sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Neurose intelectualizada
Segundo Freud, o princípio básico do aparelho psíquico tem por finalidade evitar o desprazer no corpo, ou seja, tudo aquilo que possa oferecer perigo, ou afetar o corpo, uma vez experimentado será, por norma, recusado, sendo motivo de preocupação e de atenção, mais ou menos em permanência.
Sem esta ordem de organização o ser vivo não conseguiria sobreviver por muito tempo, por isso, o psiquismo por mais rudimentar que possa ser apresenta essa característica funcional biopsíquica.
Assim, devemos deduzir que essa ordem funcional tem em vista somente a afetação do corpo, ou simplesmente a sua possibilidade perante a visualização dos movimentos externos relativamente a outros corpos, que ofereçam, ou julga o sujeito oferecer um perigo eminente.
Porém, no plano das ideias, na intelectualidade assumida, que não oferece perigo algum em bater-se por elas, desistir delas, ou simplesmente as transformar mediante a reflexão e discussão, continua grande parte das pessoas a mover-se através desse processo primitivo e arcaico.
O que as faz ficarem agarradas, estacionadas nesse patamar primitivo em termos funcionais, quando a sua evolução intelectual é tremenda nos dias de hoje, devido à evolução tecnológica à diversidade de meios de ensino e informação, como o Facebook, por exemplo, em que a participação escrita e falada atinge milhares de pessoas no planeta ?
Decerto, não será na intelectualidade que podemos entender tal fenômeno, mas antes na evolução da construção formativa familiar, que o possa sustentar, embora de forma inconsciente, não permitindo ao indivíduo passar de seu estado animal para a humanização e socialização.
É nos dado a perceber as ¨ feras do saber ¨, que enchem o peito com as curtidas, mas que se dão muito mal com comentários desfavoráveis às suas postagens, cuja alternativa é a defesa contra um perigo inexistente, entendido como afetação do corpo, que procuram resguardar-se através do silêncio, com reações intempestivas, ou com um filosofar descabido ao que lhe foi proposto.
Se no plano das ideias, nomeadamente nas disciplinas das ciências humanas não existe qualquer perigo que o corpo seja afetado, de que tentam resguardar-se ?
Da preservação de sua vida não será decerto, pelo que a explicação só a podemos encontrar na afetação de seu sentido de vida, que durante a sua evolução formativa não conseguiu ultrapassar o estado primário e rudimentar biopsíquico.
Apelam ao afeto, ao amor, como quiserem, e falam em psicanálise, esquecendo seu princípio básico da não afetação do corpo que possa conduzir o indivíduo ao desprazer, sentido este, que vem determinar no fundo as relações entre os homens.
No fundo esquecem a prática psicanalítica, que se rege pela tentativa da solvência dos desprazeres sentidos, pelo que somos a considerar o velho ditado: Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço.
Por outro lado, o amor, ou afeto, é uma designação verbal associada ao princípio de satisfação e de prazer, que não é mensurável, de intensidades diferenciadas em cada pessoa, que momentaneamente pode apaziguar a sensação de desprazer, mas que de fato é incapaz de a anular.
Por isso, tem-se mostrado ineficaz esse apelo, por não se tratar daquilo que é a essência da organização biopsíquica, como seja a evitação do desprazer.
Esses apelos insistentes e exagerados ao amor, assim como ao divino e ao oculto, em que alguns se sentem Deus julgando os demais, será a tentativa de encontrar além, o que não conseguem enxergar aqui e agora, recusando olhar para dentro de si, e tentar perceber o que está a afetar.
A culpa é sempre do outro.
Mas voltemos à questão principal, o que um simples comentário versando a didática pode colocar em perigo a existência de um ser humano ?
O afetado confunde o plano das ideias com o perigo que possam representar para a sua existência, mas na realidade o que nos está a dizer é bem diferente, é que pretende conservar intacto o seu poder de alienar os outros, os subjugando à sua vontade.
Eis o supra sumo da intelectualidade doentia que está a levar o mundo à desgraça.
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domingo, 18 de agosto de 2013
Curso de formação em Psicanálise clínica
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domingo, 11 de agosto de 2013
Dias dos pais
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quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Curso de formação em psicanálise clínica
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domingo, 4 de agosto de 2013
Filosofia psicanalítica da mente
Energia. movimento e sentidos
Um sentido dirigido que é sentido, significa algo para o indivíduo na relação entre objetos, que se constitui como existencial associado à própria existência de um ser vivo, mediante uma condição traumática ou repetitiva.
Da existência passará a pré-existente,do parecer ao ser, do observado ao inconsciente,entendido como estrutura, do sentir ao vínculo corporal e psíquico.
Daquilo que possa ser sentido por um corpo, nem tudo ganha um vínculo com o indivíduo, pelo que devemos admitir que o corpo, em certa medida, parece ser indiferente a alguns movimentos que são gerados à sua volta.
Da existência do movimento à pré-existência como vínculo, diremos ser a essência de registros somáticos e psíquicos que permitem ao corpo a sua própria sobrevivência como forma de entender a relação com os objetos e o mundo envolvente.
A existência dos movimentos tende a ganhar existência através do vínculo, vulgo incorporação, pelo que somos a admitir que é o movimento que garante, tanto a existência, quanto a atividade.
Não nos custa admitir que esse processo físico \ psíquico tem em vista uma incorporação de registros, que se constituem na própria lei que o indivíduo tende a observar em seus movimentos e atitudes no cotidiano decorrente de um aprendizado, porém, já não será tão fácil entender, porque sendo sua lei a pretende impor aos demais.
Talvez tenhamos que distinguir claramente o papel da repressão das cenas traumáticas e repetitivas.
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