Um doente terminal, num último esforço tenta libertar-se da morte anunciada, em que não só os médicos e os medicamentos, como também a família e os amigos são parte importante desse resto de esperança em manter-se vivo.
Um estado terminal, que fora anunciado, e sentido por aquele que padece, pode levar dias, semanas, meses e até mesmo anos, até que tenha um fim, que tanto pode ser a continuidade da vida, como a sua própria morte.
Essa insistência em viver, só pode ser levada a um desejo intenso de continuar vivo, com a esperança de um dia libertar-se da morte que se fez anunciar, mas que o indivíduo pretende protelar por mais algum tempo, mesmo que não saiba se valerá a pena tanto esforço, em virtude da morte estar certa, e não possuir a certeza do que possa acontecer, enquanto se mantiver vivo.
Aproximam-se agora os arautos da ¨verdade¨, que dizem ao morto vivo, que não devia ter fumado, que devia ter feito isto, ou aquilo, que não devia, que não devia.....
O morto ainda vivo, é açoitado por tanta recriminação, que mais uma vez tem de buscar forças no fundo do baú, desta feita para lutar contra as palavras inadequadas, que o tentam responsabilizar pelo o estado em que se encontra.
Podemos perceber em tais palavras o amor de quem não gostaria de ver o seu ente querido partir, em que se pressupõe o inevitável de um processo que conduz à morte, em que mais nada haverá que fazer.
Na visão daquele que padece, tais palavras podem ser entendidas como uma desgraça viva, que melhor será a morte, que o incomodo de incomodar os outros, em que a doença, a velhice, e a desgraça não parece ter uma solução, a não ser a própria morte.
Falamos de amor, e somos possuídos pelo o instinto de preservação animal, que em plena selva não chora os mortos, ou mesmo que o faça, deixa para trás os feridos, e os fracos dessa longa batalha pela vida, para que sejam devorados pela morte.
A isso chamamos, equivocadamente, de humanismo.
Para eles lhes resta o sangue da própria vítima que ajudaram a enterrar.
Continua na próxima postagem
domingo, 5 de junho de 2011
Pedagogia estúpida
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