Retalhos de uma vida - Livro do autor do blog

http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7 Definir um livro pela resenha é um fato que só é possível quando o livro realmente apresenta um conteúdo impar, instigante, sensível, inteligente, técnico e ao mesmo tempo de fácil entendimento....e Retalhos de uma vida, sem sombra de dúvidas é um livro assim. Parabens, o livro está sendo um sucesso. Ricardo Ribeiro - psicanalista

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Psicopatia - Frieza


Perante a observação de um sintoma de frieza, ou indiferença, nos vemos incapazes de definir sua origem, dado contrariar o descrito por neurocientistas, (António Damásio) que nos fazem saber que só existe vida psíquica a partir de um certo quantum de energia. Devo acrescentar que as leis da física e química que se faz sentir num corpo, até ao momento, não conduzem a conclusões diferentes. Se a neurociência nos faz saber, que tais pessoas não possuem registros emocionais em determinadas áreas do cérebro, ou apenas possuem registros mínimos, em relação a outras pessoas consideradas normais, devemos levar em conta que se trata de um processo secundário, que devido à sua complexidade relacional inicial alterou profundamente o primário.
Ou talvez, e isso merece um estudo aprofundado, foi criado pelo próprio corpo um mecanização resultante de uma relação inicial, que pode coexistir em paralelo com todas as outras tendências.
Não consigo observar em bebés uma frieza à partida, todos eles respondem aos estímulos de proteção e cuidado, pelo que devemos excluir a hipótese genética, dado que ela não se revela nessa altura, mas sim muito mais tarde.
Quando catalogamos, classificamos a esquizofrenia, ou a psicopatia, por exemplo, como doenças derivadas da genética, impõe à partida o finito do estudo e investigação, o que nos leva, quer queiramos ou não, a uma repressão mental de todos aqueles que duvidam dessa hipótese.
Quando assim acontece estamos perante a crença de uns, porque nada podem provar, e a dúvida de outros, que tentam estudar e investigar para que um dia possa ser provado, se genético ou relacional.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Violência e violação sexual

Evento gratuito

Venha ao cinema com a Analizzare - Exibição do filme, análise e discussão
Coordenador - Joao António Fernandes
Faça sua inscrição - Vagas limitadas
Quinta às 10:00 em Analizzare - R.Bahia 798 - ap. 201

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A sociedade é imoral e nada ética

Não meus senhores, não se trata de raiva, de orgulho ferido, ou feridas não saradas, mas sim apenas de uma constatação, que a maioria parece não querer enxergar.
Bastaria olhar para as coisas que acontecem no mundo, em cada país, e nas famílias, para justificar o titulo do meu artigo.
A questão da moral e da ética remonta ao tempo de Platão, merecedora do estudo dos filósofos, resistindo ao tempo, pode ser observada nos dias de hoje semelhante discussão no seio da Academia e dos intelectuais.
Talvez, a prova de que só conhecimento adquirido não leva necessariamente a colocar na prática o que foi aprendido, em virtude, de outras formas anteriores formativas não éticas terem sido implantadas como lei psíquica no ser humano.
Assim o mundo se vê invadido por atitudes humanas nada éticas, a coberto de princípios morais duvidosos, que resguardados por uma razão qualquer, toma atitudes imorais, ou pelo menos amorais, quando apenas escuta o inconsciente de algumas pessoas, que faz dele uma razão universal.
A tal consciência ética de que as pessoas reclamam, e falam dela sem cessar, não consegue implantar-se no terreno, e o resultado está à vista, se não vai a bem, vai a mal, descendo o cassete da proibição, repressão e punição.
Tais reações apenas são reveladoras da impotência de algo desejado, que mesmo sendo ensinado nas escolas e faculdades não consegue ser adotado no seu dia a dia, semeando a cada passo a imoralidade.
Meus senhores, a ética e a moral são derivados de um processo formativo em constante movimento desde que um ser humano sai do útero materno, que depois de ganhar vínculo a sua remoção é muito difícil, em que o ser consciente só o é daquilo que ele reconhece como válido para si mesmo.
A ética e os valores morais, contrariamente ao que muitos pensam, derivam de um sentido adquirido através da relação com outros corpos, em que o afeto com regras, tende a sobrepor-se à afetação violadora da própria existência de um ser vivo, cuja finalidade é a transgressão a qualquer custo, que possa levar à realização de seus desejos.
Não sei se já perceberam, mas estamos a falar de psicanálise.

sábado, 3 de novembro de 2012

Adaptação, recusa e desejos

O homem longe do olhar da sociedade, é um ser humano a viver sozinho, que proporciona a si mesmo um estilo de vida único, que não se compadece com modelos importados, nem se importa com julgamentos, em que encontrou no meio um modo de viver feliz.
Desse modo, protege-se dos olhares indiscretos e julgadores, retirando a ameaça de uma guerra constante contra o seu Eu, que por via disso o impede de viver, recriando o seu parque infantil com acessos restritos.
A sociedade que o fabricou lhe conferiu a autonomia, quando permitida, pela que sua tendência é afastar-se de seu convívio, criando um mundo em proveito próprio, muito embora incorporado por suas referências, em que a neurose não apela ao objeto, e a psicose espreita, ansiosa por fazer sua aparição.
Embalado pela ambivalência formativa, de seguida desfeita, dado que a autonomia assim o exige, depara-se com o novo que é preciso organizar, a que não pode faltar o afeto tão necessário para a vida, debate-se com a organização daquilo que ainda não existe, e apresenta alguma dificuldade em encontrar.
É um vir a ser, que não sabe se encontra além, o que parece faltar, aqui e agora, criador de alguma insegurança, que pode provocar ansiedade, atitudes incompreendidas, cuja finalidade será a tentativa de arranjar a cama para se deitar.
É esse vir a ser, criador de uma sensação de instabilidade, prenúncio de algo que está por vir, mas que teima em não se revelar, que nos é dado a observar em muitos seres humanos da atualidade, que nos coloca perante o caos, apenas por não saber organizar, e organizar-se, de acordo com seus próprios desejos.
O vir a ser será muito mais que um ser que não se completa, algo incompreendido, alheio à própria função, que um ser se obriga a procurar para que ela não se perca, encontrando nos exageros a própria disfunção.
A crise de adaptação, a recusa e o desejo parecem constituir uma complexidade, que demora seu tempo a arranjar cama.