terça-feira, 24 de setembro de 2013
Biologia e psiquismo
O registro da fome é orgânico, afirmam alguns. A meu ver, será apenas a diferença de potencial entre elementos químicos no corpo que obedece a parâmetros estabelecidos funcionais, pelo que não devemos falar em registros físicos, mas apenas, e tão só, de limites, que o aparelho psíquico, mesmo rudimentar que seja, emite sinais, como despertador para agitar o corpo na procura de suas necessidades. O aparelho psíquico, por mais rudimentar que seja, reproduz os parâmetros funcionais orgânicos, emitindo seus sinais ao corpo, irritação, para que possa movimentar-se no sentido de satisfazer suas necessidades. Existe uma valorização crescente de acordo com as necessidades, que são sinalizadas pelo psiquismo, que sempre parece traduzir-se quando estabelecida a escassez. Daqui, talvez possamos retirar a primeira lição, que é propriedade de Freud, de que tanto a escassez, como os excessos serão prejudiciais ao corpo, o que nos remete para a ideia do que possa ser suficiente para a vida, e do sentido que possamos retirar dela.
Supostamente podemos falar de qualidade, quando na realidade a função parece reger-se através de valências entre a diversidade de elementos químicos que constituem um corpo, apresentando elas um patamar preestabelecido, que possa ser traduzida em estabilidade funcional, ou seja, emocional.
A partir daí, o que se coloca ao indivíduo será a motricidade suficiente para que possa alcançar a realização de suas necessidades, que no caso de um recém nascido não a terá por certo. Ao movimento condicionado pela biologia, mera função, deve seguir-se o movimento dirigido ao objeto exterior, pelo que a evolução e o aprendizado dependem das sucessivas relações do indivíduo com os objetos exteriores, em que de manipulado passa um dia a manipulador. Assim, somos levados a deduzir, que depende da forma como foi o indivíduo manipulado, que pode tornar-se em sujeito manipulador com, mais ou menos, as mesmas características incorporadas daquele que o manipulou. Entre o presente, que se traduz em passado, e o futuro, o indivíduo está posicionado no aqui e agora, como forma de adaptação de suas características inatas ao mundo exterior, que inexoravelmente necessita de tempo, em que o aprendizado será precedido de movimentos oscilantes, até que possa existir uma consolidação de uma forma conseguida de estar, e manipular os objetos exteriores.
A repetição como forma de estruturação e construção do movimento, apenas parece refletir uma qualidade funcional de justaposição de atos semelhantes, até ser encontrada uma forma definida de lidar com os objetos exteriores e ideias a eles associadas.
É alheia à função qualquer ideia de bem e do mal, designada pelo pensamento humano, pelo que a repetição se não for interrompida, não obstante tais designações, os atos daí resultante serão mais ou menos os mesmos, ou semelhantes.
A dúvida persiste ao longo dos séculos, quanto à melhor forma de interromper o movimento repetitivo, em que o melhor deve ser observado através das consequências, e não de conceitos que possam traduzir-se no contrário.
De que adiante construir conceitos, se colocados em prática na formação humana eles resultam na doença física, nos transtornos psíquicos, na violação e na agressão ao semelhante ?
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