fragilidade do ego coincidiria com a atrofia do hemisfério esquerdo, que se resguardaria do excesso de informação de emoções negativas transmitidas pelo hemisfério direito.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Abusos sexuais: escolas não controlam cadastro
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) diz que muitas das medidas previstas na lei para defender as vítimas de abusos sexuais nem sempre são cumpridas.
«O controlo do registo criminal dos candidatos a certas profissões, por exemplo nas escolas ou clubes desportivos, não está a ser feito globalmente no país» – denuncia Frederico Marques, desta associação, lembrando que este é um mecanismo importante para evitar que abusadores sexuais tenham contacto com crianças.
A formação de professores e funcionários também deveria ser reforçada nas escolas e liceus, aumentando a capacidade de reconhecer situações suspeitas.
«É extremamente importante que os casos sejam denunciados o mais rapidamente possível», defende o responsável da APAV, que no ano passado recebeu 60 denúncias de abusos sexuais a crianças, muitos pela voz de familiares, professores ou das próprias vítimas.
1.100 queixas em dez meses
Todos os dias, em média, quatro crianças serão abusadas em Portugal. Segundo dados da PJ, a que o SOL teve acesso, este ano, e até ao final do mês de Outubro, foram abertos 1.100 inquéritos na sequência de queixas ou denúncias.
Um valor semelhante ao registado nos últimos dois anos, em que aquela Polícia investigou 1.350 casos de abuso sexual de criança, adolescentes e de menores dependentes.
Mas o número de abusadores que chegam a ser acusados e condenados fica muito aquém dos que são investigados.
No ano passado, 339 arguidos foram acusados em processos judiciais por abusos sexuais contra menores. «Estes crimes são de difícil prova, mas acontece frequentemente que abusadores sem registo de condenações anteriores sejam sentenciados somente a uma pena suspensa», admite Frederico Marques.
Por outro lado, ao longo de todo o processo judicial, nem sempre o bem-estar da criança é assegurado. «Há legislação para proteger a vítima, mas ao longo do processo a vítima chega a ter de repetir oito vezes as suas declarações, revivendo todo o trauma», recorda o responsável da APAV. Por isso, defende, é fundamental que o seu testemunho possa ser partilhado por todos os intervenientes no processo judicial.
Algo deve encontrar-se para além das palavras que permite o aumento dos casos de violação e abusos sexuais de crianças, tanto nas escolas, como em casa. Deve haver alguma coisa oculta, que não nos permite enxergar direito o fenômeno, e muito menos apresentar soluções credíveis para o futuro, dado que o passado já foi futuro, e os iluminados nada conseguiram resolver. No mundo de hoje, da intelectualidade e tecnologia, as faculdades despejam na sociedade uma enormidade de gente na área da formação humana, e da saúde mental, muitos deles empregados no aparelho de Estado, sem que possamos perceber alguma melhoria nas relações entre humanos. Se não conseguimos ver a luz ao fundo do túnel, devemos admitir que nos tornaram, e nos tornámos numa sociedade de impotentes.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Cursos psicanálise Analizzare
Curso de formação em psicanálise clínica
Aula inaugural – 09.DEZ.2012 – 10 horas
Pagamento de inscrição valor 180 Reais – Cheque pré datado para 30 Dezembro. 2012
Cheque com data posterior 190 reais.
Aula inaugural – 09.DEZ.2012 – 10 horas
Pagamento de inscrição valor 180 Reais – Cheque pré datado para 30 Dezembro. 2012
Cheque com data posterior 190 reais.
Mensalidade 250 Reais a pagar no primeiro seminário de cada mês. (Janeiro).
Reajuste do valor da mensalidade ao fim de cada ano com base na variação nominal do IGP-M
Curso - 24 seminários versando os princípios teóricos de Freud e seu desenvolvimento.
12 seminários versando a transferência.
12 Seminários sobre a problemática da psicopatologia.
Grupo de estudo – Com data a ser designada posteriormente ao seminário, sendo realizado no Sábado, ou Domingo.
Para cada seminário será indicado um filme alusivo ao tema tratado.
A diretoria pretende que o futuro psicanalista, em face da realidade vivida no filme, faça a associação com a matéria desenvolvida em seminário.
Aos inscritos será fornecida a grade do curso.
Se por qualquer motivo não for possível aos interessados estarem presentes na aula inaugural, poderão contatar pelo Cél:
(37) 9108 5951 - João António Fernandes
E-mail – Analizzarediv@yahoo.com.br
Reajuste do valor da mensalidade ao fim de cada ano com base na variação nominal do IGP-M
Curso - 24 seminários versando os princípios teóricos de Freud e seu desenvolvimento.
12 seminários versando a transferência.
12 Seminários sobre a problemática da psicopatologia.
Grupo de estudo – Com data a ser designada posteriormente ao seminário, sendo realizado no Sábado, ou Domingo.
Para cada seminário será indicado um filme alusivo ao tema tratado.
A diretoria pretende que o futuro psicanalista, em face da realidade vivida no filme, faça a associação com a matéria desenvolvida em seminário.
Aos inscritos será fornecida a grade do curso.
Se por qualquer motivo não for possível aos interessados estarem presentes na aula inaugural, poderão contatar pelo Cél:
(37) 9108 5951 - João António Fernandes
E-mail – Analizzarediv@yahoo.com.br
domingo, 2 de dezembro de 2012
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